segunda-feira, 8 de junho de 2009

Carteira de motorista cara no Brasil

Habilitar-se no Brasil é caro demais e faltam pesquisas para mostrar se acidentes diminuíram com trabalho so CFCs.

Olala,
Sou motorista há 31 anos. Neste tempo, tive poucos e leves acidentes e também não acumulei multas que pudessem me punir.

Não sei se é sorte ou competência, mas escapei das tragédias que diariamente vemos ilustrado a mídia.

Fui aprendiz de motorista no carro da família em pequenos trajetos em estradas rurais pouco movimentadas. Os comandos do carro foram facilmente assimilados como se assimila os comandos de um computador ou de um celular.

Com o advento do novo Código Nacional de Trânsito - CNT, entraram em vigor novas regras, tanto para habilitar como para disciplinar motoristas. As regras ficaram mais rígidas, as multas aumentadas e a concessão de habilitações ganharam mais restrições. Tirar uma carteira ficou mais difícil e caro. Nos anos 90 custava menos de R$ 200 reais. Hoje, em todo o país, custa mais de R$ 900 reais.

Criaram-se os Centros de Formação de Condutores - CFCs, que proliferaram país afora com a tarefa de habilitar os novos motoristas.

A ausência de pesquisas científicas me faz crer que o rigor na concessão de carteiras não deve ter sido fator decisivo para que diminuíssem os acidentes de trânsito. Falta dimensionar qual a influência dos CFCs na formação dos motoristas. Lembro que nos EUA, não há a indústria dos CFCs, e a carteira custa menos de R$ 300 reais. Lá o órgão público faz um teste de habilitação, prático e teórico, para credenciar novos motoristas. Não há obrigatoridade de aulas práticas em auto-escolas. As pessos têm a liberdade de aprender com os carros da família. Na verdade, quem define se o candidato pode ou não ser habilitado é a prova feita pelo órgão público.

Qualificar é sempre bom, porém, quando se tem as organizações como o Detran envolvidas em corrupção, se fica a perguntar se não seria hora de rever as caras exigências impostas a tantos trabalhadores que desejam se habilitar para trafegar na legalidade.

Quero crer que as exigências praticadas no Brasil devem ser temporárias. Como, aliás foi temporário o kit primeiros-socorros, o uso de faróis acesas durante o dia, o selo do IPVA no parabrisa,...

Não acredito que penalizando os novos motoristas com as caras habilitações estaremos criando as condições ideais para melhorar a paz no trânsito. Prefiro crer na desburcratização das exigências, na melhoria dos itens de segurança dos carros, na melhoria das estradas e na conscientização do motorista que se ater à leis de trânsito e na prova de habilitação a novos condutores como itens fundamentais para garantir paz nas estradas.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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