segunda-feira, 26 de abril de 2010

Jurassicos nas direções sindicais


Estatutos sindicais criam casuísmos para perpetuar direções no poder.

Olala,
Tenho refletido, como sindicalista, a necessidade de resgatar a luta sindical a partir do exercício permanente do debate na categoria.

Atualmente muitos sindicatos já não fazem formação e não reúnem a categoria para avaliar os direitos e as carreiras.

O movimento sindical vive um refluxo no poder de mobilização, com muitas direções acomodadas em sucessivos anos de administração sindical. Há feudos sindicais que já não fazem luta, não se juntam nas lutas das centrais e não se juntam em campanhas unificadas porque já não tem poder de mobilização. Há sindicalistas que comandam sindicatos há décadas, perpetuados no poder dirigente. São os profissionais do sindicalismo que se alternam em eleições sem oposição e amparadas por estatutos viciados que consolidam a direções a qualquer custo.

Reproduzo, acima, um trecho de estatuto de sindicato que elege diretoria com qualquer número de associados em segundo turno. Pelo estatuto acima, uma diretoria sindical pode ser eleita apenas com os votos das pessoas que concorrem.

Embora legal, tal situação é ilegítima, pois a legitimidade de uma direção é, no mínimo, obtida com o voto da maioria absoluta (50% mais um) dos associados votantes. E muitos sindicatos já não se preocupam em sindicalizar porque fica mais tranquilo se manter no poder sem fazer luta.

Os sindicatos têm que respeitar o princípio constitucional da rotatividade nos cargos diretivos dos sindicatos. Se o princípio da rotatividade vale para o presidente, o governador e o prefeito, seria lógico que também os dirigentes sindicais percebessem o quanto é importante garantir a rotatividade. Com ela ganha a categoria e a classe trabalhadora.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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A vez do touro


Desta vez o touro, mesmo desfalecido, derrubou o premiado toureiro.

Olala,
Ensinaram-me que há uma coisa que a raça humana faz para sentir prazer: apreciar a dor alheia.

É, talvez, por isto que os filmes de violência, de guerra, que as competições de risco como a Fórmula Um fazem tanto sucesso.

No último final de semana um fato correu o mundo. Trata-se da investida sofrida por um toureiro, José Tomás, espanhol, tido como ás das touradas. Ele é um superpremiado toureiro, vencedor de vários duelos entre homem e touro. Desta vez estava no México para mais uma apresentação de luxo. Numa manobra inesperada, um touro quase desfalecido, acertou a veia femural de José e, não fosse o socorro imediato, teria morrido ali mesmo na arena.

Sempre achei as touradas um espetáculo violento. Praticas comuns especialmente entre os espanhóis, as touradas são consideradas um esporte comum na Espanha. Enchem estádios, tem torcidas e são o programa favorito de muitas famílias.

Certa vez, acompanhando uma comitiva oficial na Espanha, tiver o desprazer de sentar num restaurante para comer um bife e, ver os garçons vidrados na tela da tevê que estava transmitindo uma tourada. Lembro que a Lucia Camini recusou um bife ao perceber a brutalidade da tourada exibida durante almoço no restaurante.

Mas, para eles, a atividade é um esporte. Tal prática, abominável aos olhos de quem rejeita maltratar os animais, remete ao tempo dos romanos onde os presos eram lançados na arena para serem devorados pelos leões. E tudo assistido pelos aristocratas e plebe.

Triste vida a de quem precisa se alimentar por cenas de violência.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Skype é telefone grátis


Skipe e Tokbox permitem ligações internacionais gratuitas com audio e vídeo.

Olala,
Você tem computador ligado a banda larga em casa? Se você é destes que acessa a tecnologia para se informar sobre o mundo e as pessoas, saiba que você pode agregar ao seu computador um programa que elimina de vez com o telefone.

