quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os inativos e projeto de Yeda


Yeda atende pedido do Banco Mundial para acabar com carreiras no Estado
Olala,

Ainda não conhecemos a íntegra dos projetos de Yeda que pretedem modificar as carreiras dos servidores. Quero me ater em alguns aspectos possíveis tentando decifrar a intencionalidade mesmo antes de se ter em mãos o teor dos projetos de lei que devem chegar à Assembleia.

Um dos itens referidos no pacote trata da situação dos inativos, os aposentados pelo Tesouro do Estado.

Pois, implantando a meritocacia e tendo os salários dos ativos reajustados de forma desigual, fica a dúvida sobre como serão reajustados os inativos na vigência do novo plano de carreira. Temo que embutido nas reformas seja implantada também a vontade de arrochar ainda mais os salários dos servidores, impedindo que tenham reajuste paritário aos da ativa.

A valorização salarial através da meritocracia, nos moldes que a governadora quer implantar, é uma forma de bagunçar as carreiras, jogando um professor contra outro. Com a meritocracia, na mesma escola, pode haver dois professores que lecionam a mesma matéria, mas que, pela avaliação de desempenho, um recebe mais que o outro.

Tenho colegas que estão às vésperas da aposentadoria. Alguns faltando um ou dois anos para chegar lá. Muitos me perguntam o que fazer, já que até mesmo a Licença Prêmio deixará de existir para ser convertida em um período de três meses de estudo, sob controle do gestor, a cada cinco anos.

Entendo que, nenhum direito deverá ser anulado até a introdução das novas regras. Há, contudo, o transtorno de ter que garanti-lo somente na Justiça. E isto, sabemos, embora líquido e certo, demora anos.

Pelas informações que temos até o momento, a medida de Yeda visa desvincular o reajuste dos ativos e inativos. É o fim da paridade.Como há vencimentos diferentes a serem pagos aos ativos, fica difícil encontrar o meio termo que sirva de base para reajustar os proventos da aposentadoria.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A propaganda dos R$ 1.500,00 de Yeda


Yeda contesta no STF o piso nacional de R$ 950,00 mas promete piso de R$ 1.500,00 a professores. Dá para acreditar?

Olala,

Há uma semana a governadora Yeda fez um anúncio no Palácio Piratini dizendo que o novo piso de um professor estadual será de R$ 1.500,00. A mídia (rádio, jornal e tevê) reproduziram a informação em manchetes.

Cantaram a notícia estado a fora, condicionando a opinião pública que passou a achar que a informação era expressão da verdade.

Fui me informar sobre a benesse. Primeiro, custei a acreditar que a governadora que contestou no Supremo Tribunal Federal, junto a outros quatro governos, a implementação da Lei do Piso Nacional de R$ 950,00 proposto por Lula, de repente, abrisse a mão e oferecesse um piso superior. Estranhei, igualmente, que um governo que está no Cadin (Cadastro dos Inadimplentes) junto à União, que sequer implementou a merenda para o Ensino Médio em 2009, como quer o MEC, que não investiu os 35% em educação, pudesse acenar com uma proposta tão bondosa.

Na verdade, a proposta de Yeda não passa de uma jogada de marketing que foi bebida pela mídia sem ser degustada.

Senhores e senhoras professoras! Os tais R$ 1.500,00 como piso são uma ficção. Eles serão colocados como base de um possível Plano de Carreira que não existe. Yeda quer acabar com o atual Plano de Carreira que tem vantagens com progressão de níveis e classes, conforme a formação e o tempo de serviço, e quer forçar os atuais servidores a aderirem ao novo plano. O piso anunciado só valerá para os novos concursados que ingressarem no novo plano. E isto, não tenho dúvidas, só valerá para aqueles que fizerem concurso e forem nomeados no futuro. E, sabem quando isto vai acontecer?

É só olhar para a política dos governos neoliberais. Eles não fazem concurso. Eles enxugam o Estado. Eles defendem um Estado mínimo. Logo, com Yeda não terá concurso, só terá contratações. Mesmo porque, Yeda, na vontade dos gaúchos só será governadora até 31 de dezembro de 2010.

