domingo, 18 de outubro de 2009

Doutores e mestres sem didática


Para ser professor, não basta apenas ser mestre ou doutor. Tem que ter domínio da didática.

Olala,

Há, no Brasil, a compreensão de que basta ser mestre ou doutor para ser um bom professor. É só olhar para os bancos de professores das nossas universidades para ver qual é o critério apontado como primeira opção para qualificar os cursos: é o número de doutores e mestres que têm na equipe.

Dias atrás, fui assistir a uma palestra de um doutor numa universidade. Lá estava um senhor de cabelos grisalhos, contando, em detalhes, os desafios que teve ao longo de sua vida acadêmica. Sempre foi pesquisador na universidade, efetivou-se na instituição pela porta do concurso e é hoje professor titular.

No seu currículo, não cursou disciplinas didáticas, mas está hoje designado a desafiar os outros a construírem seu conhecimento. Durante uma hora e meia usou o microfone e espalhou ideias a uma plateia silenciosa e estática. Fala pausada, cheia de conceitos e indagações.

Uma projeção audiovisual servia de apoio, mas a exibição não tinha sincronia com a fala do palestrante. O que era mostrado na tela não tinha nexo com as palavras do doutor.

Pois, este protótipo d professor faz escola, isto é, este modelo de professor, bancário no ensinar, de tese pronta e acabada, sem permitir a interação com o público, anda no meio de nós. As universidades formam doutores e as escolas se orgulham de tê-los em seus quadros. Mas, será que estes mestres e doutores foram formados com a didática do ensino? Será que não seria obrigatório que todo o professor, da educação básica à universidade, tivesse cursado disciplinas didáticas?

A forma de despertar o interesse pelo conhecimento dos alunos necessita de métodos e didáticas específicas. Não basta ser apenas doutor. É preciso ser um doutor que sabe comunicar e estimular os alunos na tarefa de adquirir conhecimento. Aliás, cada vez mais o professor perde espaço para outros meios de transmissão de conhecimento. O professor moderno, é, pois um motivador, um provocador, um problematizador da realidade, visando ajudar o aluno a encontrar seu próprio caminho.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sábado, 17 de outubro de 2009

A sunga do Suplicy


Depois do cartão vermelho, Suplicy ataca de superhomem servindo como garoto-propaganda para uma rede de tevê


Olala,

Acabo de ler mais uma notícia que ilustra o folclórico político de nosso país. Vem do senado. Trata-se de mais uma informação que certamente ocupará a pauta de nossos senadores durante a semana. Desta vez, aderindo às agenda de um programa de tevê, o senador aceita percorrer os corredores do Senado vestido de Sunga vermelha, igual ao cartão vermelho que já utilizou na tribuna.

Como conhecedor do marketing, não tenho dúvida que o gesto do senador correrá o país e servirá para que mais uma vez o senado seja focado com suas estrepulias.

O episódio, como outros, receberá a censura de seus pares e, invocando o decoro, um senador será chamado a elaborar um parecer que será encaminhado à Comissão de Ética e votado. Certamente o autor da cuecada não será punido. No máximo advertido.

Fatos como este furam a agenda política e viram notícia. Gerados por quem deveria zelar pela seriedade no trato da política, acabam desviando a atenção necessária para o foco de outras importantes questões em debate no Congresso Nacional. É o jogo de cena, o circo romano, o ópio cultivado como método para evitar que a população e seus representantes reflitam sobre temas cruciais como os ligados às pautas política, trabalhista, econômica e social que demandam regulamentação no Congresso.

A soma dos episódios folclóricos e tétricos tornados públicos recentemente envolvendo os senadores, levam a conclusão de que nosso país não necessita de um parlamento bicameral. Temos 83 senadores para dar suporte ao princípio da representação federativa. Mas com tantos atos secretos e obscuros e com tão pouca produtividade útil ao país, ficamos em dúvida se o Senado deveria existir.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

As cinco formas de virar diretor de escola no Brasil


Gestão da escola pode nascer de um ato democrático ou autoritário.