Trata-se do programa Skype ou do Tokbox que permitem você conversar minutos a fio com alguém no planeta sem gastar um centavo só. Pois bem, este programa criado por dois jovens europeus permite juntar audio e vídeo juntos, de graça, via satélite, pelo tempo que você quer.

Basta que você conecte uma câmera e um microfone no seu computador, baixe o programa [clique AQUI] e depois se conecte a outra pessoa que também tem o programa instalado em seu computador.

O skype já conta com 560 milhões de usuários no mundo todo.Utilizado especialmetne para conferências pois permite conecção com várias pessoas ao mesmo tempo. Acumulou 36 bilhões de minutos de conversação apenas no último trimestre de 2009.

A vantagem do programa é que ele é gratuito. Você pode falar o tempo que quiser em tempo real sem pagar absolutamente nada. A única coisa que você precisa fazer, é programar o horário que você vai falar. Eu, por exemplo, de Porto Alegre, converso com meus filhos, um na Escócia e outro em São Paulo todo o domingo.

Embora o Skype ou a versão européia Tokbox estejam disponíveis, vejo que as organizações ainda não aderiram ao programa preferindo pagar absurdos valores às companhias telefônicas. Não tenho dúvidas que o dia em que as organizações descobrirem o skype vão economizar muito com as caras contas telefônicas.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Frases infelizes


Nas manifestações públicas, políticos deixam escapar frases que podem comprometê-los.

Olala,
No afogadilho das manifestações políticas, as pessoas cometem gafes imperdoaveis. Algumas emanam das convicções ocultas no superego e que, vez por outra, escapam da mente sendo publicamente pronunciadas sem que a pessoa tivesse tempo de dimensioná-las.

Lembro de frases como a dita por Paulo Maluf, quando soube que um criminoso foi preso ao matar uma jovem após seduzi-la: - Tá bem, estupra mas não mata!, afirmou Maluf. Ou, a da ex-ministra do turismo, Marta Suplici que emendou, após uma entrevista sobre a tragédia do avião da TAM: - Relaxa e goza! Ou, então aquela frase do ex-ministro Rubens Recupero, feita ao um jornalista da Globo após entrevista: - Eu não tenho escrúpulos: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde!. O político é mais exposto a gafes. Ronald Regan, ex-presidente dos Estados Unidos, em discurso feito quando da visita ao Brasil, saudou o povo da Bolívia. O Presidente Bush também teve seu momento de bobeira. Na Austrália, em setembro, ele saudou as tropas “austríacas” ao se referir às tropas australianas.

No último sábado, a ex-ministra Dilma Rousseff e atual pré-candidata a sucessão de Lula, durante ato com os movientos sociais, também deu sua escorregada ao destacar a "inteligência de Fogaça", virtual adversário do PT de Tarso Genro na corrida ao Piratini.

Na euforia das falas, escapam frases que, dependendo do contexto, acabam enfraquecendo projetos e políticas. Mas, não será certamente por isso que Tarso ou Fogaça serão vencedores ou perdedores.

Qualquer autoridade ou dirigente de empresa quando fala com a imprensa ou em declarações públicas deve medir as palavras. Não se empolgar. Ao político, tudo que for dito, por mais simples seja, pode ser notícia, virar nota de coluna e acabar gerando polêmica. Raça, religião, diversidade sexual e outros temas explosivos não devem ser abordados. Na dúvida, em entrevistas, é bom não brincar. Às vezes, a fonte relaxa, entra no clima informal da entrevista e acaba fazendo declarações infelizes. A auto-suficiência em relação à mídia é muitas vezes fatal para quem exerce cargo público.

Aliás, este cuidado não deve ser virtude apenas das pessoas públicas, mas de todos aqueles que, de alguma forma, emitem posição pública.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Trambelhos e redes elétricas


A cada temporal caem os postes e as cidads ficam no escuro.

Olala,
Há cerca de quinze anos, no auge das privatizações patrocinadas pelo governo FHC Brasil afora, boa parte das companhias de energia elétrica foram sendo repassadas a empresários privados. Havia um filé mignon no mercado de negócios altamente cobiçado por empresários querendo lucrar com a atividade. No mesmo pacote estavam as companhias telefônicas e de saneamento.