Então, devagar com o andor, que o santo é de barro. E, lamentavelmente a mídia embiragada distribui um veneno como se fosse remédio.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Ora,

A universitária de minisaia


Universitária ousou na roupa e desencadeou um tumulto em universidade paulista.

Olala,

Na última semana a mídia do país se ocupou de um assunto que causou polêmica no meio universitário. Trata-se do fato da universitária Geisy Arruda, e acadêmica de turismo, na Universidade Bandeirantes, de São Bernardo do Campo, ter comparecido à aula com um vestido curto.

A roupa chamou atenção dos colegas que protagonizaram uma algazarra no prédio, causando tumulto e culminou com o apoio da polícia militar para retirar a estudante do prédio.

As imagens gravadas em vídeo por celulares dos estudantes mostram a correria e o assédio à moça, ofendida pela multidão que, em coro, a chamava de "puta".

O episódio merece uma atenção detalhada. Num primeiro momento a universidade veio a público para defender a estudante e contestar a ação dos demais alunos. Mas, uma semana após, um comunicado da instituição culminava com o afastamento da acadêmica da universidade.

Caindo na Justiça, o episódio renderá muitas idas e vindas.

Tenho a convicção de que a moça será reintegrada á universidade, entendendo que o gesto de varrer da escola as pessoas que cometem algum deslize regimental não é o melhor meio para se garantir a formação de uma pessoa. Acho que houve excessos de lado a lado, mas perfeitamente corrigíveis à luz do bom senso.

Só estou me manifestando porque me junto àqueles que acham injusto afastar alguém da escola só porque cometeram um deslize. Vi a entrevista da moça na tevê e não percebi maldade na sua fala. Compreendeu o excesso praticado, mas, convenhamos, foi uma selvageria a avalanche que avançou sobre a moça.

Mais uma vez percebe-se que, em grupo, o ser humano perde a racionalidade e, para não ser diferente, se junta aos que defendem a selvageria.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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domingo, 1 de novembro de 2009

A força das rádios comunitárias


A rádio comunitária resgata e preserva a cultura popular nas comunidades.

Olala,

Tenho participado, neste final de semana, de um encontro de formação de trabalhadores de rádios comunitárias na regional de Palmeira/Frederico Westphalen.

Constatei o importante papel que estes trabalhadores realizam na democratização da sociedade e da comunicação. Disse, como painelista, que cada pessoa que trabalha nas rádios comunitárias ajuda a tornar realidade o sonho por liberdade, democracia, participação pregado por milhares de cidadãos brasileiros que, no passado, foram à rua para pedir democracia. Mais do que democratizar a comunicação, as rádios comunitárias resgatam a democracia das comunidades, permitindo que se ouçam na rádio, que tenham a cultura da comunidade divulgada e preservada.

No Brasil as rádios comunitárias surgiram na década de 70 e o primeiro registro dá conta que começou com dois jovens em Vitória (ES) com a rádio Livre Paranóica. Hoje são mais de 3.842 com processo de concessão autorizado pelo Ministério das Comunicações e outras 8 mil estão buscando legalização.

A rádiodifusão, como a mídia impressa, passa por transformações. As emissoras convencionais, que são empesas que visam lucro, não querem as rádios comunitárias. Têm medo de perder anunciantes, pois visam lucro. As comunitárias fazem bem à democracia e têm seu espaço garantido e afirmado na sociedade.

Elas têm um alcance mais direcionado ao interesse das comunidades, podendo ser a voz de inúmeros eventos, campanhas, festividades, atos que passam a ser pauta nas rádios comunitáiras. Sem preocupaçãocom o formalismo da programação, são mais livres e respondem à necessidade de informar e entreter os ouvintes, com eficiência.

Não temos dúvida que a afirmação das rádios comunitáiras deverá acontecer também na 1ª Conferência Nacional de Comunicação que acontece no país no ano que vem.
Pense nisto, enquento hátempo!