sábado, 30 de janeiro de 2010

Uma faixa, por favor!


Assessora da Presidência impede fixação de faixa que afirma o PNDH3.

Olala,
Tem coisas que a gente entende, mas não se convence.
Faltando seis horas para Lula baixar no Gigantinho, para sua fala no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, um subsecretário da Presidência da República liga a um deputado gaúcho para que providencie uma faixa de apoio ao PNDH3 para colocar no espaço onde o presidente irá falar.

Foi aquele corre-corre. Os assessores sentaram na máquina e dá-lhe criação. Enquanto isto, outro assessor dá-lhe contato com gráficas para orçamentos.

As 5h em ponto um motoqueiro deixa a faixa pronta no local combinado.

Voamos para o Gigantinho. Surpresa! Quem autoriza a faixa é a coordenadora Fátima!, diz uma pessoa da organização. Meia hora depois a Fátima nos atende.
- Deixa eu ver esta faixa! Abre!
Abri a faixa. Dizia: "Obrigado Lula pelo PNDH3 (PNDH3 em letras garrafais de 1 m de altura)". Informo que o horário de colocação das faixas era ontem, até as 18h!, disse. Insistimos que a faixa tinha sido um pedido de Brasília, da Presidência da República. Não adiantou o apelo.

Zarpei com a faixa e fixei a mesma numa grade por onde Lula necessariamente passaria na entrada do Gigantinho. Os recrutas que faziam a segurança no local olhavam desconfiados para minha rebeldia.

Fico pensando que nem eles, nem a Fátima, assessora da Presidência, sabiam o que significava aquele PNDH3. Era muita subjetividade! Eu podia ser um "porra-louco" divulgando algum novo partido!

Ao deixar o Gigantinho, para nova surpresa, constatei que a faixa havia sumido.
De fato, não é fácil ser defensor (e divulgador) dos Direitos Humanos.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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FSM, 10 anos depois II


Ministro Vannuchi reafirma apoio ao PNDH3 e diz que opositores ao Programa não o leram

Olala,
O ministro Paulo Vannuchi, ministro Chefe da Secretaria Especial dos Direitos Humanos defendeu o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH3 durante painel ocorrido na quarta-feira, 27.1, em Porto Alegre.

O ministro Vannuchi disse que a imprensa está muito mal informada sobre o conteúdo do PNDH 3. Ele disse que teve um senador que simplesmente subiu à tribuna do Senado para afirmar que o PNDH não falava nada sobre o direito humano à saúde. Vannuchi concluiu que, a exemplo de muitos "franco-atiradores" da mídia, o senador não leu o Programa. “Quem ler o programa esará convicto das teses que há nele e mudará em nosso favor", observou.
Sobre a contestação feita à Comissão da Verdade que visa recuperar a memória dos registros da repressão no Brasil durante o período da Ditadura, Vannuchi disse que essa “discussão não é revanchista. Ninguém está preocupado em jogar ninguém na masmorra para que morra lá. É preciso jogar luz para não deixar isso acontecer nunca mais. Pela primeira vez estamos buscando a verdade. Isso tem que ser feito senão o Brasil não vai respirar”.

O ministro informou que o PNDH3 deve ser aprovado no Congresso antes das eleições.

Além do PNDH3, o ministro falou sobre o tema, trabalho escravo no Brasil. Disse que o governo Lula encaminhou ao Congresso a Proposta de Emenda Constitucional nº 438, a chamada PEC do Trabalho Escravo, que propõe o confisco de terras de escravagistas.

A realidade brasileira mostra que ainda existe trabalho escravo especialmente em áreas rurais no Brasil. Nos projetos energéticos, em canaviais, madeireiras, carvoarias ou simplesmente no confinamento em fazendas, ainda há trabalhadores sem carteira assinada submetidos ao mando de patrões que desrespeitam a legislação. A CPT, entidade que atua há quatro décadas denunciando violações a trablahadores, acusa a existência de 2 mil denúncias anuais contra frentes de traaho escravo no país em 2008. Destas, apenas uma quinta parte mereceu fiscalização das autoridades.

O trabalho escravo se caracteriza pela perda do direito de ir e vir, o risco de ser agredido pelo contratante (impossibilidade de deixar o trabalho), jornada exaustiva ou condições degradantes (falta de banheiros ou acomodações para dormir de maneira adequada, ter que tomar banho no mesmo córrego que animais bebem água.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) 12 milhões de pessoas no mundo são submetidos trabalho escravo no mundo, sendo 1,3 milhões somente na América Latina. Cerca de 30 milhões de dólares são gerados dessa mão de obra ilegal.

Um país que respire soberania precisa acabar com a exploração dos trabalhadores que, de fato, são os agentes que produzem a riqueza.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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FSM, 10 anos depois I


Emir Sader, um dos criadores do evento acha que Fórum tem que ser assumido polor Movimentos e não por ONGs Ele fez as afirmações após participar de painel no FSM.

Olala,
O sociólogo Emir Sader, professor aposentado da USP e um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, defendeu que o FSM seja mis um espaço dos Movimentos Sociais e não das ONGs organizações não-governamentais (ONGs).

“A particularidade do Fórum é ter movimentos sociais. As ONGs têm papel secundário, que é de ajudar os movimentos sociais a se organizar. Tem que abrir caminho. Mas não. O comitê organizador do FSM, essas pessoas que estão aí desde o início, são de oito organizações, e seis são ONGs! É tão sem representatividade que tem uma lá que é Abong, Associação Brasileira de ONGs. Usurpam o espaço dos movimentos. No início do FSM foi importante porque não havia espaço para os movimentos sociais. Mas agora eu acho que eles deveriam se retirar do primeiro plano e ajudar os movimentos sociais a protagonizarem.

Então acabou o evento e vamos todos pra casa, enriquecidos ou não. Mas a realidade está pedindo outras propostas. Nós podemos estabelecer propostas consensuais, como a regulamentação do capital financeiro, a água como bem público. A vida das ONGs não está ruim, tem financiamento. Mas quantas pessoas as ONGs levam na marcha?

Agora o Fórum tem de mostrar alternativas. A denúncia vale, mas é para mostrar um diagnóstico. A denúncia da crise não foi acompanhada no FSM de Belém por alternativas, quem esteve lá não saiu armado. não quero que tenha uma, quero que tenham várias alternativas. Inclusive há uma coisa catastrofista: o neoliberalismo acabou. Não é verdade. A crise é oportunidade, mas oportunidade pra eles também. Estamos dando tempo e espaço pra eles se recomporem. Então eu acho que pra ser coerente com esse diagnóstico, que se revelou correto, o Fórum não deve ser apenas diagnóstico e intercâmbio. O fórum tem que ter alternativa. Qual é o Estado que queremos?”
Pense nisto, enquento há tempo!
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domingo, 24 de janeiro de 2010

Por que os relógios marcam 10h10min?



Toda apropaganda de relógio marca 10h10min, acredite se quiser.

Olala,
Como alguns estão de férias e podem se ocupar de futilidades do tipo assistir ao Big Brother, dou uma contribuição à cultura das pessoas: por que nas propagandas de relógios sempre aparece a hora 10h10?

É provável que você não tenha percebido e nem acredite nisto. Faça o teste: veja numa revista ou num catálogo que lhe chegar à mão e verá que todo o relógio estará marcando esta hora ou minutos a mais ou a menos.

Confesso que fiquei intrigado quando o professor de publicidade trouxe a novidade para a sala de aula. Disse ele, fundamentando, que 10h10minutos é um número positivo. Todos querem nota máxima e, portanto, a psicologia do número 10 exerce uma magia nas pessoas. Veja que também no futebol a camisa 10 só é dada aos bons. Logo, esta magia é preciso passar para o consumidor.

Há outra razão que ele acrescentou: sempre deve-se apresentar um produto de forma alegre, como aliás, deve ser a apresentação de toda a pessoa. De forma positiva, para cima. Então, a marcação de 10h10min gravada no ponteiro do relógio expressa um traçado gráfico parecido com uma boca.E é uma boca no centro da esfera com os lábios levantados nas extremidades, justamente como é o sorriso de uma pessoa. É como se o relógio estivesse sorrindo para o cliente.

Não é interessante. Então como você agregou mais uma informação fútil em sua rica inteligência, pode voltar ao sofá para se deleitar com mais uma intriga dos desocupados e ociosos "heróis" do BBB.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sábado, 23 de janeiro de 2010

Candidatos fabricados pela Mídia


O rádio ou na tevê têm posição política e pessoas que viram políticos em defesa dos interesses da mídia.