No RS não foi diferente. A CEEE que detinha a cobertura nos serviços de geração, transmissão e comercialização de energia foi rachada em vários pedaços. Novas empresas privadas assumiram a tarefa de garantir energia às populações. para justificar a privatização, as empresas AES SUL, RGE anunciaram que manteriam os investimentos para garantir o abastecimento.

O fornecimento de energia elétrica é uma atividade regulada pelo Estado, através de agências reguladoras que se mostram tolerantes ante os constantes apagões elétricos.

Passdos quinze anos, percebe-se que a malha de redes à bse de postes de madeira não foram substituídos por de concreto e a cada temporal que passa, as notícias informam que no rastro das chuvas e ventos, cidades inteiras ficam sem emergia.

Bastam ventos de 80 km/horários para derrubar postes podres que caem em efeito dominó. Constata-se que a precariedade das redes é geral, especialmente nas áreas onde atuam. as empresas privadas. Como trambelhos, já não são os postes que sustentam os fios, mas os fios que dão suporte aos postes.

A falta de investimentos em redes de transmissão é visível e, do jeito que a coisa anda, vamos continuar pagando caro pela conta de luz e vendo nosso dinheiro não se convertendo em investimentos que garantam o suprimento de energia para a geração do progresso.
Pense nisto, enquanto já tempo.
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domingo, 18 de abril de 2010

Otília e o pinheiro


Na simplicidade, Otília viveu o exemplo de uma mãe dedicada aos nove filhos.

Olala,
Tem pessoas que a gente lembra pela simplicidade. São eternas sem terem sido famosas. Pessoas simples mas com um coração enorme.

Há pessoas que se obrigam a migrar de um lugar para outro. As famílias que têm que acompanhar os políticos torna-se migrantes.

A Otília, mãe de nove filhos, foi um exemplo de alicerce para uma família cujo esposo foi deputado em seis mandatos, um estadual e cinco federais, falecido em fevereiro de 2009. Sempre existe uma retaguarda que sustenta a trajetória de pessoas que têm sucesso na vida pública.

Pois bem, Otília mudou da distante Miraguaí para se fixar, com os filhos, num lote no município de Viamão. Sempre aprendi a admirar aquela mulher forte, de feições missioneiras, que nunca vi triste.

Foi ela que, ainda não bem convencida pela vida urbana, me encomendou um pé de pinheiro para plantar no jardim de casa nos primeiros anos de vida urbana. Era o sentimento de quem queria manter a relação com a terra, com a natureza, e, quem sabe, distância da tumultuada, seca e áspera vida urbana.

Mal sabia ela, e eu, que o tal pinheiro, plantado no jardim urbano, cresceria despropositadamente. Teve que ser derrubado ainda novo. A ramada espinhosa era um suplício para as crianças. Cada vez que a encontrava recordava do "presente de grego" que lhe dei.

Não tenho dúvidas que Otília, como Adão, são exemplos de virtude e bondade que iluminam o caminho dos filhos. A natureza agradece a existência da Otília porque foi mais uma mãe que fez a diferença na vida dos filhos e de quem a conheceu.

Dona Otília, 62 anos, foi sepultada hoje no Cemitério Jardim da Paz.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um vulcão pára os aviões


Aeroportos fecharam e núvem tóxica percorre os céus da Europa.

Olala,
Desta vez a fúria não foi provocada pelo homem. Não explodiu nenhuma torre e nenhuma bomba foi detonada. Também não houve maldição dos deuses como contaram que aconteceu em Sodoma e Gomorra. Também não foi um dilúvio como inventaram na história de Noe e suas espécies. Tmbém não foi um tsunami devastador.

