Olala,
Todos ouvimos falar que o Governo do Estado, atendendo a requisitos feitos pelo Banco Mundial, para garantir o empréstimo de R$ 1,1 bilhão, quer que a governadora opere mudanças estruturais no governo.
Uma das mudanças, já anunciada, é a reestruturação de carreiras. A carreira do magistério é a mais visada pois inclui o maior número de servidores. Seriam cerca de 130 mil entre ativos e inativos.
Para operar as mudanças, a governadora utiliza várias táticas. Uma delas é sensibilizar a sociedade da necessidade da mudança. E faz isto através do anúncio de uma consulta aos professores.
Pois bem, na última segunda-feira cheguei na escola para cumprir mais um turno de trabalho. Ao chegar, fui informado pela vice-diretora que haveria uma "pesquisa" para responder. Entrei na sala dos professores e conversei com os demais colegas sobre o assunto. Os que lá estavam, disseram que alguns deles já haviam sido intimados a responder a pesquisa no turno da tarde.
Dez minutos antes de começar a aula, chegam duas emissárias da SEC, com crachá no peito, acompanhadas da diretora da escola. Ao chegar, questionadas sobre a imparcialidade da pesquisa, informaram que foram incumbidas de repassar aos professores os questionários elaborados pela Faurgs.
Assim, sob o olhar das representantes da mantenedora, muitos professores responderam o questionário.
Me abstive da consulta. Primeiro, porque percebi o primarismo da pesquisa que não observou o caráter científico da escolha dos entrevistados. Mais furioso fiquei porque selecionaram minha escola para decidir em nome de professores de outras sete grandes escolas da capital. Como não tive a delegação dos colegas para tal, achei antiético responder a pesquisa. Ademais, entendo que a consulta é viciada pois quem encomenda, no caso a SEC, é quem aplica a pesquisa. Nesta condição não há isenção nos dados levantados.
Por fim, quero fazer uma aposta: a SEC terá duas táticas na divulgação do resultado. Uma delas é mostrar a real insatisfação dos professores em relação à escola. A secretária usará o resultado para atestar que é preciso fazer avançar as mudanças que propõe. É o uso da pesquisa para atestar o clima de terra arrasada. Com isso seria mais fácil abrir a privatização das escolas!
Ou, noutra tática, maquiar a pesquisa e divulgar um resultado favorável às mudanças. Como quem encomendou, quem aplicou e quem tabulou os resultados é a mesma SEC, fica claro que a pesquisa não merece crédito. É ver para crer.
Pensem nisto, enquanto há tempo!
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