Olala,
Várias vezes, na condição de assessor de imprensa do então deputado estadual Adão Pretto, tive as portas fechadas nas emissoras de rádio. Tentava eu, passar, via telefone, pois não havia e-mail nos anos 80, boletins informativos sobre atividades desenvolvidas no parlamento gaúcho. Era minha tarefa como jornalista. Até hoje alguns amigos e companheiros tiram sarro da frase final rimada: "Da capital, para a rádio Sideral, claudio Sommacal!".

Mas, curiosamente passei a perceber, já na época, que algumas emissoras se recusavam a veicular boletins porque tinham contrato com "seus" deputados. Lembro, por exemplo, que uma rádio de Santo Ângelo divulgava semanalmente uma entrevista com um deputado federal que depois foi indicado conselheiro do TCU.

Eu achava aquilo uma indecência. Como pode um veículo de comunicação renunciar ao acolhimento de todas as versões para se "vender" a uma somente.

Pesquisando, percebi que era e é prática corrente, os veículos de comunicação terem partido. Não são neutros. Não são imparciais.

Isto tem a ver com a concepção de comunicação no país. Com a maioria das concessões feitas a políticos ou a seus familiares, fica difícil admitir que o cidadão seja alimentado com a verdade dos fatos. Cada veículo dá a sua versão e vende o peixe conforme sua ideologia. Assim é a cultura da mídia brasileira do momento.

E mais, os veículos ajudam a produzir os políticos que governam a sociedade.
Sem avisar o eleitor, as empresas vão abrindo espaço para pessoas que depois acabam sendo candidatos e pedindo o seu voto. Esta força do quarto poder que é a Mídia foi pauta da Conferência nacinal de Comunicação, mas não passou de uma constatação.

Como a Mídia, em geral, representa interesses da elite, fica claro que os privilégios os políticos por ela fabricados defendem.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Os ricos moram no frio


Regiões frias são mais ricas que as quentes. Por quê?

Olala,
Acabo de receber um mapa que comprova uma tese4: os ricos moram no frio. Ou, por outras, é no frio que as sociedades se desenvolvem mais.

Se olharmos a configuração do planeta, notamos que a maior parte dos países ricos estão situados na ponta de cima do globo, no hemisfério norte. Como a parte das terras fica mais próxima do pólo, é mais sujeita a sofrer mais as consequências advindas do gelo.

Então, como é possível entender que regiões próximas aos pólos, portanto, frias, onde durante boa parte dos meses do ano acontecem nevascas, chuva e frio, as pessoas sejam mais desenvolvidas?

A física e a antropologia mostram que quanto mais tempo as pessoas ficam recolhidas, encasacadas, oclusas, mais pensam. Diferentemente das pessoas que habitam as zonas mais quentes que ficam mais relaxadas e promíscuas. O calor, faz com que as pessoas se aproximem mais e, na exuberância do calor, passam, inclusive, a ter mais filhos. A natureza não falha. Nas zonas quentes proliferam mais os vegetais, a biovida abundante e, como tal, também o desejo de procriação humana.

Dias atrás, alguém me ponderou que, no calor nos despimos expondo mais o corpo. Nos exibimos mais fisicamente, estimulando o sentido da atração entre os sexos. Isto pode explicar porque em algumas regiões quentes a população é tão elevada.

Há, evidentemente razões econômicas e sociais que explicam a concentração de riqueza nos países de clima frio. Mas, não deixa de ser interessante observar que nos países que constituem terras frias próximas aos pólos são mais ricas que as terras quentes.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Dez anos de Fórum Social Mundial


Milhares de pessoas iniciaram em Porto Alegre, no FSM, um protesto mundial contra a globalização.

Olala,
Inicia em sete cidades da grande Porto Alegre a programação da 10ª edição do Fórum Social Mundial.

Com três das nove outras edições realizadas na capital gaúcha, o Fórum é um espaço alternativo de rebeldia da dos movimentos e organizações sociais na contestação às políticas econômicas impostas mundo afora pela globalização.

O surgimento do protesto que resultou no FSM deu-se, inicialmente, a partir de uma reunião que o então presidente Clinton marcou em Seatle, EUA, para onde convergiram os líderes das políticas globalizantes de vários governos. O ministro da Fazenda de FHC, Pedro Malan também foi. Na época, anunciava-se que o mundo seria rendido ao capitalismo e todos deveriam se render às leis de mercado. O sociólogo Emir Sader descreve bem este episódio.

Foi em Seatle (EUA) e não em Davos, na Suíça, que nasceu a provocação maior aos que defendem o socialismo e a social democracia no mundo. O Consenso de Washington deu as bases da ação capitalista para ser seguida em vários países.

Mas, acontece que a rebeldia popular passou a contestar não apenas as teses neoliberais, como também os governos que passaram a segui-las. Assim, foram, com efeito dominó, caindo os governos de Menen, Teacher, Fujimori, Alwin, Bush,...
E um outro mundo passou a ser visto como possível a partir dos Fóruns mundiais.

No FSM há uma troca de opiniões entre líderes da esquerda mundial, sindicalistas, militantes de causas diversas, enfim, todos preocupados com o destino das populações que habitam o hemisfério do planeta.

O grito dos atos e manifestações que emanam do temário do FSM pregam a necessidade de incluir todos os humanos que habitam o planeta azul nas políticas públicas que devem ser inclusivas e solidárias.

Não há salvação individual. É preciso que todos juntem forças para melhorar as condições de vida, deixando a convivência mais igual. Este é o sonho de milhares de pessoas que se reúnem para celebrar a necessidade de um outro mundo possível.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PNDHs e polêmicas


Programa Nacional de Direitos Humanos foi construído ao longo de 11 conferências pelo país.

Olala,
Tenho assistido o bate-boca na mídia tendo como pano de fundo o Programa nacional de Direitos Humanos - PNDH3.

A sociedade brasileira, depois de 500 anos de submissão e escravidão, aprendeu a cultivar a democracia através da participação na construção das políticas públicas em várias áreas.

O processo de mobilização social, onde todos os cidadãos são chamados a participar não foi uma prática comum no país. Somente depois da abertura política é que os organismos da sociedade reivindicaram o espaço da participação. E, veja-se que ainda há muitas áreas em que as pessoas não descobriram a importância da participação coletiva como meio de construção das políticas públicas.

Pois bem, na área dos Direitos Humanos, a sociedade está debutando. Basta lembrar que a primeira Comissão de Direitos Humanos dos legislativos estaduais foi criada somente em 1980, seguindo-se, após, uma série de entidades afins da sociedade civil e em órgãos públicos. Como consequência, os governos foram pressionados a formular os Planos de Direitos Humanos. Assim, através de Conferências públicas surgiram o Plano de 1997, de 2002 e o de 2009.

As diretrizes colocadas na mão do atual governo são o resultado do esforços coletivo da sociedade brasileira. Logo, é improcedente a rebeldia de alguns indivíduos contestando o que soberanamente foi construído.

É sim, vontade nacional que haja uma Comissão da Verdade com poder para conhecer parte da memória oculta do Brasil. O Estado brasileiro e seus agentes tem que identificar, mapear e, se preciso for, punir, quem atentou contra a democracia. Seja civil ou militar. Mas, este é um direito reivindicado pela sociedade através do PNDH3. É, igualmente lógico, que o Plano mapeie os veículos de mídia que ferem os direitos humanos, em vistas a terem o corte de verbas públicas. È a mesma lei que vale para as empresas que exploram menores no trabalho que ficam impedidas de licitar obras ou serviços públicos. Além disso a sociedade brasileira quer que a decisão sobre conflitos agrários seja precedida de audiências entre as partes, entre outros itens.

A pergunta que se faz é esta: onde estavam os atuais críticos do PNDH3 quando aconteciam os debates visando a construção do Programa? Atacar a obra depois de pronta é atentar contra soberania popular.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Um ano de blog, quase 8 mil visitas


Em 1 ano, 140 comentários e quase 8 mil acessos no blog do Sommacal.

Olala,
Aprendi que "As idéias movem o mundo". Faz um ano que decidi abri este blog, utilizando uma ferramenta poderosa de comunicação eletrônica.

Neste tempo, tenho escrito mais de 140 comentários sobre a atualidade. Confesso que um blog só tem sentido se for alimentado quase diariamente. Assim com um site, o blog só é novidade se a cada vez que você abre, encontra uma informação nova. O internauta é necessariamente uma pessoa curiosa. E a curiosidade é uma virtude dos homens modernos.

