quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
No sambódromo
Olala,
Participei do carnaval de Porto Alegre desfilando pela Vila Isabel na noite do último sábado. Foi minha primeira vez na passarela. Uma sensação especial a de passar uma hora se exibindo para uma plateia eclética. As pessoas te olham sérias, outras sambando e outras gritando e cantando junto o enredo da escola.
Depois do desfile, percebi que os membros da escola estavam inebriados pela euforia e convictos de que a escola seguiria classificada. Normal para quem tem que estimular o grupo. Havia sete escolas disputando cinco lugares para o grupo principal, que eles chamam de especial.
Um dia antes vaticinei em meu blog que seria risco levar para a avenida um enredo que mistura magia, política e alimento saudável. Uma temática plural.
A escola baseada em Viamão tinha recursos limitados. A Prefeitura que sempre investiu na escola, este ano não destinou um centavo. Isto se refletiu nas fantasias e na decoração dos quatro carros apresentados no Sambódromo.
Como eu estava concentrado na estreia e na ala, não pude avaliar a evolução global da escola. Quem participa do Carnaval se foca na sua escola e não vê o desfile das concorrentes.
O resultado apontou a escola em último lugar e, como consequência, deixa o grupo especial. Num primeiro momento, muitos líderes da escola criticaram o resultado.
Para me certificar do resultado, resolvi retornar ao Sambódromo no reapresentação das escolas classificadas. Percebi a lógica na decisão. Achei justa a decisão em função do brilho dos carros, evolução e enredo das demais escolas. Valeu a ousadia da ESUVI em pautar um tema sério num momento de euforia.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sábado, 6 de fevereiro de 2016
Estréia no samba
Olala,
Sempre me disseram que samba é arte de negros. Da Cultura dos afrodescendentes. Não faz parte da cultura dos europeus dançar e sambar. Quando o fazem a ginga sai torta, atravessada e desengonçada. Sempre acompanhei o carnaval meio à distância. Ouvindo as musicas e vendo o povo desfilar. Admiro a persistência dos carnavalescos e suas equipes em resistir na festa que é um traço típicřo da cultura brasileira. Tem gente que vive disso e se prepara o ano inteiro para a exibição no Carnaval.
Pois não é que neste ano sou convocando a ir para o sambódromo. Eu e um grupo de amigos formamos a ala da reforma agrária na escola de samba da Unidos da Vila Isabel de Viamão. A escola escolheu homenagear o ex-deputado Adão Pretto e o tema da alimentação saudável. Achei ousado a escola do primeiro grupo da capital pautar um político no enredo, justamente num momento em que a política está em descrédito na mídia.
Horas antes do desfile, confesso que estou ansioso. Até procurei conseguir um bronzeado nos últimos dias para disfarçar a brancura do gringo e não ser vaiado na passarela. Me considero forasteiro nesta festa.
Aos 60 anos não imaginava estrear no sambódromo. Estou com a fantasia pronta e representarei um colono.
Não sei o que irá acontecer. Mas, confesso que estarei fazendo o melhor para não decepcionar. Relato depois como foi.
Afinal, para quem não renuncia a desafios, enfrentá-los é o melhor caminho enquanto há vida.
Pense nisto enquanto há tempo.
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
Árvores em POA
Árvores sem poda desabam com o vento em POA. |
Olala,
Tenho observado o endeusamento das árvores na capital dos gaúchos. Moro aqui desde 1980 e sempre ouvi falar bem das árvores. Não que eu seja contra as árvores, mas entendo que Porto Alegre dá valor excessivo ao vegetal.
Uma árvore é como uma pessoa, tem sua vida útil e necessita de um tratamento constante. Cresce robusta quando jovem e, na idade avançada, adoece e necessita de tratamento. Não que, quando jovem, não necessite de cuidado, mas, como uma pessoa, é na idade adulta que mais precisa de atenção.
Tenho observado que os porto-alegrenses maltratam as árvores. As autoridades ambientalistas municipais e o prefeito defendem as árvores sem limite. Argumenta-se que a capital ostenta o título de a mais arborizada. Mas, quais as consequências deste título?
Nossas árvores não tem poda constante, são plantadas ao longo das vias interrompendo dutos, as folhas e árvores acumulam nas vias gerando entupimentos e, o que é mais grave, são um risco eminente de danos.
As tormentas dos últimos dias demonstram que as árvores de Porto Alegre não suportam ventos fortes. Desabam como brinquedos nas mãos de crianças. A cada ventania é um estrago só.
Sem pessoal suficiente para atender à demanda por poda e sem instrumentos para detectar árvores ocas, assistimos a uma derrubada de jacarandás, cinamomos, flamboyants que desabaram sobre a capital. Contingência normal para quem não avalia todas as circunstâncias da arborização.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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