sexta-feira, 25 de março de 2016
Rumos do PMDB
Olala,
Vaticino aqui com o risco de errar. Esta condição só é possível para quem ousa antecipar impressões acerca dos fatos políticos.
Pois bem, dias ou horas antes do PMDB tomar uma decisão importante, atrevo-me a sinalizar cenários futuros.
O PMDB, que esteve presente em todos os governos pós redemocratização do Brasil, decide que vai abandonar o governo Dilma. Como se sabe, atualmente a chapa Dilma/Temer ou PT/PMDB foi a vitoriosa no pleito de 2014. O PMDB já entrou dividido na chapa, mas mesmo sendo perseguido de perto pelo PSDB, acabou ganhando a eleição ainda que por mínima vantagem de votos.
O PMDB esteve junto com a presidente Dilma no primeiro mandato e agora decide retirar-se antes do final do mandato. A decisão do partido de sair da base de sustentação do governo já foi sinalizada há um mês em convenção da sigla. Agora o partido decide romper definitivamente com o governo Dilma. Acreditam os peemedebistas que, saindo agora do governo, se sentirão mais à vontade para votar a favor do impeachment de Dilma e apressar a posse do atual vice, Michel Temer, à presidência. A jogada é esta, dar um passo atrás para, logo ali adiante, dar dois à frente apossando-se do poder com mais força. Mas, o PMDB, como outros partidos, não tem posição uníssona. Sai do governo dividido. A cúpula partidária e boa parte da base decidem sair, mas políticos leais à coligação farão de tudo para ficar. Do ponto de vista pragmático, a cúpula do partido sinalizará para a opinião pública que o partido abandonou Dilma, mas, na prática, inúmeros cargos de confiança continuarão no governo exercendo poder e gestão. Alguns até irão se licenciar do partido, outros nem se afastarão e o partido não terá unidade para expulsa-los.
É estranho acreditar que um partido que compôs todos os governos no pós-ditadura, de uma hora para outra, decida levantar acampamento. É uma equação muito traiçoeira e imbuída de certa dose de covardia.
A decisão do PMDB de fragilizar ainda mais o governo irá levar o país a uma deteriorização no campo da economia, com o agravamento do desemprego, aceleração da inflação e desaceleração da atividade econômica. Não será o PMDB rachado que conseguirá reaglutinar as forças políticas. Com o gesto de abandonar Dilma , com Temer obrigado a ficar no governo, o PMDB perderá ainda mais a credibilidade e se constituirá como um partido cada vez mais dado ao fisiologismo programático que caracteriza a política brasileira.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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