Olala,

Depois que me inscrevi como candidato a diretor de escola, fui procurar ler mais sobre este tipo de cargo. Cheguei a conclusão que existem pelo menos cinco formas de uma pessoa virar diretor de escola pública no Brasil. Vamos a elas:

1. Indicação ou nomeação. O diretor é indicado pelo gestor, no caso o secretário da Educação ou o governador. É uma prática muito comum no Brasil, especialmente em prefeituras que não seguem princípios democratizantes.

2. Eleição direta. O diretor é escolhido pela comunidade escolar através do voto direto dos segmentos professores/funcionários e pais/alunos. É prática muito freqüente nas administrações populares e democráticas.

3. Lista tríplice. A comunidade escolar elege pelo voto três possíveis candidatos. Um deles será referendado e confirmado para o cargo por decisão do gestor superior, no caso, o secretário de educação, o prefeito ou o governador. Era prática comum nas administrações do PDT.

4. Concurso. A escolha é feita por concurso público e o diretor é nomeado para o cargo que passa a ser vitalício. Pratica comum em escolas estaduais em São Paulo mas pouco comum no Brasil.

5. Gestor contratado. Designado diretor por meio de contratação de empresa de prestação de serviço de gestão, a função de diretor acaba sendo um serviço terceirizado. Prática ensaiada no RS em algumas escolas onde a Fundação Unibanco foi contratada para gerir algumas escolas.
Pense nisto, enqunto há tempo!
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terça-feira, 13 de outubro de 2009

A investida do latifúndio


Mídia faz coro aos parlamentares que querem manter latifúndio sem cumprir função social.

Olala,

Todos estamos assistindo à investida do agronegócio, ou do agribusiness como chamam, sobre a pequena propriedade. Num Brasil continental onde de um lado há muita área sem cultivo ou subcultivada e, do outro, grandes levas de trabalhadores privados da terra, o debate sobre a reforma agrário é um imperativo.
Mas, no Brasil de Lula este debate não foi pautado.

Então, quem, vez por outra traz o assunto na pauta são os representantes do latifúndio. É impressionante como sempre que algum interesse do latifúndio é ameaçado, surgem denúncias acusando os assentamentos da tímida reforma agrária. Tudo para tentar sensibilizar a sociedade. Mas, o que está em jogo mesmo é a votação, no Congresso, e requerimento que pede a CPI do MST. Alguns parlamentares capitaneados pela senadora Katia Abreu, presidente da CNA, usam a mídia para semear a revolta contra os assentamentos.

Na disputa, ignoram que a reforma agrária pressionada pelo MST já possibilitou que mais de 500 mil famílias fossem assentadas nos últimos 25 anos. Não fossem as ocupações e a pressão dos sem-terras teríamos mais favelados e fome nas cidades.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O direito de competir


Sommacal entregou documentos ao presidente da Comissão Eleitoral do Colégio Protásio Alves.

Olala,

Existem experiências que a gente tem prazer em vivenciar. Não sei se é assim para todos, mas sempre tive paixão por disputas, especialmente quando a gente é desafiado a disputas por ideias.

Amparado pela possibilidade legal, decidi há algum tempo disputar a direção da escola que leciono. É o Colégio Estadual Protásio Alves, a segunda maior escola em número de alunos da rede pública estadual.

Decidi concorrer depois que fui falar com a atual diretora que me disse, depois de passar por duas gestões sucessivas, estar em dúvida sobre se iria concorrer para um terceiro mandato. A dúvida me indignou. Li, nasua indecisão o desejo de ser candidata pela terceira vez.

Como participei da elaboração da Lei da Gestão Democrática que previa uma recondução apenas, me senti desafiado a entrar no páreo para disputar a eleição, tentando garantir o rodízio na direção da escola.

Entendo que a experiência da gestão não pode ser perpétua, quase vitalícia, mas rotativa e alternada. Por isso decidi me juntar a professores e alunos para partir para a disputa. Hoje entreguei um Plano de Ação que pretende implementar um colegiado na escola. E criei um blog com a campanha.

