terça-feira, 11 de agosto de 2009
Flutuações no Parlamento gaúcho
Maioria de deputados gaúchos só se posicionam depois que MPF mostra provas contra Yeda.
Olala,
Dia três de agosto passado saí do Estado e levei na bagagem uma leitura política sobre o comportamento da maioria dos deputados estaduais. Faltava-lhe motivações para subscrever uma CPI que pudesse investigar o governo Yeda. Amarrados em interesses umbilicais pelo poder, deputados do PMDB, PSDB e PTB, base aliada, foram incapazes de subscrever o requerimento de CPI que daria a abertura do processo de investigação. A vontade política mostrava que a CPI não encontrava apoio.
Esta posição fez com que o Fórum dos Servidores elaborasse dois painéis denunciando os deputados que eram favoráveis e contra o processo de CPI. Os sindicalitas entendiam que a contradição dos parlamentares deveria ser denunciada.
Volto, uma semana após, e vejo a conjuntura mudada. O Ministério Público Federal decide apresentar provas e denunciar nada menos que nove pessoas que integraram o alto escalão do governo, incluindo a própria governadora. O MPF encaminhou para apreciação da Justiça as provas que uma CPI deveria ter levantado no Legislativo.
Temendo prejuízos eleitorais, nada menos que 20 deputados correram para assinar o requerimento de CPI, já subscrito por 18 deles. Foi o trem que passou, lotando o último vagão. Agora 38 deputados avaliam se instalam a CPI e com que objeto.
O eleitor estranhou esta revoada tática. Teme que ela seja apenas uma manobra, um jogo ou encenação para agradar o público. Será que a CPI terá forças de avançar num objeto que acabe comprometendo mais peças no tabuleiro de Yeda.
Embora eu seja democrata, não acredito que os flutuantes parlamentares acabem avançando na CPI e responsabilizando mais pessoas do governo. O vento tem que ser muito forte para inclinar os deputados oportunistas a tomar esta decisão. É por estas fragilidades que o eleitor tem dificuldade de confiar nos parlamentos.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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