sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Pobres e ricos


Olala
Como está distribuída a riqueza do planeta? Você sabia que 1% da população mundial tem patrimônio médio de US$ 760 mil dólares anuais em investimentos. São 34 milhões de pessoas, ou seja, 0,7% da população detém o mesmo que os 99% restantes da população mundial.
Os dados vêm do Credit Suisse, uma confiável instituição financeira mundiail.

No Brasil, a renda média doméstica triplicou entre 2000 e 2014, aumentando de US$ 8.000 dólares por adulto para US$ 23.400, segundo o relatório. A desigualdade, no entanto, ainda persiste no país, que possui um padrão educativo desproporcional, e ainda a presença de um setor formal e outro informal da economia, aponta o relatório.

É impactante perceber tamanha desigualdade com um de cada 100 habitantes do mundo ter tanto quanto os 99 restantes. E 0,7% da população mundial monopoliza 45,2% da riqueza total e os 10% mais ricos têm 88% dos ativos totais.

Ainda que o número dos muito ricos (aqueles que têm um patrimônio igual ou superior aos US$ 50 milhões tenha perdido aproximadamente 800 pessoas desde 2014 por conta da força da moeda norte-americana frente ao resto das grandes divisas, o número de ultrarricos (aqueles que têm US$ 500 milhões de dólares ou mais aumentou. Por país, quase a metade dos muitos ricos vive nos EUA (59.000 pessoas), 10.000 deles vivem na China e 5.400 vivem no Reino Unido.

E a expectativa é de que com a indústria mundial em crescimento, a riqueza seguirá com sua trajetória de ascensão. O número de pessoas com um patrimônio superior a um milhão de dólares crescerá 46% nos próximos cinco anos. Toda a riqueza mundial crescerá até 2020 a um índice de 39%. Na Espanha, o número de pessoas com patrimônio superior a um milhão de dólares chegou em 2015 a 360.000 pessoas, 21% a menos do que no mesmo período em 2014.

A concentração de riqueza torna desiguais as oportunidades de desenvolvimento dos países. Quando a renda é concentrada, sobra sofrimento e miséria.
Pensem nisso, enquanto há tempo!
.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Trem livre

Trem circula entre carros e  ônibus em Edimburgo.

Olala
Alguns símbolos públicos revelam se uma coletividade está ou não segura. A segurança é, ao mesmo tempo, uma sensação formada a partir de imagens e fatos vividos quotidianamente pela pessoa.

Quando um indivíduo vai no serviço e ouve os colegas falarem de assaltos, quando se vai para casa ao término de uma jornada e, ligando a TV, se busca relaxar, mas encontra um desfile de atrocidades noticiadas, quando se observa que os carros estacionados nas vias públicas portam sensores que piscam, quando se olha as casas todas postas em condomínios fechados e murados, protegidos por cercas eletrônicas, cães e câmeras de vídeo... atesta-se que estamos num ambiente inseguro.

Reproduzo, nesta coluna, uma imagem colhida noutro ambiente distante daqui. Ela é de uma cidade do norte da Europa, Edimburgo, com quase 500 mil habitantes. Nela, como em outras cidades, pude constatar a sensação de segurança.

Tomo como exemplo, o espaço do trem que circula pelo centro da cidade. Só se percebe a existência do serviço ao constatar a aproximação do veículo movido a eletricidade, se aproxima. Não há qualquer cerca ou proteção que delimite o trajeto feito pelo trem sobre os trilhos nas vias da cidade.  A rede de ônibus conhecidos como double deker e taxis se encarrega de captar o transbordo de usuários nas viagens curtas.

As pessoas portam um cartão para ter acesso ao trem. E o passaporte intransferível é o salvo conduto do usuário. Vez por outra, por amostragem, um fiscal confere se o passageiro está munido de cartão. Se estiver sem bilhete, fica impedido de utilizar, por um tempo, o serviço. Há o respeito às normas.
Sinal de pessoas educadas.
Pense nisto, enquanto há tempo.
.

Refugiados

Famílias inteiras fogem de guerras e buscam a Europa. 

Olala,
A incapacidade dos organismos mundiais disciplinarem a rebeldia de governos contra povos revela genocídios e êxodos. O oriente próximo localizado no sul asiático tem sido palco da instabilidade política que pôs milhares de cidadãos em fuga. Há também países conflagrados da África que evadem habitantes. Cerca de 3 milhões de pessoas migraram fugindo da violência patrocinada por exércitos de milícias  capitaneadas por governos e organizações rebeldes.

A consequência de um estado beligerante se manifesta nas comunas de exilados que rompem fronteiras e batem às portas dos países em busca de socorro. Famílias inteiras deixam para trás seus bens e propriedades e fogem buscando abrigo para salvar suas vidas. É impressionante notar que boa parte das pessoas que buscam o exílio são jovens. Indivíduos na plena força de trabalho.

A ajuda das organizações humanitárias não dá conta de acolher a todos. Dia-após-dia a mídia retrata casos de tragédias coletivas na desesperada fuga por água e terra.

Em três tempos diferentes que viajei à Europa, pude constatar a afluência de estrangeiros que cresceu no continente. Nos aeroportos e fora deles percebe-se uma variedade de cidadãos não autóctones. As vestimentas, a cor da pele, a fala revelam as múltiplas nacionalidades formando a populações dos países europeus.

Imagino que boa parte destes migrantes acabam sustentando os pilares da economia europeia. Como são mão de obra barata, acabam se inserindo no emprego de serviços braçais como cozinheiros, faxineiros e serviçais em tarefas complementares nas empresas.

O que é problema para os exilados, pode ser a salvação dos hóspedes. No caso dos países da Europa que têm aumentado o exército de mão-de-obra disponível.
Pense nisto, enquanto há  tempo.
.

Cercamento da Redenção


Olala,
Ideia de cercamento revela insegurança na cidade. 

Vez por outra surge a discussão sobre cercamento de praças, monumentos e bens públicos.

Em Porto Alegre, a cidade que me acolhe debate sobre a conveniência de cercar ou não o Parque da Redenção ou Parque Farroupilha. Uma vasta área de quatro hectares fortemente arborizada, com lago, área central com espelho d'água artificial, chafariz, jardins temáticos, espaço para caminhadas. Há também em parte do parque, o auditório Araújo Vianna, quadras de esporte, parques de brinquedos, sanitários e uma área comercial.

O parque quase bicentenário,  é ladeado por vias movimentadas como a João Pessoa e a Osvaldo Aranha e na José Bonifácio a cidade se encontra nos finais de semana com as feitas agroecológica nos sábados e o Brique aos domingos. Não há um só porto alegrense que não vá ao local ao menos uma vez por mês.

A discussão sobre o cercamento de uma praça revela o clima de insegurança pública vivido pela coletividade. O clima de falta de segurança é reforçado pela fala do prefeito da cidade que reivindica a presença da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar a Brigada Militar no serviço de policiamento ostensivo na capital.

Governos e sociedade têm que trabalhar com ações que afastem a criação de cercas e muros. Uma sociedade se declara livre não pelos conceitos mas pela liberdade de ir e vir nos espaços. E mais do que isso, pelas imagens de pessoas consideradas cidadãos. As cercas conotam a presença de indivíduos carentes e excluídos.
Pense nisto, enquanto há tempo.
.