Decidi blogar por entender que poderia espalhar minhas idéias ao mundo. Confesso que neste tempo, tive surpresas ao publicar textos assinados no blog. Parece certo que as pessoas gostam do anonimato. As pessoas são exímios crticos anônimos. Quando é para sustentar suas idéias, fogem ou não são encontrados. Assumir posições dói, porque o compromisso assumido é que faz história.

Pude constatar a força do blog em vários fatos. Lembram das caixas de abelha do Tribunal? Sumiram. Lembram do Quiosque na Praça da Matriz? Sumiu.

Tenho percebido comentários por e-mail ou pessoalmente de pessoas que, ao longo do último ano, cruzaram pelos meus 150 textos no blog. O blog teve 7.455 acessos de pessoas do mundo. Na rede, não sabemos quem acompanha nossos textos, mas já tive parte deles publicados em jornais e rádios, utilizados como fonte para testes de vestibular, e utilizados em estímulo a trabalhos de grupo.

Confesso que minhas crônicas ilustradas revelam a opinião de quem é observador da realidade. Não pretendo impor minha visão de mundo, mas ajudar o internauta a construir a sua. Neste sentido, é salutar quando as pessoas rebatem minhas idéias, contribuindo para que os cidadãos do mundo construam sua posição acerca das coisas e acontecimentos.

Somos o que fazemos e o que expressamos deve ser resultado de nossa ação.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Em tempo: você que acompanha este blog, poderia clicar no "comentários" abaixo e deixar sua opinião sobre o Blog.

OP inverso de Lula



Deputados decidem onde aplicar verbas do orçamento da União, numa prática de OP indireto.

Olala,
O Brasil conheceu experiências participativas na gestão dos recursos públicos de diversas ordens.

Lembro que logo que saímos da ditadura, fui visitar uma experiência participativa em Lages(SC), conduzida, em 1980, pelo prefeito Dirceu Carneiro, do MDB. Era o embrião
das práticas coletivas visando democratizar os recursos públicos. Outras experiências, na mesma época aconteciam em Piracicaba, SP e em cidades mineiras. mais tarde, o PT em Porto Alegre, com Olívio Dutra, resgatou o OP.

Um estudo feito pela pesquisadora Celina Souza recupera o que foi a experiência participativa do país nos anos 80.

Confesso que quando Lula assumiu, inebriado pela euforia do OP no RS, entendia que ele deveria fazer um OP nacinal. É claro que seria uma ação ousada, mas percebi que os petistas que estão no govenro Lula não tem boas lembranças do OP. mais tarde estive em Brasília a trabalho e pude conferir pessoalmente nos burocratas petistas que o OP era tachado como uma experiência perdida lá no fundo do Brasil, no Sul.

Não senti convicção sobre a pratica entre os pares que estavam no governo.
É bom lembrar que havia também um cenário desfavorável para que Lula implantasse o OP no primeiro ano. Muitos governos eram de oposição a Lula e, portanto, as medida sofreria resistência.

Então, Lula optou por um caminho indireto para fazer o OP. O mesmo trilhado por FHC: destinar recursos aos deputados e, estes, através de emendas, dizer onde gostaria de ver o dinheiro investido nas suas bases. Os programas são do Executivo mas quem indica as prioridades são os deputados aliançados com os prefeitos.

Assim, as verbas do orçamento foram sendo decididas pelos deputados e senadores do Congresso. Os recursos a eles destinados que eram de R$ 700 mil no período de FHC passaram a R$ 12 milhões em 2010. Uma forma indireta de democratizar o orçamento.

É por esta razão que o OP da democracia direta onde o cidadão decide não foi implantado no governo Lula.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Haiti pede socorro



Haitianos pedem socorro ao mundo depois de terremoto devastador na capital.

Olala,
A República do Haiti está pedindo socorro ao mundo e à padroeira do país, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

O recente terremoto deixou um rastro de tragédias ainda não dimensionadas, cujas vítimas ainda não são totalmente conhecidas.

O Haiti foi uma das primeiras ilhas alcançadas por Cristóvão Colombo na colonização das Américas. Os espanhóis e franceses se revezaram sucessivamente no domínio da ilha, desde 1806 quando conseguiu a primeira independência, mas não conseguiram elevar o nível de vida do país.

