terça-feira, 29 de novembro de 2011
Edimburg II
Na Escola de arte, alunos trabalham coletivamente.
Olala,
Em Edinburgh achei tempo para visitar umas escolas secundárias. Em todo o Reino Unido eles têm um sistema educacional diferente do nosso. Possuem creches públicas e privadas e escolas primárias que atendem nove anos. As escolas secundárias são diferentes das nossas. Eles possuem um Ensino Médio de dois anos seguido de uma formação mais técnica de dois anos. Só depois disso é que o estudante pode acessar a Universidade.
Na parte física as escolas são um luxo. Os ambientes são todos climatizados e as estruturas conservadas e limpas. Não há qualquer pichação nos espaços da escola. A pavimentação asfáltica ou de basalto e cerâmica está por todo o lado.
Equipamentos de prevenção de incêndio e sinalização dos ambientes é muito comum.
As sala de aula são equipadas por disciplina. A sala de matemática, por exemplo, é cheia de aparelhos de precisão, esquadros, balanças e instrumentos métricos colocados em prateleiras à disposição dos professores. Cada sala é destinada a uma disciplina diferentemente do sistema brasileiro onde quem circula de sala em sala é o professor.
O professor, aliás, recebe em média R$ 8 mil mensais ou R$ 100 mil anuais. Quando cheguei peguei uma greve dos professores. Há 25 anos o sindicato não chamava greve e eles pararam por um dia. Motivo: o governo decidiu congelar os salários nos próximos dois anos e informou que, devido ao aumento da expectativa de vida que está em 80 anos, as aposentadorias dos trabalhadores saltam dos atuais 65 anos para 68 anos para homens e mulheres.
A Escócia tem população decrescente. As escolas estão perdendo alunos. Eles estudam num turno e, no outro, retornam para atividades complementares. Na escola que visitei, os alunos retornaram para a prática de natação em uma piscina térmica.
O reino Unido aplica 9% do PIB em educação. Nós 4,3%. Fico pensando quanto tempo ainda vai levar para o Brasil chegar aos padrões ingleses de ensino.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Edimburgo, 6 graus
Edinburgo, cidade com construções adaptadas tipicamente ao frio. |
Olala,
Estou em Edimburgo, na capital da Escócia. Depois de passar por Paris, vindo de São Paulo e Porto Alegre, estou aqui na terra do filósofo e economista Adam Smith, Kate Midlleton e Susan Boyle só para falar de famosos.
Mas, é também a terra dos queridos súditos da rainha Elizabet II, adorada e presente em tudo, inclusive nas moedas e notas de Libra que circulam no Reino Unido. O RU não aderiu ao Euro e manteve sua moeda.
Estou teclando no PC de meu filho Fernando que veio para cá há quase dois anos. Inicialmente veio para estudar e aprender inglês, mas deve acabar ficando por aqui onde estuda e trabalha.
Deixei um verão com uma temperatura de 30 graus para cair numa geladeira de 6 graus. Disse-me meu filho que durante meio ano aqui as pessoas vivem no frio. O verão dos escoceses tem uma temperatura média de 12 graus. E acreditem, vão pegar sol numa praia de areia cinzenta e água gelada. Por isso, aqui são todos uns branquelas. Para provocar, presenteei meu filho com um óculos de sol.
Dá para ver como as pessoas são diferentes por aqui. A maioria são altos e loiros de olho azuis, tipicamente de etnias arianas. Muitos, velhos.
Mas o que logo chama atenção a um estrangeiro que chega no Reino Unido é a mão inglesa no trânsito. Fui caminhar na rua e quase fui atropelado. Na hora que botei o pé para atravessar veio um carro e tirou casquinha de mim. Só depois fui perceber que eles usam a mão contrária a nossa. O que para nós é faixa de ida para eles e de volta e vice versa. É, igualmente estranho ver os carros e os motoristas no volante dirigindo pela direita. É uma mudança e tanto!
Estou programado para ficar por aqui uma semana. Mas, antevejo que terei mais tempo sob os telhados cimentícios das construções em série do que na rua. Peguei uma época de chuva e a cada dez minutos cai água gelada por aqui.
Viajei deixando uma greve do Cpers na certeza de que, quando retornar, tenha terminado.
Avante!
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sábado, 12 de novembro de 2011
A tática do Cpers
Opção pela greve tumultua escolas e fragiliza relação com o governo que está fazendo mudanças na educação.
Olala,
Tenho acompanhado os movimentos que o governo e o Cpers têm feito. Na condição de cidadão e militante tenho expressado particularmente minhas opiniões sobre as táticas do governo e do Cpers. Escrevo na condição jornalista e professor que sou. Minha fala não expressa necessariamente a opinião de outros companheiros do governo que atualmente integro.
Andando pelo Rio Grande percebo vozes de sindicalistas dispostos a enfrentar o atual governo. Tarso se elegeu em primeiro turno com a maioria de votos, teve um programa de governo aprovado, mas sua implementação é, agora, contestada por parte das lideranças do Cpers e por parte especialmente de quem não tem identidade com o projeto do atual governo.
O Cpers está chamando a categoria para uma assembléia com resultado definido: ou Tarso paga o Piso, ou o Cpers para as escolas.
É preciso reforçar que, se esta for a condição, com certeza a greve será longa, pois o governo atual não tem recursos para integrar 100% do piso. Tarso garantiu que vai integralizar o Piso ao longo dos quatro anos de governo. Esta é a promessa que não foi desfeita. Para caminhar nesta direção, já pagou 10,91% em 2011 e já colocou no Orçamento de 2012, que está na Assembléia, mais R$ 400 milhões que vão constituir o percentual do piso a ser definido em janeiro próximo.
Mas, quem tem compromisso com o atual governo, tem que saber que, diferentemente do s dois governos anteriores, o atual governo, no seu primeiro ano também garantiu: pagamento das promoções de 2002 para 9500 professores que passaram a ter mais 10% sobre o básico; reconheceu o papel do sindicato ao liberar os dirigentes retidos pela Yeda; abonou os dias de greve e abriu diálogo com a entidade; anuncia concurso público para mais de 10 mil professores e 3 mil funcionários de escola em 2012; acabou com a ingerência externa nos programas de alfabetização (Ayrton Senna, IDC e Geempa); investiu R$ 100 milhões nas escolas e articulou convênios com o Governo Federal que vão garantir mais de R$ 200 milhões para melhorar a infraestrutura das escolas em 2012; projeto Província de São Pedro que garante computador a 100 mil alunos de escolas da fronteira e região metropolitana; está dialogando e construindo com a comunidade escolar, através do debate, o novo Ensino Médio Politécnico e as novas bases do Sistema de Avaliação Institucional Participativa Interna sem destruir a carreira; articulou com o MEC programas que garantem a gratuidade da formação inicial e continuada dos professores efetivos; está construindo uma alteração da Lei da Gestão Democrática e da Autonomia Financiera, para garantir mais democracia e recursos para as escolas.
Por estas razões, o governo Tarso não pode jamais ser caracterizado como os anteriores. Se muito não pode ser feito no primeiro ano, é por que as bases econômicas não permitiram avançar mais.
Entendo que, ignorar o esforço do atual governo pode ser tarefa para quem é oposição ao projeto atual, mas jamais deve ser meta de quem tem o compromisso de implementar o PGE sufragado com a eleição de Tarso.
Se o Cpers decidir greve, como preanunciam as decisões dos núcleos, se estará diante de um desgaste para ambas as partes: Cpers e governo.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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