domingo, 20 de junho de 2010

Cartilhas, pacotes e pedagogia


A mídia burguesa depreciou o sentido da cartilha que é um eficiente instrumento de conscietização das organizações populares.

Olala,
Participei no final de semana, de mais uma etapa das discussões sobre a produção do futuro programa de governo para o Estado.

No debate, estavam educadores avaliando um texto-síntese que nasceu de discussões através de plenárias livres e de seminários coordenados pela Setorial de Educação em vários pontos do Estado. O documento é apresentado como contribuição da área para que os candidatos façam a defesa durante o período de campanha.

Para quem não acompanhou a sequência dos debates e pega as coisas pela metade, acaba não entendendo bem o sentido das coisas. Como se diz em Porto Alegre pega o Viamão lotado e acha que é direito viajar sentado!. .

Fiz uma observação no texto: quando fala de espaços de formação, o documento literalmente menciona que o futuro governo "abolirá cartilhas e pacotes pedagógicos". Observei que, se isto for mantido, desta forma, impedirá que o futuro governo edite material pedagógico em forma de cadernos.

Os termos "cartilhas" e "pacotes" guardam em si compreensões diversas, ideologizadas. Originalmente cartilha é uma publicação pedagógica frequentemente utilizada para educar gerações. A cartilha tem sido o intrumento das classses populares e movimentos sociais. Com a burguesia nunca aturo a educação popular, passou a depreciar o instrtumento e a vender a idéia de que as cartilhas são sempre ruins. Alguns governos neoliberais também contribuíram para deturpar o sentido da cartilha ao utilizá-la como instrumento vertical de imposição de idéias. E alguns militantes também embarcaram nesta conceção.

A cartilha, como intrumento de conscientização, é um recurso positivo. Evidentemente quando seu conteúdo é construído democraticamente, É bom para quem deseja massificar a consciência do povo. Lembro que durante a ditadura que o Brasil viveu, eram muitas as cartilhas organizando a resistência e clamando a democracia. O método Paulo Freire alfabetiza por cartilhas.

Então, não podemos renunciar a este instrumento que é caro para as organizações populares. Proibir que ele esteja presente num governo popular, é um erro. Ao menos que não se deseje que o governo seja popular.
Pense nisto, enquanto há tempo.
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pelo que pude entender se a cartilha for feita por um governo de esquerda com a finalidade de concientizar o povo nunca terá um carater vertical de imposição de idéias. Já se for um governo neoliberal sempre o será. Eu entendo que impor idéias em qualquer circunstância sempre sera uma violação ao direito fundamental do ser humano de nunca em hipótese alguma ser um piolho, ou seja um ser que "anda pela cabeça dos outros"

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