sábado, 31 de janeiro de 2009

2010 já começou IV (PDT)


Olala,
Depois que morreu o legendário Leonel Brizola, em 2004, o Partido Democrático Trabalhista sofreu um revés ideológico. Brizola funcionava como uma biruta determinando o caminho para uma infinidade de patrícios estância afora.

Hoje o PDT tem governadores, está junto com Lula na Presidência onde tem ministros, administra uma infinidade de prefeituras, mas no berço do trabalhismo, o Rio Grande do Sul, não gerou, no momento, nenhum nome forte com densidade para aspirar o Piratini.

O PDT, faz hoje a conveniência adesista que sempre foi feita pelo PMDB. Donde hay gobierno la estoy jo! Assim, o partido, na sua ideologia moderna, pode compor com Yeda como compõe com Lula. É poder de barganha visando acomodar cargos. Como, aliás, sempre foi prática da política.

Então, o que fará o PDT no pleito de outubro do ano que vem?
Há um jogo em disputa. Um grupo do partido, especialmente identificado com os prefeitos e alguns deputados entende que o partido deve se manter mais à esquerda, embarcando numa chapa com o PT na eleição de 2010. Nomes não faltam para esta composição Dipp, Bacci, Cherini...

Outro grupo, capitaneado pelo vice de Fogaça, Fortunatti (ex-PT), defende a consolidação da aliança com o PMDB. Para isso apoia Fogaça como candidato a governador. Se este movimento for vitorioso, o PDT poderá ser premiado com Fortunatti governando dois anos a capital.

Para onde vai o PDT, ao meu ver, vai a eleição. O partido desequilibra a disputa. Mas para isso tem que estar unido. Brizola costurava bem estas alianças.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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2010 já começou III (PDSB)


Olala,
A paulista Yeda Crusius conquistou o Palácio Piratini arregimentando uma leva de partidos que lhe emprestaram apoio, especialmente no segundo turno de 2006. Lembram-se todos de que, na época, o candidato preferido - nas pesquisas - era o então governador Rigotto. Yeda largou com índices de pesquisa abaixo de 10% e chegou. Era a novidade no pleito.

Mas, analisando o andar da carrçoça nota-se que as abóboras não se ajeitaram e muitas se perderam pelo caminho. Primeiro foi a tentativa de empurrar um pacote de impostos, antes mesmo de ser empossada. Queria que o pacote caísse sobre as costas do governador que saía. Não deu certo. Depois, outra tentativa fez com que o mesmo pacote retornasse à Assembléia e nova derrota. Depois do conflito com o vice Feijó, da corrupção no Detran, do escândalo do Busatto, do episódio Bacci, da ação do Coronel Mendes, da tentativa de decretar uma renovação dos pedágios, da penalização dos professores com descontos pela greve, do marido demitido..., tudo isso ajudou a mostrar que Yeda não somou no governo.

Em dois anos de governo é possível afirmar que Yeda, entronada em sua cadeira, pensa sim em ser novamente candiata, mas faltam-lhe as bases para que seja vitoriosa. Acho que, para não derrotar as ações de seu governo, ela será candidata, mas não vejo chances reais de que possa vencer. Só há uma chance: o PMDB não tendo candidato. Diferente do que fez o PT, Yeda não cometerá o erro de renegar a candidatura a reeleição. Seria assinar o próprio atestado de ineficiência adminsitrativa.

Acho que o PSDB comYeda passa a ser moeda de troca para permitir que outros partidos mais alinhados com o campo neoliberal cheguem ao poder. Isso se daria na manutenção da candidatura de Yeda no primeiro turno para depois desovar o apoio na base mais conveniente no Segundo Turno das eleições de outubro do ano que vem.
Pense nisso, enquanto há tempo!
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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Paineis para ETs no Palácio da Justiça


Olala,
Perguntei a dez pessoas que circulavam pela Praça da Matriz se já viram o painel do arquiteto Fayet retratando as 100 mais destacadas pesonalidades gaúchas. Todos, a unanimidade dos entrevistados, disseram-me que não tinham visto tal painel.

