terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Wikileaks e internet


Julian Assange criou site que incomoda governos como o dos Estados Unidos.

Olala,
Estava participando de uma mesa temática sobre comunicação e democracia, em Vitória, ES, quando uma professora me indagou sobre o que eu achava do Wikileaks?

Percebi que temas que ganham a mídia entram nas mentes das pessoas e ocupam parte do cérebro. A curiosidade humana é uma virtude para quem está com olhos e ouvidos abertos para o que se passa ao redor.

Evidentemente que dei uma resposta filosófica sobre o assunto. Disse, na minha sinceridade que não tinha conhecimento profundo do tema mas que o mesmo tinha a ver com a liberdade que asociedade conquistou com o advento da Internet. É inegável que a internet possibilitou que milhões de pessoas pudessem ter acesso fácil e rápido ao conheciemnto, antes reservado às elites.

Fui, depois, pesquisar o que significa o Wiileaks, tão falado e comentado pela imprensa e pela diplomacia mundial. Trata-se de um site que publica documentos secretos que desagradam os governos. O WikiLeaks – justaposição do termo wiki, uma referência à enciclopédia colaborativa da internet Wikipédia e à própria ideia de cooperação digital, e leak, vazar, em inglês foi criado em 2006. No pacote de preciosidades reservadas, estão declarações confidenciais do governo dos Estado Unidos e de sua política exterior. O criador do site Wikileacks, Julian Assange, um australiano de 39 anos, teve uma trajetória marcada pela rebeldia no estudo, tendo trocado de escola 27 vezes.

Australiano de nsacimento mas morando na Suécia, Assange é buscado pela polícia por ter praticado crimes de assedio moral e estupro. Refugiou-se na Inglaterra onde se entregou à Justiça para ser ou não extraditado.

Entendo que Julian Assange, pelas revelações comprometedoras que expõem o governo Obama, deverá ser declarado inimigo dos Estados Unidos, na mesma proporção que Salman Ruschie foi declarado inimigo pelas autoridades dos países islâmicos.

Diplomacia à parte, entendo que as informações feitas no site Wikileaks sóaconteceram porque agentes públicos nos países facilitaram o acesso aos dados secretos. Como a Internet é uma rede livre, julgo que nenhuma corte irá punir Assange por ter veiculado dados na rede mundial de computadores.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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DDT e Assentamentos


Sebastião Pinheiro coordenou estudo sobre os efeitos do DDT em Assentamento.


Olala,
Quando as primeiras famílias de acampados chegaram ao assentamento de Capela de Santana não sabiam o que iriam encontrar pela frente. Havia uns descrentes com a terra chata e úmida e duvidando que dali pudesse sair algum tipo de produção. Afinal, boa parte eram descendentes das esgotadas fronteiras agrícolas do Alto e Médio Uruguai onde as terras são dobradas e de difícil mecanização.

Um obstáculo foi invisível e não foi percebido pelos assentados. Trata-se do depósito de produtos clorados como DDT(diclo-rodifinil-tricloroetano) e Aldrin espalhado pelos galpões. O produto era utilizado para combater pragas no cultivo de cana de açúcar, matéria prima que servia a um mega empreendimento que seria erguido no local.

Pois, alguns assentados, acabaram tendo o contato com os resíduos tóxicos o que motivou um estudo coordenado pelo agrônomo Sebastião Pinheiro da UFRGS. Alunos seus, em 1996, estudaram os efeitos do nocivo produto como estudo de caso. Como as efeitos do veneno se dão a longo prazo, não se conhece a conclusão dos estudos e se a pesquisa ainda está ativa na Universidade. Passadas duas décadas, não se sabe se o contato com os produtos tóxicos teve algum prejuízo entre os trabalhadores assentados.

Pense nisto, enquanto há tempo.
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Minha primeira reportagem


Destilaria foi erguida na década de 70 e faliu dando lugar ao assentamento Capela.

Olala,
1989. Eu era recém formado em Jornalismo. Guri novo e cheio de vitalidade. Um pouco rebelde estava ligado á política partidária assessorando o então deputado Adão Pretto. Ele tinha uma forte ligação com os movimentos sociais, especialmente o MST que, a época, era ativo e operava ocupações em terras devolutas.

Os assessores do mandato do Adão tinham uma forte inserção no movimento social e se embrenhavam nas lutas do MST na logítisica das ocupações.

Foi num Abril de 1990 que o MST tinha o cadastro de que havia uma área de 2027 ha de terra em poder do Banco do Brasil próximo a Canoas. O MST não dispunha de dados concretos que deveriam ser buscados em algum lugar.

Fui chamado para a tarefa estreiando na minha primeira incursão investigativa. Eu e o então assessor do MST, Antonio Cioccari. Eu de repórter e ele de cinegrafista marcamos uma entrevista com o proprietário da área, Sr. Garcia. Dissemos que éramos de uma equipe da TV Bandeirantes de São Paulo que queria conhecer as circunstâncias da falência do empreendimento.

O Sr. Garcia nos recebeu com uma churrasqueada no galpão crioulo especialmente erguido ao lado da também sede da fazenda que havia falido. Entre um vinho e outro fomos colhendo e gravando informações preciosas sobre o investimento.

Descobrimos, por exemplo, que o Sr. Garcia era aposentado do BB e tinha tido o aval do governo militar para construir no local uma usina de álcool que seria adicionado à gasolina na refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas. Numa época de crise do petróleo, o governo militar jorrava dinheiro para projetos alternativos de energia.
Foi assim que em 1975 foi erguido o maior complexo de produção de álcool do Sul do país em Canoas. E o Sr. Garcia falava com desenvoltura sobre as benesses de Delfim Netto no apoio ao empreendimento.

Gravamos o Sr. Garcia dizer que depois de erguido o prédio com três andares, moendas, grandes tanques, depósitos, alojamentos de funcionários, represa para resfriamento das máquinas, tubulações, caminhões, máquinas... foi obrigado a pedir falência simplesmente porque o Ministério da Agricultura não havia se preocupado com o suprimento da usina, plantando cana. Ou seja, o empreendimento faliu porque não tinha matéria prima para alimentá-lo. Contou o Sr. Garcia que toda a cana disponível nos arredores da usina durou um mês e meio para ser consumida.

Restou a falência e a intervenção do Banco do Brasil. Com a área em posse do Governo Federal e tendo este a tarefa de fazer a reforma agrária, o MST passou a cobiçar a área para futuro assentamento.

Conhecendo da geografia para chegar ao local, ainda tive, junto com o companheiro Joacir Picolotto, a tarefa de orientar os ônibus com acampados até a área para a primeira ocupação da terra que foi garantiu, em 1993, o Assentamento da Fazenda Capela abrigando 90 famílias, entre as quais a do atual deputado estadual Marcon.

Isso que é um pé na luta e outro no parlamento.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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