Foi apenas a natureza que resolveu soluçar. Com sua inesperada fúria um vulcão na Islândia, ilha do Atlântico Norte, cuspiu fogo e espalhou cionzas tóxicas pelos ares. O vulcão mexeu com a vida de populações inteiras especialmente no norte da Europa. Devido aos ventos, às cinzas alcançaram a rota aérea e, vários aeroportos foram paralisados. Aviões ficaram em terra por causa do risco de panes nas turbinas geradas pela fumaça química.

A Organização Mundial da Saúde - OMS fez um alerta para o fato de um quarto das cinzas geradas pela erupção vulcânica na Islândia serem finas o suficiente para penetrar nos pulmões, tornando-as mais perigosas à saúde.

A OMS informou que as pessoas com problemas respiratórios podem ser afetadas pelas micropartículas com 10 mícrons de tamanho, contendo enxofre expelidas pelo vulcão e inspiradas pelas pessoas são capazes de penetrar as partes mais profundas dos pulmões irritando as vias áreas e piorar quadros respiratórios.

Pessoas que já sofrem com problemas como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica podem ser mais afetadas. A fumaça pode ser maléfica também para pessoas saudáveis, causando tosse e produção de catarro.

(Epa!, já comecei a ficar preocupado com meu filho Fernando que está na Escócia para aprender o inglês e é asmático. Se a nuvem migrar pra lá é crise na certa!)

Para quem mora no Brasil, felizmente está livre destes desastres naturais. É por isso que somos um país privilegiado pela natureza. Mas é preciso não abusar deste privilégio e cuidar bem desta pátria amada e mãe gentil.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

O BRIC de Lula


Lula e os parceiros de BRIC reforçam ações conjuntas.

Olala,
O presidente Lula colocou em curso uma articulação mundial que está causando tremores nos países ricos. Trata-se de uma articulação que está reforçando um bloco de países emergentes chamado de BRIC (Brasil, Rússia, India e China).

É claro que Lula faz um jogo estratégico: quer reforçar sua imagem junto aos grandes países emergentes. No seleto clube dos oito, o Brasil não está presente. Percebendo a potencialidade do Brasil, os encontros de Cúpula dos Países Ricos sempre convidam o Brasil, na condição de convidado.

O mundo rico sabe que o Brasil é um país rico com imensas reservas minerais, capacidade potencial de produção agrícola com solo fértil capaz de suprir as gerações futuras de alimento. Também sabem que o Brasil possui energia e recursos energéticos privilegiados, o que garante os impulsos do desenvolvimento futuro.

Nosso papel no futuro será estratégico para alimentar o mundo. Todos sabem que a população de países como a China e a Índia não terão alimento para suportar tantas bocas e, para isto, precisam firmar relações com o Brasil que tem dimensões continentais.

O Brasil ainda é uma nação pobre, mas caminha aceleradamente para assumir o protagonismo de uma nação que se afirma e dita as relações para muitos países num futuro não muito distante.

Os mais jovens ainda vão usufruir deste momento de prosperidade e crescimento. As bases foram construídas pelo governo Lula e deverão avançar com Dilma.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sábado, 10 de abril de 2010

Piso e Carreira


Piso só tem sentido como base de uma carreira.

Olala,
Tenho participado de diversas manifestações de entidades de trabalhadores em defesa da carreira e do piso.

Estes dois temas ensejam uma reflexão mais profunda. Os dois assuntos (piso e carreira)carregam consigo concepções diversas.

Vamos conceituar cada um. Piso é o valor mínimo recebido por um trabalhador em determinada categoria. Já Carreira é o conjunto de vantagens de cada categoria, é o percurso que garante ascenção profissional por antiguidade, formação, etc.

O mundo empresarial gostaria que só existisse o piso. Assim agem também alguns governos que não desejam assegurar vantagens aos servidores. Quando um governo, por exemplo, propõe fixar um piso sem considerar a carreira, ele está dizendo que deseja economizar pagamento menos pela mão-de-obra.

Não se constrói eficiência no serviço público ou privado sem a valorização das carreiras. Por isso que não se pode conceber a aplicação de um piso sem que haja a progressão da carreira. O piso só tem sentido se ele for considerado como primeiro degrau da carreira.

Ao propôs um Piso Profissional Nacional para a Educação o governo Federal não acenou com a destruição das carreiras como apontaram cinco governos - inclusive o de Yeda, o RS - que entraram no STF para contestar a medida. Yeda queria aplicar apenas o Piso, sem considerar os direitos de carreira.

Por isso, nunca aceite as fórmulas que desvinculam Piso de Carreira. O divórcio entre as duas vantagens não é benéfico para a classe trabalhadora.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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terça-feira, 6 de abril de 2010

Paim corre risco?


Senador Paim é alternativa para um voto ao Senado. E para quem será o outro voto?

Olala,
O senador Paulo Paim corre risco de não se reeleger.
Avaliando o cenário eleitoral há seis meses da eleição, pode-se constatar alguma tendência.

Primeiro, a plarização deverá dar-se entre Tarso Genro e José Fogaça. Ambos integram partidos que atualmente dão sustentação ao governo Lula. Ambos irão avançar nas pesquisas mas não com substância para decidir a eleição no primeiro turno.

Julgo que alguns partidos irão sustentar candidatos a governador para demarcar no partido com chapas próprias com o objetivo de estimular a eleição de candidatos proporcionais.

Há seis meses do pleito é previsível um risco para a vaga do candidato do PT ao Senado. A frente capitaneada pelo PT, tendo definido apenas um candidato a senador (Paim), corre risco de não elegê-lo pela simples razão de que na eleição deste ano se renovam duas vagas.

Ora, fica visível que, atualmente aliançados no Piratini, Rigotto e Ana Amélia têm motivos para formarem uma dobradinha estratégica.

E os dois votos do PT? Não tenho dúvida que o primeiro voto do candidato petista irá para o Paim. E o segundo? A se manter o atual cenário, boa parte dos petistas irão sufragar Rigotto como segundo voto ao Senado, que garantirá a vaga.

Com três candidatos potenciais com capacidade de se eleger (Rigotto, Paim e Ana Amélia), ganha o candidato que fizer mais votos. No cenário atual, Paim corre risco.

E você, o que acha? Opine.
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domingo, 4 de abril de 2010

Conae sem governo do RS


Mariza, secretária, proibiu professores a participar da Conae, mas, como assessora foi ao evento.

Olala,
Escrevi sobre a Conae 2010 e um internauta anônimo comenta deixando uma pergunta que faço questão de esclarecer.
- O Governo (do RS) estava presente na Conae?

Primeiramente é preciso dizer que o governo Yeda tem se notabilizado em criar conflito e distância com as políticas implementadas pelo Governo Lula. A merenda escolar que, desde, 2009, têm os alunos do Ensino Médio do país com uma refeição. Aqui no RS a medida ainda não foi implementada.

A Conae 2010 foi desacreditada pela então secretária de Educação Mariza Abreu que editou resolução enviada aos diretores de escola par que não liberassem os trabalhadores para participar das etapas municipais da conferência.

Muitos professores, rebelados contra a medida, decidiram participar. Com o risco de penalidades funcionais entendemos que seria importante estar presente nas etapas que definem as diretrizes e estabelecem o Plano Nacional de Educação para a próxima década.

O governo do Estado optou por isolar-se do Plano Nacional e o fez ao proibir a participação dos professores e renunciar às nove vagas asseguradas como gestor estadual.

Mas, o mais angustiante foi perceber que a mesma secretária que impediu os professores a participar da Conae, se inseriu no evento de forma biônica. Mariza Abreu, retornando ao cargo de consultora no Congresso, adentrou no evento numa clara provocação aos educadores que lá estavam.

A delegação gaúcha fez um protesto pela presença da ex-secretária no evento entendendo que houve dois pesos e duas medidas no comportamento de Mariza.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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Anonimato


Cultura do anonimato revela falta de democracia no país.

