sábado, 6 de fevereiro de 2016
Estréia no samba
Olala,
Sempre me disseram que samba é arte de negros. Da Cultura dos afrodescendentes. Não faz parte da cultura dos europeus dançar e sambar. Quando o fazem a ginga sai torta, atravessada e desengonçada. Sempre acompanhei o carnaval meio à distância. Ouvindo as musicas e vendo o povo desfilar. Admiro a persistência dos carnavalescos e suas equipes em resistir na festa que é um traço típicřo da cultura brasileira. Tem gente que vive disso e se prepara o ano inteiro para a exibição no Carnaval.
Pois não é que neste ano sou convocando a ir para o sambódromo. Eu e um grupo de amigos formamos a ala da reforma agrária na escola de samba da Unidos da Vila Isabel de Viamão. A escola escolheu homenagear o ex-deputado Adão Pretto e o tema da alimentação saudável. Achei ousado a escola do primeiro grupo da capital pautar um político no enredo, justamente num momento em que a política está em descrédito na mídia.
Horas antes do desfile, confesso que estou ansioso. Até procurei conseguir um bronzeado nos últimos dias para disfarçar a brancura do gringo e não ser vaiado na passarela. Me considero forasteiro nesta festa.
Aos 60 anos não imaginava estrear no sambódromo. Estou com a fantasia pronta e representarei um colono.
Não sei o que irá acontecer. Mas, confesso que estarei fazendo o melhor para não decepcionar. Relato depois como foi.
Afinal, para quem não renuncia a desafios, enfrentá-los é o melhor caminho enquanto há vida.
Pense nisto enquanto há tempo.
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