O Haiti é a segunda colônia da América a conseguir a independência. Como os Estados Unidos haviam se tornado independentes da Inglaterra em 1776, algumas levas de escravos contrabandeados da África ainda rumavam para os Estados Unidos, e, boa parte acabavam nas ilhas caribenhas como o Haiti. A Constituição norte-americana havia abolido a escravidão e impedia que escravos desembarcassem no país, punindo, inclusive, os capitáes que faziam o tráfico. Assim, os navios negreiros que chegavam na "nova colônia", davam meia volta e, na maioria das vezes, não retornavam na África.

O Haiti foi marcado politicamente por revoluções. De tempos em tempos, o país foi envolto por revoluções e golpes de Estado que impediram a organização do povo.

A tragédia do último dia 12 revela ao mundo o retrato de uma nação pobre e, agora, ainda mais desafiada a encontrar forças para sobreviver. A intensidade do tremor vitimou milhares de haitianos e muitos estrangeiros que estavam no país em missões de ajuda humanitária. É inimaginável o drama das famílias que têm seus entres queridos soterrados por toneladas de concreto, sem saber se estão vivos ou mortos.

A ajuda mundial tem que ser rápida, sob pena de agravar ainda mais a condição de miséria do povo haitiano.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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domingo, 10 de janeiro de 2010

Ir. Cecchin, uma opão profética


Ir. Antonio Cecchin, opção profética voltada para organizar os pobres, no caso, os catadores e recicladores de Porto Alegre.

Olala,
Conheci o Ir. António Cecchin quando comecei a trabalhar profissionalmente em 1977, no Mundo Jovem da PUC. à época, chamava-me atenção a rebeldia do irmão marista que se rebelou contra a Congregação e fez a opção pelo trabalho dedicado aos pobrtes.

Cecchin, formado em universidades franceses sempre cultivou a simplicidade e a sabedoria da opção preferencial pelos pobres. Preso na época da ditadura e acusado de ser subversivo, não foi defendido pelos colegas de instituição, tendo optado por afastar-se do grupo e residir em sua irmã.

Inspirado na opção feita pela Igreja em Medelin, em 1967, que pede preferência pela opção voltada aos pobres, Cecchin decidiu organizar os catadores e recicladores ao redor da capital gaúcha. Como diz Leonardo Boff, "Cecchin é um agente da pequena Teologia da Libertação". Iniciou organizando os catadores da Ilha Grande dos Marinheiros que diariamente recolhem papéis e materiais descartáveis na capital e, em carroças, levam até a ilha para separar.

Ao longo do tempo, o raio de ação expandiu-se entre os catadores da capital. Ele organizou mais de 20 galpões que dão emprego e renda para centenas de pessoas.

Pode-se afirmar que nestes quase 30 anos anos, Cecchin criou a política pública que a cidade desenvolve com os catadores de lixo. Juntou-os em comunidades e tirou os catadores da marginalidade, garantindo que eles recebam um salário mínimo.

Aos 80 anos, o Irmão Cecchin mostra que a radicalidade, quando definida por princípios de fé, move montanhas.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Lula, o presidente do povo


Presidente Lula revela simplicidade comum a pessoas do povo, ao carregar caixa de isopor durante descanso na Bahia. Esta imagem seria possível com FHC?

Olala,
O Brasil se orgulha do seu presidente. Lula está há um ano de deixar a presidência de pois de dois mandatos marcados por uma adminsitração que deixa um legado invejável.

Não se pode deixar de reconhecer que o país vive, hoje, uma expectativa positiva e nos encontramos numa escalada civilizatória que faz inveja a muitos outros países.

Nossa condição de país emergente tem muito a ver com o estilo do presidente Lula. É a primeira vez que um homem quase iletrado (Lula tem o primário completo), metalúrgico é presidente. Mostra-se, no homem simples que comanda o país que é possível repetir no cargo maior da nação as virtudes de quem malha diariamente contruíndo a riqueza do país.

Como comenta o internauta Renato Ribeiro "o presidente Lula não tem curso superior, porém a vivência e experiência acumulada ao longo dos anos, credenciando-o como uma pessoa preparada para enfrentar inúmeros desafios administrativos. A perspicácia, inteligência e principalmente o espírito empreendedor são preponderantes para alavancar o desenvolvimento humano; conhecimento e prática são fundamentais, agora ter nível superior, mesmo sendo um Presidente da República, não é um fator principal e único para o sucesso".

