domingo, 10 de janeiro de 2010
O tempo passa para todos
Envelhecer faz parte da vida, embora alguns acreditem que esta fase nunca chega.
Olala,
Tenho percebido que muitas pessoas não aceitam a temporalidade da vida. Ocupando um espaço no universo, cada um de nós tem um tempo de existência.
Algumas pessoas se recusam a aceitar que o envelhecimento do corpo é algo real, certo e imutável. Especialmente na juventude ou na idade em que o corpo apresenta sua melhor forma, as pessoas, quando começam a avançar na idade, passam a, desesperadamente, apelar para dietas, fórmulas mágicas, academias, achando que vão parar o tempo.
Envelhecer é uma arte tão certa quanto morrer. A pessoa, em geral, não se prepara para envelhecer. Acha que vai ficar eternamente jovem.
Tenho uma amiga, a Sílvia, que me comentou certa vez, a estranheza do gesto de duas idosas que eventualmente a acompanha às compras. Disse-me que, sempre ao chegar ao súper, as duas idosoas correm para, cada uma, pegar um carrinho. Quem vê, parece que vão causar um estrago no caixa. Não. Colocam apenas dois ou três produtos cada no carrinho. Mais tarde, minha amiga percebeu que o gesto de acorrer ao carrinho, logo que entra no súper, é para girar como apoio do corpo à "bengala", a terceira perna, como escreveu Hesíodo na história de Édipo e seu famoso oráculo.
Há marcas que o tempo não apaga. As pessoas têm que se preparar para encará-las com a mesma naturalidade que enfrentam o tempo da jovialidade e do poder máximo dos sentidos. E a administrá-las.
Quem não se prepara para envelhecer, se angústia ainda mais. É preciso conceber como naturais as marcas em cada tempo. Cabe à pessoa, administrá-las. A maquilagem do corpo pode ser benéfica por algum tempo, mas não permanente.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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