sábado, 8 de agosto de 2009

10º Congresso da CUT


CUT vive o dilema de perder militantes devido às opções políticas que tomou nos últimos anos.

Olala,
Participei na última semana do 10º Congresso Nacional da CUT realizado em São Paulo. Eu e mais 2.461 delegados oriundos de todo o país. Cada delegado, em tese, ali representava 1.500 trabalhadores sendicalizados.
Embora já tenha vasta caminhada como militante, foi o meu primeiro congresso em nível nacional.

Durante cinco dias percebi os movimentos de uma Central sindical que busca traçar ações visando ampliar sua representação entre a classe trabalhadora. Criada em 1993, a CUT pretendia ser a única central de representação classista. Mas, devido à suas posições ao longo do tempo, perdeu o caráter unitário e viu parte das lideranças fugirem para a criação de pelo menos outras sete centrais.

A fuga de militantes se deu por vários motivos, mas em grande parte pela posição quase totalitária da força dirigente, pela disputa dos recursos públicos do FAT e pela pouca autonomia da central em relação ao governo Lula.

O 10º Congresso mostrou que a Artesind, junto com a CSD, continuam como forças hegemônicas, ditando os rumos da Central. Com espaço minoritário se juntam a Articulação de Esquerda e a corrente o Trabalho.

Foi visível a posição da Central em eleger a defesa e a blindagem do governo Lula como bandeira prioritária para o próximo período. Neste foco, a CUT pretende rebater as outras centrais que focam o espaço sindical como espaço para fortalecer seus partidos.

Poucos foram os debates no Congresso. Temas como a proporcionalidade na escolha dos dirigentes, a autonomia e independência sindical, a crise, não foram debatidos com a profundidade que se requer. Até mesmo a mudança estatutária e o manifesto pedindo que o governo edite uma medida provisória para conter as demissões foi aceito pela plenária do Congresso.

Uma lição foi possível colher com nossa participação no evento: a de que a política sindical se faz cada vez menos a partir das decisões das cúpulas. Se o trabalhador quiser manter e garantir direitos, terá que vestir a camisa na base.
Pense nisto, enquanto há tempo.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário