domingo, 10 de junho de 2012

Lojas que sumiram com o tempo

Relojoarias e casas de fotografia ficaram obsoletas com o advento do celular.


Olala,

Um amigo meu, formado em fotojornalissmo na década de 80, que andava fora de Porto Alegre havia algumas décadas, voltou.

Circulou o mundo fazendo fotos e ganhando dinheiro como freelancer. Preferiu não se regrar a normas fixas ficando preso a um empregador. Fez a opção do liberalismo, da vida como elça vem.

Casou nas andanças e, como consequência, teve uma filha.

Voltou pra Porto Alegre, 25 anos após, mais envelhecido e disposto a recomeçar. Me pediu um conselho:
- Cara, acho que vou abri um negócio em Porto Alegre!, exclamou.
Pergunetei: que negócio?
- Olha, eu sou profissional da fotografia. Sou formado na melhor universidade particular do país, a PUC e acho que está na hora de meter a cara num negócio fixo!
- Que negócio tu pretende abrir?, indaguei.
 - Um laboratório de fotografia ou uma joalheria!, exclamou.

Putz!. Percebi que as voltas que o amigo fez pelo mundo não serviu para tudo.
Logo uma loja de fotografia e de relógios!.

Depois de uns copos de cerveja que ele tomou e ficou mais leve, pois eu não constumo bveber muito, resolvi ajudar o amigo.

Veja bem. Com certeza tu vai te afundar ainda mais se tomar o caminho deste negócio que tu valou. Não temo como sair ganhando hoje em dia com uma loja de relógio ou de fotografia.
- Como assim?, indagou, perplexo.
Não preciso ser muito inteligente para perceber que o mercado costuma reciclar certas atividades comerciais. Na era do celular que está nas mãos de mais da metade da população, não temo como prosperar vendendo relógios ou revelando filmes. Hoje, todo o celular mais moderno já faz fotos alos milhares e registra a hora com despertador e agenda eletrônica. Cada vez são mais raros aqueles que compram um relógio para pendurar no pulso.

Há certas atividades comerciais que foram pro beleléu com o advento das novas tecnologias. É só você prestar atenção como acabaram as lojas que vendem discos, CDs, relojoarias, laboratórios fotográficos, entre outros.

Com minha reflexão, acho que ajudei a frustrar o sonho de mais um comerciante. Mas, nunca é tarde para prevenir.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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domingo, 3 de junho de 2012

Lanche em aviões

 Bastou as classes B e C viajarem para que a alimentação fosse suspensa nos voos.

Olala,

Quando as classes B e C ascendem, os ricos ficam desconfortáveis.

Tenho, de vez em quando, andado de avião. No passado, este meio de transporte estava mais restrito a executivos e pessoas abastadas. Geralmente das classes A e B.

Aí veio o governo Lula e criou políticas de distribuição de renda que permitiram as classes C e D ascender. Veio a concorrência das empresas aéreas e mais gente passou a andar de avião.

Os aeroportos foram surpreendidos com tanta gente viajando e ainda se engalfinham em obras para atender tanta gente.

O curioso é perceber como as companhias aéreas passaram a cortar benefícios durante as viagens. O onze de setembro adicionou itens de segurança nos aeroportos e aviões e as companhias aéreas passaram a se degladiar na redução de custos das passagens.

Um sinal desta disputa no ar é percebida durante os voos. Há companhias que suprimiram completamente o serviço de bordo. O lanche servido na viagem já não existe. Nem mesmo um copo d’água pra arrefecer a garganta seca gerada pelo ar pressurizado.

È constrangedor ser abordado no avião por um comissário que lhe apresenta um cardápio que cobra R$ 5,00 por um copo de água. Uma guerra pela redução de custos que expõe os trabalhadores aeronautas e passageiros.

Entendo que a ANAC deveria disciplinar e padronizar que itens mínimos disponibilizados pelas companhias aéreas em viagens, evitando expor os usuários e aeronautas a constrangimentos no comércio a bordo. E já ouvi comentário de que os próprios comissários passam a receber comissão da empresa quando conseguem empurrar boas vendas para os passageiros.

Quando a classe C sobe ao céu, a ganância do capital é tão vorás que, também lá, acaba explorada. Lamentavelmente.

Pense nisto, enquanto há tempo!
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Piso e carrreira (I)

Professores gaúchos investiram na carreira diferente dos damais estados e municípios do país.

Olala,

Tenho particularmente acompanhado com atenção este debate que confronta posições das mais diversas sobre o tema piso e carreira. Vivo, particularmente, a riqueza deste debate por ser professor, sindicalista e atualmente gestor público. A pauta, na maneira que está posta no Rio Grande do Sul, confronta com a realidade posta nos demais estados e municípios brasileiros.

Do Mampituba para cá, por diversas razões, os trabalhadores em educação, movidos por uma organização sindical, tiveram sua luta de classe voltada para criar e incorporar vantagens na carreira. Os mais antigos sabem que, no passado envolto em inflação galopante que mudava da noite para o dia, não adiantava lutar por básico salarial, porque ele era engolido no dia seguinte.

Nestes períodos da década de 70 do século passado, quando o país vivia sob domínio da ditadura, os trabalhadores passaram a investir em direitos de carreira. Era mais fácil barganhar dos governos vantagens na carreira do que índices de reajuste. Estas vantagens acabaram beneficiando a categoria ao longo dos anos. Foi amparado nesta base de luta que o Magistério gaúcho aprovou, em 1974, o ainda atual Plano de Carreira que garante vantagens temporais, nos níveis e classes, conforme a formação e o tempo de serviço. É também desta época que nasce o difícil acesso que dá ganho maior ao professor que leciona em áreas inóspitas e distantes. Desta época surge a vantagem da regência de classe e a gratificação de direção que dá ganho aumentado ao professor que está nestas funções.

 É nesta época que se agrega a vantagem de 15% e 25% no básico do servidor que completa 15 e 25 anos de serviço público. Ainda, para evitar que o vencimento do professor fosse menor que o do piso regional, surge o abono. Ao invés de melhorar o salário básico, a opção feita pela categoria e acordada com os governos foi a de garantir direitos de carreira. Um lampejo de melhoria no básico aconteceu no final do governo Jair Soares quando aprovou um básico de 2,5 SM mas que o governo seguinte derrubou. O tempo muda, vem a democracia e o estado nacional percebe que há distorções gritantes no pagamento de professores nas redes municipal, estadual e federal. A maioria dos municípios e muitos estados não dá carreira aos professores.

E aí, de forma justa, entra em cena o Governo Federal e com Lula intervém para exigir um piso mínimo aos professores do país. E faz isso para assegurar condições mínimas aos professores públicos do país. Cria-se o piso profissional nacional do magistério. Hoje o valor deste piso está fixado em R$ 1.451,00 para 40 horas. A cada ano, em fevereiro, este valor é reajustado. A base de cálculo é o crescimento anual do valor do Fundeb. Em 2012 foi de 22%, contra um INPC de 7,5%. Não tenho dúvida que o Brasil e o governo federal vão continuar reajustando o valor do piso acima do INPC, porque é necessário elevar gradativamente o salário do professor que não tem carreira no país. Seria uma injustiça repor somente o INPC a quem só tem o piso como base para a remuneração.

Pense nisto, enquanto há tempo! .