Boleadeiras foram símbolo de um passado distante que caracterizou o gaúcho
Olala,
O gaúcho é um ser bairrista. Tem cultura típica que valoriza e espalha fronteiras afora.
No contexto nacional, os gaúchos são vistos como forasteiros, gringos, marginais, alguém que mora na periferia do país. Provincianos.
Esta condição tem ônus e bônus.
É verdade que nossos traços culturais nos diferem da brasilidade, tornando-nos brasileiros com diferenças dos demais. Diferenças que, aliás, nos torna percebidos por onde andamos.
O gaúcho, quando pisa fora de seu Estado, já é identificado. É do Sul, tchê!
Nossa maior aproximação com os hermanos argentinos e uruguaios influenciou nossa particularidade. Afinal, gaúcho é originalmente alguém que habitou o Pampa que não se estende apenas em território rio-grandense.
Cultivamos o chimarrão, temos o CTG, a milonga, o pala, o churrasco de costela, e, por décadas dominamos a economia com as estâncias arrebanhadas de um bom gado que abastecia o país e exterior.
Hoje, as coisas estão mudadas. Com a Globalização não há mais fronteiras tanto para a produção como para os costumes. Depois que a televisão e a internet se espraiaram campo afora, ficou mais difícil manter as tradições. Aliás, as tradições só se mantém porque são conservadas, portanto, porque há conservadores.
Meu guri, que ficou um ano e meio nos EUA cumprindo estágio, volta para observar que o gaúcho é ainda muito grosseiro. Pouco cortês. Disse-me que lá, não se levanta a voz, se pede toda hora licença e não se chama as pessoas pelo pronome, mas pelo nome. Aqui o gaúcho vai direto: tu.
Parece certo que uma cultura não se muda de um dia para outro. Mas, uma coisa é certa: é preciso saber identificar quais são os traços que identificam uma cultura. A consciência cultural deixa as pessoas mais animadas e mais solidárias. Afinal, como diz a bandeira gaúcha, "povo que não tem virtude, acaba por ser escravo!".
Pense nisto, enquanto há tempo!
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