Numa gestão que acabou com o Grêmio de Alunos, que viu acabar o Grêmio de Professores e que tem os alunos privados do acesso à informática, sobram motivações para transformar o ambiente escolar. È nesta plataforma que ouso competir na boa e saudável disputa democrática.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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domingo, 4 de outubro de 2009

Gracias a la vida, Mercedes Sosa


Mercedes Sosa contribuiu com outros artistas a contestar as ditaduras do continente latinoamericano.

Olala,

Minha identidade latino-americana, com certeza, foi estimulada pela música. Ainda criança, no interior do Estado, quando o rádio apenas começava a existir, ouvia, à noite, as interferências de rádios argentinas e uruguaias invadindo a frequência das emissoras brasileiras. Nelas, os grandes sons do Plata de Gardel, Piazzola e da grande e extraordinária Mercedes Sosa. Como criança, descobri que minha aldeia embora fosse o centro do mundo, estava rodeada de outras aldeias próximas e distantes.

Cresci admirando o som de Mercedes Sosa, que acaba de nos deixar.

Seu legado musical, especialmente para os que lutam por democracia no continente foi exemplar. Seu peculiar timbre de contralto era inconfundível e suas palavras sempre se alinharam entre aqueles indispensáveis defensores das ideologia de rechaço aos governos imperialistas, ao consumismo e à desigualdade social. A música sobreviviendo de sua autoria e interpretada por vários autores é exemplar.

Às letras de sua música são um tributo a todos os amantes da liberdade e da solidariedade. Na "Gracias à la vida" cantou o sofrimento do povo chileno retratado numa letra da também grande Violeta Parra. Juntou-se a artistas brasileiros como Milton Nascimento, Beth Carvalho, Caetano, Chico Buarque, entre outros para contestar a ditadura e pedir democracia. Sua mensagem musical percorreu o mundo e serviu de estímulo às mentes e a multidões.

Sua voz carregou sempre uma profunda mensagem de compromisso social através da música folclórica, sem prejuízos para a expressão musical. Seu talento indiscutível, sua honestidade e suas profundas convicções deixam uma enorme herança para as gerações futuras. Admirada e respeitada em todo o mundo, Mercedes se constituiu como um símbolo do acervo cultural mundial que fica para sempre.

Aos 74 anos, esta argentina de Tucumán, acaba de falecer nesta madrugada. La Negra como era conhecida, por seus cabelos longos e escuros, Mercedes deixa a marca dos cantores e interpretes engajados socialmente.

Mas, os cantores também são pessoas e a natureza humana diz que também partem. Mercedes Sosa é uma partida que deixa saudades.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Oimpíada 2016 é no Rio


Rio será a primeira cidade da América Latina a realizar uma Olimpíada.

Olala,

Em Copenhague, na Dinamarca, o Comitê Olímpico Internacional(COI) anunciou a nova sede da Olimpíada de 2016: o Rio de janeiro, Brasil. Será a primeira vez que a América do Sul sediará a competição.

Concorriam outras três candidatas, Chicago(EUA) Tokio(Japão) e Madri(Espanha), numa das mais acirradas disputas da história.

A escolha do Brasil deve ter se dado pelas condições geradas pela imagem internacional aplicada pelo presidente Lula e pela forma segura no enfrentamento da recente crise internacional. Foi uma choradeira geral de alegria. Lula comemorou e chorou. Dilma também.

O Brasil, na próxima década, irá respirar esportes sendo base para dois dos maiores eventos mundiais: a copa do mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

É certo que a próxima década será conhecida como a década do esporte para o país. Estes eventos irão movimentar a economia, impulsionar negócios e afirmar projetos. Hotéis, estradas, restaurantes e toda uma infraestrutura turística será acionada para acolher pessoas do mundo todo. Será uma oportunidade de emprego, crescimento e êxito para muitos.

Abas as competições servirão como um belo palanque para promover pessoas e a consolidar a aficiência.

Com o evento o Brasil soma ponto no conceito internacional, abrindo caminho para trazer investimentos e reforçar a imagem positiva de nação emergente em busca de afirmação internacional.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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