Obama e Castro acordam o fim do bloqueio. |
Olala,
Nasci ouvindo frases desabonatórias a Cuba. A ditadura e parte da Igreja semearam o terror e o ódio contra o socialismo cubano. A imprensa também caminhou nesta mesma lógica por séculos. O inimigo sempre foi retratado como se morasse numa ilha do caribe. o imperialismo norte-americano usou de todos os meios para rebaixar Fidel e sua ilha negando tudo o que vinha do arquipélago.
Até os gibis do Walt Disney entraram em cena criando os "metralhas", homens fardados com a roupa de Fidel, vindos de uma ilha, e sempre dispostos a estrepulias voltadas ao mal. Cresci num ambiente cultural que prega ódio a Cuba.
Rebelado com tal bombardeio, resolvi participar das CEBs (Comunidade Eclesial de Base) nos anos setenta para compreender porque um país tão pequeno sofria tanto bombardeio. Resisti às investidas da ditadura de meu país que mandava silenciar todos aqueles que se levantassem contestando o regime. Eles queriam um capitalismo puro que consolidasse os privilégios seculares das elites. Os tentáculos desta repressão se alongaram para o período da abertura política dos anos 80 onde, na Universidade era censurado apenas por dar guarida a textos de Paulo Freire e Leonardo Boff. Mas, a história continua e os radicais capitalistas também se vão.
Como eles, também envelheço e assisto, agora, a aproximação de Cuba aos Estados Unidos. Depois da queda do muro de Berlim, entendo que não faz mais sentido manter muros entre as nações. Os bloqueios econômicos como o praticado pelos Estados Unidos desde 1963 já não se sustentava. Muitos países - incluindo o Brasil - aliado dos Estados Unidos, já negociava abertamente com Cuba. Então, entendo que o levante do bloqueio e a sinalização de Obama no reatamento de relações diplomáticas com Cuba é mais um gesto que, com certeza, beneficia a poderosa economia norte-americana que viu a oportunidade de ampliar sua base comercial.
Se a medida será boa para os cubanos, só o tempo irá contar.
Pense nisto, enquanto há tempo"
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