Pudera, o painel pago com recursos públicos não foi mesmo feito para humanos ver, mas para seres extra-terrestres. É isso mesmo: um arquiteto teve a anuência da direção do Tribunal de Justiça para instalar dois enormes painéis de 20 m2 cada a uma altura de 30 metros do solo, ladeando o prédio do Palácio da Justiça, localizado na Praça da Matriz, em Porto Alegre.

Todos os transeúntes (vai ou não acento com a nova regra!) que passam pela calçada jamais vão poder mirar os painéis que até ganham spots de iluminação à noite. Mas, a polêmica não está apenas na localização dos paineis (sem acento, com certeza!) e sim no conteúdo que eles expressam.

O criador, arquiteto Carlos Maximiliano Faiet, falecido em 2007, foi acadêmico no Instituto de Artes da UFRGS, tento como professor o arquiteto Luiz Fernando Corona, justamente quem no ano de 1955 construiu a obra modernista do Tribunal. Como Fayet acompanhou a obra de Cardona, o Tribunal lhe conferiu o direito de prosseguir com reformas. São dele as "caixas de abelha" já citadas neste blog.

O ponto polêmico no painel espacial é o fato de Fayet ter retratado cem personalidades gaúchas sem que sobre elas tenha sido feita uma ampla escolha. Tudo saiu de sua cabeça. O mais grave é ter colocado a figura dos presidentes Costa e Silva, Geisel e Medici, lado-a-lado do arquiteto Cardona que foi cassado como professor e perseguido pelo regime militar, morrendo aos 52 anos, em 1977. Na visão de Fayet torturador e torturado acabaram juntos. A filha de Cardona, Marilice, escreveu artigo comentando este disparate. No mesmo painel, estão a apresentadora Xuxa, Borguetinho...

Como disse, a arte é mesmo subjetiva. Mas não precisava ser tanto.
Pense nisto enquento há tempo!
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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Carta de um professor


Recebi uma mensagem da professora Claudete Scherer, de Carazinho, reproduzindo artigo que recebeu do professor José Celmar Roir da Silva, avaliando a educação atual no RS. Eis o texto:
"Quando os gaúchos elegeram o atual governo, votaram num projeto de políticas de resultados que se apresentava como sendo um novo jeito de governar. Resultados na economia, está aí o propalado déficit zero, com um custo social altíssimo.

Quero falar de uma área que eu conheço mais, por ser professor no Estado há 23 anos, para não parecer que estou inventando ou que estou falando pelos outros, em áreas como segurança e saúde, nas quais o descaso e a irresponsabilidade deste governo são também muito grandes.

O que está acontecendo nas escolas públicas estaduais atualmente é um processo de desmoralização, de desmotivação, de cinismo e de crueldade jamais visto. Nesses 23 anos, só teve algo parecido com o quadro de pessoal por escola (QPE), do governo Simon, ou o calendário rotativo, do governo Collares. Mas o que estamos assistindo hoje é muito mais cruel e desanimador do que esses episódios passados. Nós estamos há dois anos sofrendo um dos maiores arrochos salariais dos últimos tempos. Com o agravante de termos turmas com cada vez mais alunos, com bibliotecas fechadas, com laboratórios fechados, por falta de profissionais.

Ainda tenho que ouvir opiniões de profissionais da imprensa, formadores de opinião, defendendo essas e outras medidas deste governo, dizendo que já trabalharam com turmas de 60, 80 e cem alunos e que isso não tem problema nenhum, que os professores reclamam de barriga cheia. Qual o profissional que elabora e corrige avaliações fora do seu horário de trabalho? Imagina ter que corrigir 300 ou 400 avaliações, porque nós somos obrigados a ter 10, 15 ou 20 turmas para ter um mínimo para sobreviver e ainda dar uma atenção maior para os alunos com mais dificuldades, com turmas de 40 ou 50 alunos! No meu caso, a maioria adolescentes, que estão cada vez mais terríveis! Este governo se diz moderno, então por que não institui o um terço de preparação de aulas, por que não adota o cartão-ponto e paga as horas extras das reuniões, dos conselhos de classe, das entregas de boletins?

A política educacional do atual governo é também de resultados. Como se a escola fosse uma empresa qualquer. Tanto é, que realizou o corte de salários dos professores grevistas como se eles não tivessem que recuperar as aulas perdidas. Então, o ano letivo não precisa de 200 dias para ser validado? Para completar a crueldade, agora quer implementar a tal da meritocracia, com a premiação aos professores que tiverem o melhor desempenho. Quem vai avaliar? O que é ter melhor desempenho? Será aprovar todo mundo? E os professores aposentados como ficam? E ainda quer destruir o nosso plano de carreira, que os governos Collares e Brito já tinham desativado. O governo Olívio reativou nosso plano, realizando concurso e retomando as promoções. A única promoção que eu tive foi no governo Olívio.

Penso que a maioria dos eleitores, incluindo aí grande parte dos professores, que escolheram este governo, não tinha a real noção de em que projeto estavam votando. Mas os empresários da mídia têm a obrigação moral de informar o que realmente está acontecendo. Qual é realmente a proposta deste governo e qual o custo social dessas políticas? Os prós e os contras."
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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

As "caixas de abelha" do Palácio da Justiça


Olala,
A arte é algo muito estranho, sempre difícil de explicar. Sempre tive dificuldade de entender certas obras contruídas ao longo de vias e praças das cidades. Quando são abstratas demais, fica a polêmica: o que realmente significam?

Talvez sejam feitas exatamente para causar polêmica. Talvez prevaleça a tese de que a arte é algo totalmente subjetivo, portanto, permite várias interpretações e nenhuma deve ser absolutamente certa.

Há seguramente cinco anos, uma obra de arte me indignou. Trata-se da construção de mais de 130 caixotes, tipo "caixas de abelha", colocados ao lado do prédio do Palácio da Justiça do Rio Grande do Sul.

O prédio de cinco altos pisos e sustentado por grossas colunas tem a peculiaridade de ser ladeado por 13o "caixas de abelha" que, durante cinco anos não serviram absolutamente para nada. Dizem que o artista que idealizou a obra que custou quase meio milhão de reais queria montar no local um jardim suspenso. Ora, como aceitar que um maluco destes não seja contido na intenção de colocar vegetação num local exposto ao inclemente sol de até 40 graus no verão! Não me passa pela cabeça que um arquiteto formado pela Academia seja capaz de cometer tal disparate. Também acho estranho que os edis desembargadores, ao conhecerem o projeto, não o tenham recusado a obra.

Está lá para todos verem (pelo menos até não ser retirado ou reformado!). É incível, mas toda a vez que você passar pelo centro da capital gaúcha encontrará na Praça da Matriz esta decoração no prédio onde por muito tempo funcionou a suprema corte do Estado.

Confesso que fiquei indignado, dia destes, ao retornar ao centro da cidade e perceber que as "caixas de abelha" ainda estão lá, quase intactas como foram colocadas pelo seu idealizador. E, algumas mais baixas, servem até pára colocar pertences de mendigos e flanelinhas que atuam no entorno do prédio.
Não é espetacular que isto ocorra.
Pense nisso, enquanto há tempo!
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Águias adestradas


Olala,
Diz a Bíblia: “... dominai os seres...”. O homem é o ser humano que maior inteligência concentra em seu cérebro. No reino animal, não é superado por nenhum outro ser. A faculdade de pensar o destino só é possível para quem é dotado de razão, da capacidade pensante.

Muito embora, quando se olha para as guerras, para a fome e a miséria, para a desigualdade e para a violência, também se chega à conclusão que o homem é o ser mais perturbador e polêmico entre as espécies.

Hoje somos cerca de 6,7 trilhões de pessoas habitando o Planeta. A cada novo século, as mudanças no ambiente desafiam cada vez mais o inteligente homem. As últimas novidades dão conta que estamos degradando o planeta com os gases poluentes e causando um aquecimento do planeta. Catástrofes como as enxurradas, furacões e vendavais já não tem lugar restrito mas avançam sobre zonas antes mantidas intactas pela natureza. As geleiras glaciais estão encurtando e as águas dos mares avançam sobre as zonas ribeirinhas em todos os continentes.

