sábado, 7 de novembro de 2015

A tragédia de Mariana

Olala,
Distrito de Bento Rodrigues é arrasado com lama da barragem.
O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP, causou uma enxurrada de lama tóxica que arrasou várias casas do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. O fato ocorrido dia 5 de novembro merece ser tratado com atenção pelas autoridades.

É praticamente certo que há bem mais dos seis mortos como anunciados incialmente. Em acidentes deste tipo, tanto a imprensa como autoridades não divulgam a quantidade de vidas que se perderam porque é preciso identificar cada vítima antes de inclui-la nas listas. Pela dimensão da tragédia, nos próximos dias, saberemos qual é a real dimensão de vidas que se perderam.

O rompimento da barragem carregando consigo um mar de lodo tóxico, o lixo das mineradoras, preocupa exatamente pelo perfil do líquido que irá avançar em toda a extensão do Rio Doce que cruza o estado de Minas Gerais, avança sobre o Espirito Santo e desemboca no mar. É bem provável que as vinte cidades que se abastecem da água do Rio Doce acabem sofrendo também as consequências deste desastre pois ficarão impedidas de captar água por muito tempo. Os metais pesados de cor achocolatada causarão também uma morte de peixes e de toda a biodiversidade ao longo do rio. As consequências também são econômicas pois a população de ribeirinhos que vivem da pesca artesanal ficarão impedidos de pescar, tendo que mudar de atividade econômica.

Resta ver como as autoridades vão se comportar ante tamanha tragédia ambiental. Seguramente por ser uma tragédia gerada pela irresponsabilidade de uma grande empresa, ninguém será preso pelo flagrante crime ambiental gerado. Os autores estarão ocultos ou invisíveis, aguardando penas econômicas brandas. A mídia focará sempre nas referências a Samarco e deixará ilesa a Vale. Vale a pena conferir. Pense nisto enquanto há tempo!
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