sábado, 21 de fevereiro de 2009

Yeda fuzila escola itinerante


Olala,
Quem fecha uma escola, abre um presídio.
Recentemente a governadora do RS, amparada num parecer do Ministério Público,decidiu extinguir as escolas itinerantes. Estas escolas, funcionam inseridas nos acampamentos de sem-terras localizados ao longo das rodovias. São espaços de formação que garantem educação crítica às crianças, permitindo a progressão escolar.

As Escolas Itinerantes são assim chamadas justamente porque acompanham a marcha dos argicultores no caminho da terra definitiva.
A prática destas escolas surgiu no Rio Grande do Sul em 1996, está presente em sete Estados e segue a pedagogia de Paulo Freire, que diz que a escola tem que estar inserida no local em que se encontram os educandos. Freire ensinou que a qualidade da escola pode ser provada até embaixo da sombra de uma seringueira.

O Estado paga os profesores e o material escolar. O espaço da escola fica numa barraca de lona preta localizada junto ao acampamento. É um espaço modesto e adaptado à realidade temporária em que vivem os sem-terras.

Pois, para espanto geral, dona Yeda, amparada pelo MP e apoiada pela secretária Mariza Abreu, decide pôr fim a sete escolas que atendem hoje cerca de 400 alunos no Estado.

A investida é ideológica. Já houve outras tentativas do MP tentando esfacelar o MST e impedindo que os filhos dos agricultores possam ser instruídos. Este organismo de Estado já produziu relatórios contrários às ações do MST, visando extinguí-lo.

Esta investida revela o perfil autoritário e desrespeitoso da governadora com as organizações sociais, especialmente àquelas que defendem os menos favorecidos. Acredito que Yeda, ao extinguir as escolas itinerantes, decidiu afrontar mais uma vez o Movimento Sem Terra que não irá silenciar. Aliás, todos nós que acreditamos na educação transformadora, não podemos calar diante de tal atrocidade.

Há contradições visíveis neste Estado. De um lado, Yeda permite que os oficiais da Brigada tenham sua própria escola (Tiradentes) financida pelo Estado para educar seus filhos, enquanto, na outra ponta, são fechadas as escolas itinerantes.
É ou não uma posição ue revela forte conteúdo ideológico?

Aliás, o descaso com a educação no atual governo aparece também com o crescente fechamento de escolas estaduais ou o seu repasse para os municípios. Em 1998 havia 3.050 escolas geridas pelo Estado. Hoje são apenas 2.524. É a retirada do Estado numa área fundamental para grantir o desenvolvimento.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Um comentário:

Alzira Almeida disse...

Professor Sommacal,
Referente às suas considerações em 21/02/09 feitas a Yeda fuzilando escola itinerante, concordo em parte. Quando é citado "quem fecha uma escola, abre um presídio". Infelizmente escolas são fechadas mas os presídios continuam os mesmos com super lotação e mais que isso, a falta de ações verdadeiras para buscar a recuperação daqueles que lá estão. Bom seria, se muito mais escolas abrissem, mesmo em galpões, pois o aprender se faz necessário em qualquer momento e lugar, mesmo não sendo o ideal. Porque só assim teremos presídios fechando. Não é mesmo? E como as Yedas da vida, iriam se projetar, se houvessem mais pessoas instruídas?
Alzira Almeida

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