quinta-feira, 9 de abril de 2009

MST dobra MP. E agora Yeda?


Thums foi convencido. Agora resta Yeda.

Olala,
Há instituições que se declaram superiores. Dizem ser guardiãs da sociedade e da democracia. Uma delas é o Ministério Público.

Mas, estas instâncias abrigam pessoas. E, pessoas têm coração e razão.

Dia destes, um promotor que ocupava alto posto na hierarquia do MP gaúcho se atreveu a expressar o que pensa sobre como vê a organização da sociedade. Como crê que os conflitos sociais devem ser resolvidos.

Este promotor é Gilberto Thums. É dele a autoria de um Termo de Ajustamento de Conduta - TAC - que visava enquadrar as ações do Movimento Sem Terra. Áspero e crítico com o MST, Thums resolveu atacar a Escola Itinerante, o espaço de cidadania que permite garantir que os filhos dos Sem-Terras não percam a oportunidade de aprender, mesmo sob uma precária barraca de lona nos acampamentos onde estão suas famílias esperando pela reforma agrária. Um documento pedia o fim da escola que têm, no Estado, mais de 10 anos de vida.

A dona Yeda, que se notabilizou em reprimir os movimentos sociais, apoiou-se no parecer de Thums e lascou decreto acabando com a Escola Itinerante.

Não demorou e veio a reação, primeiro das famílias acampadas, depois da sociedade e seguiram-se atos e manifestações visando reaver o direito de existência das escolas.
Numa recente audiência pública realizada na Assembléia Legisaltiva o promotor e deputados foram cercados por 140 alunos, oportunidade em que os pequenos alunos entregaram um exemplar do ECA aos deputados e ao promotor.

Comovido, acuado mas não convencido, o promotor declarou-se vencido. Disse que não estaria disposto a levar adiante uma causa perdida. Soaram-lhe aos ouvidos mensagens do mundo todo contra seu parecer.

"Mexer com esse pessoal é colocar a mão num vespeiro, e estou colocando a mão sozinho. As escolas mexem no centro nevrálgico do movimento. É suicida a posição de quem luta contra. Só vão lembrar do meu nome no dia em que o país pegar fogo", disse.

Agora, se houver coerência, também a governadora deverá reconhecer o erro e rever sua decisão, recolocando a escola itinerante onde estava.

Tanto a governadora como o promotor podem ter a certeza: não serão os sem-terras que irão incendiar o país. Quem põe fogo no país são as pessoas despidas de humanidade que não conseguem ver o quanto é importante que se garanta a alfabetização e a instrução das crianças e jovens, onde quer que se encontrem.
Pensem nisto, enquanto há tempo!
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