segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Democracia sem partidos?

Siglas diferentes, programas similares.
Olala,
Tenho percebido que alguns candidatos se apoiam em campanhas que escondem o partido. Nos manifestos e propagandas, preferem literalmente esconder o partido ao qual estão filiados.

Esta estratégia acaba desacreditando a construção partidária e tenta fugir da vinculação do candidato para este ou aquele partido.

Por que isto acontece? Já escrevi que a estrutura partidária brasileira é excessivamente inchada, formada por 32 partidos, mas que acabam se escondendo no momento da eleição.

Numa campanha eleitoral vale tudo para sensibilizar o eleitor.

Como a imagem dos partidos, em geral, não é confiável, as candidaturas procuram esconder os partidos e apostam em clichês novos centrados nas pessoas. Uma tática que, em geral dá certo, num tempo em que os partidos sofrem descrédito popular.

Mas, para onde caminham as táticas que enfraquecem os partidos?

Tenho comigo que as grandes democracias sempre são assentadas em partidos fortes. Poucos e representativos. A pluralidade partidária confunde, atrapalha, ofusca a mente do eleitor. Ele fica anestesiado com tantas siglas e, como em geral, não possui formação política, não sabe diferenciar o que muda de um PP para um PSol. Devido aos escândalos que se processam no país, o eleitor tende a generalizar todos os partidos e a descrê-los como alternativa política.

Neste cenário, crescem os aventureiros, os personalistas, os nacionalistas ou aqueles que sabem vender imagens de uma política cada vez mais desarticulada dos partidos. São fórmulas que se bem servem para chegar ao poder, apresentam deficiências na hora de negociar e flexionar princípios programáticos. Todos querem a boa política, mas será que ela é possível sem o fortalecimento dos partidos?
Pense nisto, enquanto há tempo.
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