Olala,
Sou daqueles que não gostam do anonimato. Vez por outra as pessoas comentam textos de meu blog e postam opiniões na condição de anônimos.

Como são anônimos, fica o constrangimento na hora de contrapor. Afinal, quem está do outro lado opinando pode ser um colega de trabalho, uma pessoa distante ou até mesmo o chefe. O anônimo, como a própria palavra diz, é uma pessoa sem nome, alguém que, opinando, deseja manter-se oculto.

Entendo que o anonimato deveria ser abolido numa sociedade que pretende ser democrática. Esta convicção a tenho por prática e não apenas por teoria.

Em 1987, depois de uma greve, na condição de sindicalista e jornalista, resolvi responder como editor de um jornal sindical, assumindo o conteúdo da publicação. Botei a cara. O patrão entrou na justiça e, amparado na famigerada Lei de Imprensa, me demitiu. Seria diferente se eu tivesse mantido o anonimato, ou usado pseudônimo.

Quando estudante, em 1974, no período pós-ditadura, fiz um discurso para lembrar a pátria no dia 7 de setembro. À noite, recebi um telefonema anônimo que me advertia sobre os termos usados no discurso. Até hoje não sei de onde partiu a ligação. Naquela época não havia celular com “bina”.

Tenho a impressão que estimular o anonimato nas falas, no voto, nas manifestações e opiniões é um gesto que conspira contra a liberdade e a democracia. Sou mais favorável a quem se mostra “sem cera”, sincero. A sinceridade pode doer mais que o anonimato mas carrega consigo o orgulho de uma vida às claras.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Cultura brasileira


Ariano, 83 anos, percorre o país divulgando a cultura brasileira.

Olala,
Participando da Conae 2010, em Brasília, tive a felicidade de ouvir novamente a fala do poeta e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna. Autor de diversas peças teatrais entre elas o “Auto da Compadecida”, Ariano, 83 anos, é atualmente secretário de cultura do governo de Pernambuco.

Confesso que não conheci outro brasileiro tão convencido da necessidade de reconhecer a cultura de nosso país como Ariano. Ele é a expressão das raízes de nossa formação histórica sabendo reconhecer, como poucos, a importância da arte popular.

Sua forma pausada de contar estórias retratando a arte de índios, negros, caboclos, mamelucos e brancos, através da música, dança, teatro, esculturas, resgata a cultura de um país continente. Lembro de ter assistido a uma peça de teatro de hora de duração em que um único personagem não falou sequer uma palavra e, através do cenário, da indumentária e da música, Ariano conseguiu passar a mensagem.

Crítico voraz àqueles que insistem em pontuar o início da cultura brasileira a partir do descobrimento, Ariano diz que se somos o que somos é graças a uma formação multiétnica que descende dos ancestrais povos andinos, de africanos e de europeus. Esta multiétnicidade se expressa numa cultura brasileira que tem identidade própria.

Pena que alguns produtores culturais prefiram pautar eventos com base a arte alienígena preterindo os belos e ricos espetáculos da arte do nosso povo.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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África desigual


África, continente que será foco das atenções do mundo por causa da Copa.

Olala,
Durante muito tempo a África permaneceu colonizada. Embora muitos países tenham logrado a independência, ainda dependem fortemente do estrangeiro para avançar em tecnologia e conhecimento que permita a autosustentação.

A África é um continente de contrastes. É o continente mais pobre em IDH. Embora, alguns países possuam grandes reservas minerais, boa parte vive o conflito da consolidação da independência. Muitos grupos étnicos disputam o poder, atrasando a necessária unidade nacional pra construir o desenvolvimento.

Muitos africanos saíram de seus países para estudar. É a alternativa eficaz e que contribui, na volta, para organizar a economia, a política, a educação.

