segunda-feira, 26 de abril de 2010
Jurassicos nas direções sindicais
Estatutos sindicais criam casuísmos para perpetuar direções no poder.
Olala,
Tenho refletido, como sindicalista, a necessidade de resgatar a luta sindical a partir do exercício permanente do debate na categoria.
Atualmente muitos sindicatos já não fazem formação e não reúnem a categoria para avaliar os direitos e as carreiras.
O movimento sindical vive um refluxo no poder de mobilização, com muitas direções acomodadas em sucessivos anos de administração sindical. Há feudos sindicais que já não fazem luta, não se juntam nas lutas das centrais e não se juntam em campanhas unificadas porque já não tem poder de mobilização. Há sindicalistas que comandam sindicatos há décadas, perpetuados no poder dirigente. São os profissionais do sindicalismo que se alternam em eleições sem oposição e amparadas por estatutos viciados que consolidam a direções a qualquer custo.
Reproduzo, acima, um trecho de estatuto de sindicato que elege diretoria com qualquer número de associados em segundo turno. Pelo estatuto acima, uma diretoria sindical pode ser eleita apenas com os votos das pessoas que concorrem.
Embora legal, tal situação é ilegítima, pois a legitimidade de uma direção é, no mínimo, obtida com o voto da maioria absoluta (50% mais um) dos associados votantes. E muitos sindicatos já não se preocupam em sindicalizar porque fica mais tranquilo se manter no poder sem fazer luta.
Os sindicatos têm que respeitar o princípio constitucional da rotatividade nos cargos diretivos dos sindicatos. Se o princípio da rotatividade vale para o presidente, o governador e o prefeito, seria lógico que também os dirigentes sindicais percebessem o quanto é importante garantir a rotatividade. Com ela ganha a categoria e a classe trabalhadora.
Pense nisto, enquanto há tempo.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário