terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cachorros e donos


Como você cuida de seu animal de estimação?

Olala,
Quando a gente sabe se tá na hora de sacrificar o animal de estimação que temos em casa? Em geral, as pessoas se afeiçoam dos bichos, cães, gatos, periquitos, pardais,...

A necessidade de conviver com animais é diretamente proporcional à necessidade de carência afetiva que uma pessoa precisa. Ou, por outras, quanto mais carente é a pessoa no relacionamento interpessoal, mais apela para os animais. E, ainda bem que eles existem! Assim, as pessoas se tornam menos estressadas e mais dóceis.

Ter um cachorro ou um gato de estimação requer alguns cuidados do bicho homem. Quando vemos cachorros abandonados na rua manifesta-se a denúncia de que pessoas abandonadas em casa. Um cão só vai para a rua, quando não é bem tratado em casa. Por instinto de sobrevivência, o cão vai em busca de alimento, de sobrevivência.

Quando o cão envelhece, o dono deveria levá-lo para o veterinário para sacrificá-lo através de uma injeção letal. Mas como fazer isto se o animal virou a "joia" do dono. Para você saber se está na hora de sacrificar seu cão, verifique como ele anda. Se, ao passear, ele anda sempre atrás de você, é sinal de doença ou velhice. Um cão saudável, sempre anda à frente do dono.

Há, a internet, um interessante e trágico vídeo que mostra como, em alguma parte do mundo, uma jovem se desfaz de caezinhos. A cena mostra um jeito errado de se ver livre de uma ninhada de cães.
O que você acha disto?
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sábado, 28 de agosto de 2010

Eleições 2010 PTB perde sem Zambiasi


Zambiasi foi o deputado estadual mais votado na história do parlamento gaúcho, virou senador e agora abandona a política.

Olala,
- Onde anda o senador Zambiasi? É a pergunta que muitos se fazem.
Senador da República, eleito em 2002, o radialista e comunicador Sérgio Zambiasi não concorre a cargo nenhum nesta eleição. Como o PTB havia centrado sua força em sua pessoa, o fato de não estar concorrendo deixa o partido em desvantagem em relação aos demais. Deverá encolher nesta eleição.

Outro motivo que faz o PTB encolher tanto nas bancadas a estadual onde possui quatro deputados como a federal onde possui três parlamentares é a opção feita de estar associado ao governo Yeda que deverá sofrer um revés nesta eleição. Perderá um deputado estadual e um frederal.

A posição dúbia do partido, aqui aliançado com Yeda e em Brasília com Lula é sentido pelos eleitores e deverá refletir na votação, do mesmo modo que refletirá em outros partidos como o PMDB e PP.

Zambiasi, o maior líder do partido, se retirou do cenário eleitoral e disse que vai descansar por dois anos. Retomará seu espaço como radialista onde sempre fez sucesso com suas campanhas assistenciais.

Há quem, diga que ele irá se preparar para voltar com força na eleição municipal de 2012, possivelmente disputando vaga na prefeitura da capital. Mas, fica difícil imaginar que, alguém fora da política, possa se cacifar para entrar no cenário político futuro. A semeadura para 2010 já está sendo feita agora em algumas cidades e candidatos que disputam cargo nesta eleição já estão com um pé em 2012. Na política, não há vazios. Quem não embarcar no trem agora, pode perder a viagem.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Eleição 2010 Estraduais do PT


Pela trajetória política, Raul deverá ser o mais votado dos estaduais nesta eleição.

Olala,
Há 30 dias da eleição é possível arriscar um prognóstico sobre quais os candidatos do PT chegam ao parlamento gaúcho. Com a responsabilidade de opinar e, correndo o risco de que algum internauta peça que eu retire meu comentário da rede, ouso fazer esta avaliação. É minha impressão sobre a eleição.

O PT tem 77 candidatos a estadual concorrendo. Nenhum, exceto Raul Pont é puxador de votos. Raul deverá ser o mais votado pois tem dobrada com os federais de sua tendência (Pepe, Zulke e Bohn Gass) e com outros e, pelo histórico do candidato, ex-prefeito da capital, ex-candidato nas majoritárias do PT, deputado de várias legislaturas, presidente do PT, deverá ser o campeão de votos.

O Rio Grande do Sul possui 7,7 milhões de eleitores. Destes retiram-se 14% que não votam, 2% de bancos e 4% de nulos. Restam 6,2 milhões de votos válidos. Sobre este quociente eleitoral é calculado o número de votos que cada legenda deve fazer para obter uma cadeira no parlamento. Assim, para se eleger um deputado federal, divide-se o número de votos válidos (6,2 milhões) pelo número de cadeiras disponíveis (55 estadual) e (31 federal). Cada coligação deve fazer 112 mil votos para uma vaga a estadual e 200 mil pra federal.

Nesta matemática, o PT, apoiado pelo cenário favorável da subida de Dilma e Tarso deve fazer 11 cadeiras no parlamento, e eleger: Raul Pont, Marisa Formolo, Míriam Marroni, Adão Villaverde, Daniel Bordignon, Edegar Pretto, Luiz Fernando Mainardi, Valdeci Oliveira, Stela Farias, Ana Affonso e Nelsinho Metalúrgico.

Mas este é um prognóstico que não encontra consenso entre os eleitores e candidatos. Não há dúvida que a garantia da eleição de onze ou mais deputados depende da manutenação das candidaturas dos que podem chegar nas suplências e que, sendo o PT vitorioso com Tarso, terão chance de emplacar o mandato por conta do fato de que alguns eleitos viram secretários.
À campanha!
Pense nisto, enquanto há tempo.
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cadê o visual da campanha?


Urna revelará quem merece crédito do eleitor. Novos candidatos têm menor chance por causa das restrições na propaganda.

Olala,
Estamos há um mês do término da campanha eleitoral. Não sei como está no interior, mas, na capital dos gaúchos, não fosse o horário de propaganda eleitoral obrigatória na mídia, a campanha não existe.

Aliás, só existem alguns poucos dos mais de quatrocentos candidatos que expõem visual através de placas e banners espalhados ao longo das vias públicas. É a tentativa de se firmarem como candidatos perante a população.

Muitos candidatos acostumados com o embalo de carros de som e seus estridentes jingles tiveram este recurso podado pela rígida legislação eleitoral que limita o horário do som de rua e locais.

Cada vez mais a campanha ganha a consciência do eleitor a partir de informações que são passadas fora do período eleitoral. Com isso, ganham aqueles que já detém mandato. Um candidato novo tem maior dificuldade para aparecer no cenário político pois tem que vencer seu anonimato e aparceer numa campanha curta e com limitações na propaganda.

Bem ou mal, a justiça eleitoral tenta disciplinar as eleições impondo limites aos abusos econômicos normalmente praticados pela liberalidade do marketing. A impressão que fica é que as empresas privadas evitaram jogar dinheiro em candidatos, se percebem que a economia vai bem. Num cenário favorável à economia, quanto menos se mexe no time que está ganhando, melhor. Só não entenderam isso alguns candidatos que ostensivamente poluem as vias públicas tentando se firmar na mente do eleitor.
Isto, às vezes dá efeito contrário.

Recordo o fato de uma dobradinha proporcional na eleição passada que estava em todas as esquinas com suas placas. No final, só um dos candidatos da placa se elegeu.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O drama de Onelio e Elvira



Olala,
Visitei neste final de semana dois brasileiros. Na verdade, dois netos de italiano que migrou para colonizar um lote na Linha Palmeiro, a primeira região de colonização de imigrantes italianos no RS. O casal entrou na minha vida como meus a dindos de crisma. Sempre vi neles o exemplo de pessoas simples, trabalhadoras e cumpridoras do dever. Seus quatro filhos todos ficaram próximos também nalida da agricultura, como muitos que insistiram em contribuir com o país atuando no meio rural.

Onélio, mais conhecido como Nélio, 87 anos, teve o infortúnio de sofrer um derrame cerebral há dez anos que o deixou entrevado. Elvira, 81 anos, sua companheira, também debilitou-se e desde fevereiro caiu adoecida há seis meses. Encontrei ambos imóveis em camas separadas num quarto de sua residência na localidade de Todos os Santos, em Farroupilha.

A família, na ânsia de garantir conforto aos doentes, foi obrigada a contratar uma enfermeira e bancar os caros remédios. Mas, os custos já não podem ser suportados e a Justiça foi buscada para garantir que o Estado forneça remédios. Até o momento, o Estado tem sido lento e não apareceu para ajudar.

O drama da família revela o drama da maioria dos brasileiros em relação ao principal problema dos brasileiros: dificuldade em tratar da saúde. Neste caso, a família até se esforçou contratando plano de saúde particular mas, as aposentadorias do INSS mal cobre os custos do plano. Na hora em que caíram doentes, a empresa detentora do plano, incrivelmente despachou os pacientes para suas casas.

Vendo cenas como estas, é impossível não achar que a solução está nas Equipes de Saúde da Família que alguns municípios mantém garantindo assistência médica e remédios aos munícipes. Por casos como o de Onélio e da Elvira, visualizamos como os órgãos públicos têm que avançar para garantir dignidade às pessoas, especialmente quando mais precisam, no tempo da velhice, quando as forças faltam e os sentidos enfraquecem.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Irmãos Neves e o sumiço de Elisa


Modelo está desaparecida e há pessoas indiciadas. Cadê as provas?


Olala,
Aprendi uma máxima: É preferível inocentar um culpado, do que condenar um inocente.

A Polícia tem que ser eficiente para apresentar provas concretas sobre os crimes. Tem que colher os dados para apresentar ao Ministério Público.

Ao Ministério Público, como defensor perene do direito, cabe zelar e fiscalizar a prática do direito e remeter à Justiça os julgamento dos crimes.

O Judiciário cabe o veredito. Mas o Judiciário é uma instituição nova, um poder cujos magistrados são investidos de poder sem legitimidade. Diferentemente a outros países, aqui no Brasil, o Poder Judiciário é independente e não sofre qualquer controle social. Uma vez investidos no cargo, os juízes só saem do tribunal quando se aposentam ou quando morrem. Eles tem todo o poder para julgar e decidir sobre o destino das pessoas.

Ao longo da história, são diversos os caso em que a injustiça se fez presente. Basta lembrar o caso dos Irmãos Naves, em Minas Gerais. Agora, também em Minas, surge um caso desafiador para a Polícia, o MP e a Justiça. Uma pessoa, Elisa Samúdio, está desaparecida. Há pessoas acusadas de tramar seu desaparecimento. Não apareceram, até o momento, evidências ou provas de sua morte, embora os indícios apontam para isso.

Enquanto as provas não aparecerem, não é possível concluir pela culpa de pessoas. O que há, por enquanto, é uma versão construída pela mídia que condena as pessoas envolvidas. Mas, sem provas, nenhum juiz será capaz de decidir pela condenação dos réus. O que, normalmente acontece nestes casos, é que o Judiciário decide entregar à população, através do júri popular, o veredito sobre o caso.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Me chamaram de Bocó


Bocó é também uma criação do artista Adelmo. E viva la vie!

Olala,
Hoje, numa reunião de trabalho, um de meus colegas, cujo nome quero ocultar, me chamou de bocó. Não retruquei a "gentileza" na hora para não perturbar a reunião. Engoli a descortesia. Reconheço que a frase foi dita no afogadilho e, talvez, sem muito pensar.

Não sabia bem o significado da palavra. Fui, então, procurar, no dicionário, o seu significado.

No Wikidicionário está escrito: bo.có palavra comum aos dois gêneros. Substantivo, que pode significar: 1. pessoa imbecil, bocoió. 2. pessoa querida e bem próxima, mas que comete erros tolos algumas vezes. Como adjetivo: 1. diz-se da pessoa que diz ou faz imbecilidade; 2. pessoa de caráter ingênuo; 3.(Popular) pateta, pessoa que fala [e] faz muitas bobagens: "Bocózinho, já disse que não é essa a chave da porta!"(risos) "Não era nada disso que eu queria dizer, bocó!"Seu bocó, já falei que é pra usar camisinha antes de comer!".

Há frases e palavras que muitas vezes são ditas sem pensar. Atos falhos. Confesso que, ao longo das minhas cinco décadas de vida, nunca havia sido agredido em minha conduta. O adjetivo bocó soou como uma facada no cérebro. Pode ter sido uma palavra jogada ao vento mas referida a minha pessoa, confesso que doeu. Como ela foi dita solta, sem explicações, pode ensejar tudo o que está acima descrito. Não sei o que se passou na cabeça de quem a proferiu, mas sei do estrago que causou em minha consciência.

Sou daqueles que sentem desconforto quando as pessoas não são sinceras e objetivas na crítica. Não me parece correto que alguém me chame de bocó sem explicar onde está meu erro. Não é pedagógico criticar sem apontar o erro. Alguns têm o costume de jogar pedras, esquecendo de conferir sua cobertura.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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domingo, 8 de agosto de 2010

O fator Fogaça


Fogaça corre solto porque tarsistas centram o discurso em Yeda.

Olala,
Tenho alertado os militantes petistas sobre a ameaça mais visível nas eleições de 3 de outubro. O retrato das pesquisas e o que se sente nas ruas indica que teremos segundo turno no Estado.

Quem estará lá? Na minha avaliação Tarso Genro pela esquerda e Fogaça pelo centro. Chego a esta conclusão ao perceber que há um sentimento de repulsa a alternativas de direita, hoje representadas por Serra em nível nacional e por Yeda no Estado.

Tenho participado de atividade de campanha e há, nos discursos, uma contestação ao governo neoliberal de Yeda, que, embora tenha a máquina do governo na mão, não consegue motivar e dar unidade para que os CCs que lhe dão sustentação se motivem a ir para a rua pedir sua reeleição. O governo de conflitos é também o foco prioritário dos tarsistas, poupando, até o momento, o PMDB que, em nível nacional é aliado de Lula.

Neste cenário, corre livre, leve e solto o candidato Fogaça. Com pose de bom moço, posicionado na campanha como o candidato da pacificação, o ex-prefeito de Porto Alegre vai construindo, ponto a ponto, sua chegada ao segundo turno.

O cenário real de vitória de Dilma no primeiro turno deixará Tarso mais confortável para um segundo turno. O ato falho de Fogaça ter tentado centralizar seus aliados na campanha de Serra no Estado deve liberar Dilma a apoiar Tarso no segundo turno.

Como estamos a cinco semanas do pleito, muita água ainda pode mudar, mas o cenário até o momento indica Tarso e Fogaça no segundo turno no Estado.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sábado, 7 de agosto de 2010

Cérebros plugados (II)


Tecnologia deve servir à pessoa e não servir para escravizá-la.

Olala,
Estou lançando um desafio: convencer as pessoas a que não me liguem ou façam demandas fora do horário de trabalho. Estou me rebelando. Quero começar a disciplinar minha vida e ajudar a disciplinar a vida dos outros. Não posso aceitar que a tecnologia que vem com toda a força, encurte minha vida e me ocupe 24horas do dia. Não sou robô. Sou ser humano.

Não sei se perceberam, mas as tecnologias dos celulares, ipod, laptops, pagers, MP3, 4, 5... passam a entrar na vida da gente sem limite, sem regramento. Sob o princípio de que toda a inovação é boa, acabamos se entregando, sem regras, aos novos aparelhos multifuncionais. Acabamos nos acostumando com a frenética dependência à interatividade.

Dias atrás, retornando de São Paulo, percebi a angústia de dois executivos que estavam inconformados por ter que desligar os celulares em pleno voo. Na sala de espera, ambos disparavam torpedos dos celulares, criando demandas nas pessoas do outro lado com eles plugadas. Era como se o escritório fosse ali mesmo, no meio das pessoas, na multidão. No voo, os executivos estavam angustiados pela proibição em acessar a internet. Aliás, acredito que logo-logo também os voos terão liberado o uso de equipamentos de interatividade.

Tenho amigos que já não possuem apenas um celular, mas vários. São pessoas que cada vez mais se entregam ao ritmo da tecnologia. Estão com o cérebro plugado. Vivem conectados e acabam impondo este ritmo às pessoas de sua convivência. Agem como uma metralhadora disparando demandas.

Por isso, inicio aqui uma campanha: quero respeito ao horário de trabalho. Nada de demandas à noite ou no horário do repouso semanal remunerado. É preciso que as pessoas preservem o tempo para si e para a convivência. A tecnologia deve estar a serviço do homem e não o homem a serviço da tecnologia. Eu sei do risco que uma decisão destas traz para a pessoa, mas é preciso se rebelar e colocar limite nas relações que a tecnologia coloca à serviço da humanidade. Quero viver um pouco mais, com qualidade de vida.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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Cérebros plugados (I)


Pessoas cada vez mais plugadas. Será que a liberdade está preservada?

Olala,
A cada dia surgem novas formas de comunicação, cada vez mais rápidas e eficazes. Não sei se as pessoas perceberam, mas a tecnologia dos aparelhos eletrônicos anda a uma velocidade tamanha que as máquinas que temos em mãos ficam obsoletas da noite pro dia.

Dias atrás, num reunião de uma centena de dirigentes da CUT em São Paulo, fui surpreendido com um auditório adaptado às novas tecnologias. Lá estavam dirigentes com seus laptops, ipod e celulares, todos plugados, enquanto assistiam as falas e encaminhamentos. A maioria dos dirigentes que lá estavam portavam algum aparelho eletrônico de comunicação. Todos portavam o celular.

Vivemos um período de transformações. Não há como negar as inovações eletrônicas que vieram para facilitar a comunicação entre pessoas. Esta velocidade na transmissão de dados virtuais criam também demandas aceleradas.

Na educação, as inovações tecnológicas mudam o panorama e desafiam os especialistas.

As pessoas não portam apenas aparelhos hoje. Portam verdadeiras centrais eletrônicas com capacidade de registrar, armazenar e transmitir dados simultâneamente do local em que estão. Dias atrás estava sentado no trono, quando o celular bipou e recebi uma demanda: faz contato urgente com "x" que ele precisa dos dados. Ou seja, eu não me pertenço mais. Com celular na mão, não sou mais dono de mim mesmo. Dependo da interatividade 24 horas por dia. O difícil é fazer a minha geração plugar o cérebro a esta nova realidade.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Plebiscito sobre o limite da propriedade


Plebiscito são consultas feitas à população em temas polêmicos.

Olala,
Ao longo das minhas cinco décadas de vida tenho participado de plebiscitos e referendos. Previstos na Constituição, servem para dar ao governante uma posição mais legítima sobre temas polêmicos. Todo o país democrático vive de consultas à população. Nossa jovem democracia não tem o costume de consultar os cidadãos. Optamos por valorizar a democracia representativa, via parlamentos, e, dela colher decisões que acabam sendo implementadas pelos governos. O plebiscito é um instrumento muito usado nas democracias.

Na história brasileira, tivemos o primeiro plebiscito da República em 1963, quando Jânio renunciou e os golpistas queriam impedir a posse de Jango, mudando o sistema de governo. Na época, 11,5 milhões de eleitores foram votar e 9,4 milhões confirmaram que o presidencialismo continuaria como sistema de governo.

Tinta anos depois, em 1993, a consulta volta com o mesmo teor. Estávamos saindo do desastrado governo Collor que havia frustrado o sentimento do eleitor com a eleição a presidente. Novamente o eleitor foi chamado e 90 milhões de brasileiros votaram garantindo novamente a república presidencialista como sistema de governo.

Em 2005, outro plebiscito foi implementado e consultava a população sobre a proibição ou não do comércio de armas. Venceu a liberdade de portar armas.

Agora, às vésperas da eleição, algumas organizações colocam em pauta o plebiscito do limite da propriedade. Quero dizer que, jogar uma questão tão sensível e delicada no meio de um processo eleitoral onde a disputa é polarizada é uma temeridade. Todos lembram dos episódios e versões criados na campanha de 1987, quando Lula se candidatou pela primeira vez a presidente e o adversário Collor, espalhou o boato de que Lula, se eleito, iria confiscar a vaquinha ou a casa de quem tinha duas. Alguém tem dúvida que, agora, se alguém puxar o tema da divisão da terra, não vão aparecer os estrategistas que vão associar Dilma a defesa do "confisco" da propriedade?

Uma das máximas que aprendi no marketing político é que em período de campanha eleitoral não se deve jogar no debate temas polêmicos. Apenas consensos.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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