sábado, 12 de novembro de 2011

A tática do Cpers


Opção pela greve tumultua escolas e fragiliza relação com o governo que está fazendo mudanças na educação.

Olala,
Tenho acompanhado os movimentos que o governo e o Cpers têm feito. Na condição de cidadão e militante tenho expressado particularmente minhas opiniões sobre as táticas do governo e do Cpers. Escrevo na condição jornalista e professor que sou. Minha fala não expressa necessariamente a opinião de outros companheiros do governo que atualmente integro.

Andando pelo Rio Grande percebo vozes de sindicalistas dispostos a enfrentar o atual governo. Tarso se elegeu em primeiro turno com a maioria de votos, teve um programa de governo aprovado, mas sua implementação é, agora, contestada por parte das lideranças do Cpers e por parte especialmente de quem não tem identidade com o projeto do atual governo.

O Cpers está chamando a categoria para uma assembléia com resultado definido: ou Tarso paga o Piso, ou o Cpers para as escolas.

É preciso reforçar que, se esta for a condição, com certeza a greve será longa, pois o governo atual não tem recursos para integrar 100% do piso. Tarso garantiu que vai integralizar o Piso ao longo dos quatro anos de governo. Esta é a promessa que não foi desfeita. Para caminhar nesta direção, já pagou 10,91% em 2011 e já colocou no Orçamento de 2012, que está na Assembléia, mais R$ 400 milhões que vão constituir o percentual do piso a ser definido em janeiro próximo.

Mas, quem tem compromisso com o atual governo, tem que saber que, diferentemente do s dois governos anteriores, o atual governo, no seu primeiro ano também garantiu: pagamento das promoções de 2002 para 9500 professores que passaram a ter mais 10% sobre o básico; reconheceu o papel do sindicato ao liberar os dirigentes retidos pela Yeda; abonou os dias de greve e abriu diálogo com a entidade; anuncia concurso público para mais de 10 mil professores e 3 mil funcionários de escola em 2012; acabou com a ingerência externa nos programas de alfabetização (Ayrton Senna, IDC e Geempa); investiu R$ 100 milhões nas escolas e articulou convênios com o Governo Federal que vão garantir mais de R$ 200 milhões para melhorar a infraestrutura das escolas em 2012; projeto Província de São Pedro que garante computador a 100 mil alunos de escolas da fronteira e região metropolitana; está dialogando e construindo com a comunidade escolar, através do debate, o novo Ensino Médio Politécnico e as novas bases do Sistema de Avaliação Institucional Participativa Interna sem destruir a carreira; articulou com o MEC programas que garantem a gratuidade da formação inicial e continuada dos professores efetivos; está construindo uma alteração da Lei da Gestão Democrática e da Autonomia Financiera, para garantir mais democracia e recursos para as escolas.

Por estas razões, o governo Tarso não pode jamais ser caracterizado como os anteriores. Se muito não pode ser feito no primeiro ano, é por que as bases econômicas não permitiram avançar mais.

Entendo que, ignorar o esforço do atual governo pode ser tarefa para quem é oposição ao projeto atual, mas jamais deve ser meta de quem tem o compromisso de implementar o PGE sufragado com a eleição de Tarso.

Se o Cpers decidir greve, como preanunciam as decisões dos núcleos, se estará diante de um desgaste para ambas as partes: Cpers e governo.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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