Os países que durante séculos utilizaram a África como colônia têm uma dívida social a resgatar. Inclusive o Brasil que foi construído à base de escravos africanos tem a obrigação de dar guarida e apoiar investimentos nos países africanos.

A Copa do Mundo irá focar o continente africano. Temo que as atenções se restrinjam apenas a olhar a África colonizada, branca e rica. Este raro momento em que o mundo se diverte a partir do esporte, pode ser um momento ímpar para construir o compromisso dos países ricos em rever sua relação com os países pobres.

Pense nisto enquanto há tempo!
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sábado, 3 de abril de 2010

Descobrindo a desigualdade


A desigualdade social existe, embora alguns insistem em negá-la.

Olala,
Durante uma vida, muitas pessoas não têm o estalo da descoberta da desigualdade. Há pessoas que vivem e morrem achando que todos somos iguais, que as leis são justas e que ao há diferenças entre as pessoas.

Situam-se numa situação confortável e menos martirizante. Parece que não saber que há diferenças, não conhecer o sofrimento alheio, não conceber que somos desiguais, não incluir a solidariedade como forma de transformação é cômodo e traz mais conforto.
Muitos negam se inserir no mundo tal qual é, com sua realidade fática porque é menos desafiante. E, para quem quer passar no mundo sem ajudar a transformá-lo é melhor não saber das coisas, fugir da realidade.

Eu tive minha primeira experiência com a desigualdade quando criança. Com nove anos, acompanhei um vizinho para um mato onde deveríamos carregar um caminhão de lenha. Eu e mais crianças, passamos a manhã trabalhando. Matamos aula naquele dia para o trabalho extra. Ao meio dia, a refeição. Quem mandava comia carnes nobres, quem, como nós era um simples obreiro, coração de boi.

Acostumado na minha família a partilhar a pobreza e a riqueza, senti, naquele primeiro gesto, a presença da desigualdade. Aquilo me marcou profundamente que, ainda hoje, quando passo próximo ao local, as imagens da infância me retornam implacavelmente.

Deste episódio para a frente, percebi que a desigualdade existe. Que o germe da diferença e da discriminação está plantado na sociedade. Como uma erva daninha incrustada no âmago das pessoas. Quando menos esperamos ela floresce viçosa e avassaladora. Infelizmente.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Significado da Conae 2010



Governo organizou a Conae 2010 como ação estratégica para informar militantes.

Olala,
Participei, na última semana, em Brasília, como delegado gaúcho da Conferência Nacional de Educação Conae 2010.

No Brasil, éramos mais de 2500 delegados, representando os segmentos envolvidos diretamente com a educação do país. Professores, pais, alunos, funcionários, sindicalistas, consultores,gestores públicos e privdos.

A dinâmica de discussão das emendas apresentadas ao texto-base e oriundas das conferências estaduais, era feita em colóquios específicos de cada eixo. O pouco espaço e tempo para a defesa das emendas impediu um aprofundamento maior de temas que acabaram aprovados.

Alguns temas deveriam ter merecido maior profundidade e atenção da conferência.
Alguns pontos foram defendidos pelo MEC como práticas prioritárias. Entre eles a educação à distância mantida como espaço potencial de formação de professores e estudantes. A avaliação institucional e a existência de “padrões” de qualidade também foram invocados pelo MEC e passaram na conferência.

Na gestão, o texto avançou ao exigir gestão democrática com eleições diretas de gestores também no ensino privado. Criou-se o Fórum Nacional de Educação com atribuição mobilizadora e articuladora da educação.

No financiamento, aprovou-se o uso de 50% dos recursos do Pré-sal para Educação, e o aumento do percentual do PIB para 7% até 2014 e de 10% do PIB após para aplicação em educação.

A próxima conferência acontecerá daqui a quatro anos. A Conae 2010 foi um momento rico em discussões, integrou educadores do país e serviu para identificar as prioridades de cada agente político em sua ação educacional. A caminhada visando construir um sistema articulado ainda é longa e a travessia se aposenta turbulenta.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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