Até mesmo no sagrdo direito de um dia de descanso acompanhado de assessores, na Bahia, é possível ver a simplicidade do Lula carregando uma caixa de isopor sobre a cabeça. Talvez como a lembrar o tempo íngreme e árduo da vida de retirante nordestino dos tempos de infância.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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O tempo passa para todos


Envelhecer faz parte da vida, embora alguns acreditem que esta fase nunca chega.

Olala,
Tenho percebido que muitas pessoas não aceitam a temporalidade da vida. Ocupando um espaço no universo, cada um de nós tem um tempo de existência.

Algumas pessoas se recusam a aceitar que o envelhecimento do corpo é algo real, certo e imutável. Especialmente na juventude ou na idade em que o corpo apresenta sua melhor forma, as pessoas, quando começam a avançar na idade, passam a, desesperadamente, apelar para dietas, fórmulas mágicas, academias, achando que vão parar o tempo.

Envelhecer é uma arte tão certa quanto morrer. A pessoa, em geral, não se prepara para envelhecer. Acha que vai ficar eternamente jovem.

Tenho uma amiga, a Sílvia, que me comentou certa vez, a estranheza do gesto de duas idosas que eventualmente a acompanha às compras. Disse-me que, sempre ao chegar ao súper, as duas idosoas correm para, cada uma, pegar um carrinho. Quem vê, parece que vão causar um estrago no caixa. Não. Colocam apenas dois ou três produtos cada no carrinho. Mais tarde, minha amiga percebeu que o gesto de acorrer ao carrinho, logo que entra no súper, é para girar como apoio do corpo à "bengala", a terceira perna, como escreveu Hesíodo na história de Édipo e seu famoso oráculo.

Há marcas que o tempo não apaga. As pessoas têm que se preparar para encará-las com a mesma naturalidade que enfrentam o tempo da jovialidade e do poder máximo dos sentidos. E a administrá-las.

Quem não se prepara para envelhecer, se angústia ainda mais. É preciso conceber como naturais as marcas em cada tempo. Cabe à pessoa, administrá-las. A maquilagem do corpo pode ser benéfica por algum tempo, mas não permanente.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sábado, 9 de janeiro de 2010

Deletei-me por 15 dias


Casinha no Farol onde me recolho anualmente por uma quinzena há 15 anos.

Olala,
Deltei-me por quinze dias. Após o Natal retirei-me longe da civilização. Sem jornal, sem rádio, sem tevê, sem celular (porque onde fui o sinal da vivo não pega, embora na propaganda, dizem que cobre todo o Estado), sem notícia nenhuma. Fora de tudo. Deletei-me.

Tenho o prazer de fazer esta experiência uma vez por ano. Confesso que é um tempo rico e agradável para deixar o pensamento voar, na pura liberdade.

- Onde fui? Fui descansar num ranchinho que tenho no Farol da Solidão, em Mostardas. Um local ermo, retirado, calmo, povoado de nativos, na maioria, pescadores.

Há 15 anos realizo este "retiro". Quando iniciei, estava farto de aluguéis, contratos, caução, documentos, arras para encontrar um imóvel pra locar no verão. Ou, então, como sói acontecer a um professor, pedir favor na casa dos outros, pechinchando alguma peça por alguns dias.

Pois decidi e me dei bem. Negociei uma casa numa madeireira, montaram e levaram de caminhão até num terreno próximo ao Farol da Solidão. Fiz um poço artesiano e, para minha surpresa, há dois metros do chão encontrei água abundante. Gramei ao redor, plantei árvores e montei o rancho.

Há 5 anos chegou luz na Praia. Com ela, proliferaram os vendedores de tudo. A Luz trouxe desenvovimento, as ruas foram abertas e a Prefeitura logo demarcou os lotes passando o carnê o IPTU.

Somente eu não pago IPTU. Como outros moradores, acabamos caindo sobre uma área da Marinha do Brasil. Sei, como duas dezenas de posseiros, que estou em área irregular, mas isto pouco importa. Faz 15 anos que sou posseiro e, como cidadão do país, confesso que encontrei um lugar agradável para renovar as forças para pensar as estratégias de uma ano que será marcado por muitas decisões.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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