Li esta semana, uma notícia que mostra como o homem busca amparo na natureza. Veio do distante e desconhecido Cazaquistão. Em determinado cantão daquele país, há séculos, o homem convive pacificamente com o ambiente. Numa terra quase árida, gélida, as pessoas se servem da caça como alimento e como pele para fazer vestimentas. Raposas, lebres, são caçados por águias adestradas. Aave domesticadas atende a vontade do dono, decolando de seu braço, indo até o campo em busca de presas. Uma vez capturada, a presa é trazida até próximo ao dono. Depois vira gorro ou alimento. Esta é uma tradição que passa de pai para filho. Nesta terra distante, o legendário e temível Gengis Kan advertia os viajantes do ocidente sobre o disco de serem surpreendidos pelo exército de águias adestradas.

Fico pensando no sacrifício que o caçador tem para chegar até o adestramento da ave que coloca trabalhando para ele. Uma tarefa digna do ensinamento bíblico que recomenda dominar os outros seres.

Entre os seres humanos a capacidade de adestrar ou treinar não é bem vinda. Desumaniza e reduz a capacidade criativa do ser humano. Pode até ser útil para gerar lucro nas linhas de produção em série, mas, torna o ser humano um objeto a serviço de outrem. E, por incrível que pareça, a sociedade de consumo insiste em amontoar águas nos braço de poucos donos.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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2010 já começou II (PMDB)


Olala,
O Rio Grandedo Sul sempre foi pioneiro em criar situações próprias para a política. Aqui fizemos a Revolução Farroupilha e depois fomos convencidos a permanecer integrando a federação.

Daqui sairam vários presidentes e continuaremos produzindo quadros de peso para a política nacional.

Já abordei, abaixo (2010 já começou I) as perspectivas do PT para a próxima eleição. Vamos aqui citar as alternativas do PMDB.

O partido tem forte base política no Estado e, embora integre a base de aliança do Presidente Lula, fará de tudo para, no RS, ter candiatura própria a governador. Embora lideranças petistas trabalhem numa aliança com os pemedebistas, não encontra eco no eleitorado a idéia de uma aliança entrte os dois partidos no mesmo palanque.

O cenário mostra hoje que o PMDB fará uma frente capitaneada pelo prefeito Fogaça ou pelo ex-governador Rigotto. Pedro Simon, estrela do partido, já não teria idade para suportar a campanha.

O partido investirá numa aliança que tenha no mesmo palanque o PDT que já está junto na capital e o PDT, partidos que integram a aliança com Lula, em nível nacional.
Pelo menos, publicamente, os caciques do partido descartam uma aliança com Yeda, no priemiro turno.

Nos últimos 20 anos, o PMDB tem sido parceiro na composição de vários governos. No Estadual integra o governo Yeda e no Federal sempre esteve presente, seja quem for o presidente. Fisiológico, faz um jogo que, dependendo dos movimentos, pode reconquistar o Piratini na eleição de 2010.
Pense nisso, enquanto há tempo!
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domingo, 25 de janeiro de 2009

Memória ocultada



Olala,
Dia desses, passeando pelo centro da capital, mais propriamente próximo à praça da Matriz que ladeia a sede dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), deparei-me com um grupo de turistas italianos visitando a Catedral. Como entendo e falo a língua italiana, tive a curiosidade de saber o que a bela guia turística repassava aos ilustres visitantes. Encostei no grupo para ouvir as informações.
Nas palavras rápidas, mencionou que a Igreja foi construída no século passado a pedido de um bispo chamado João Becker e contou com o apoio de Roma que enviou de lá um architeto chamado Giovenale. Nisso a guia está correta.

Mas, minha surpresa veio quando a jovem explicou a simbologia de oito figuras antropomórficas assentadas ao pé das colunas da Igreja. A guia disse que elas se referiam aos escravos trazidos aos milhares durante o período colonial brasileiro.

Tive vontade de intervir, mas não o fiz.
Na verdade, as oito figuras escondidas nos pilares da nossa catedral retratam parte da história da colonização do Estado e representam os nossos índios, os "bugres" como eram conhecidos na ápoca, dizimados aos milhares pela ação dos exércitos espanhóis e portugueses. As missões jesuíticas nada mais eram do que incursões feitas para pacificar os "bugres", domesticá-los na doutrina cristã abrindo caminho para que suas terras fossem colonizadas sem oposição. No rosto das estátuas de granito lapidadas de monolitos de pedra tirada do morro Teresópolis está estampado o sofrimento de heróis lendários como Sepé Tiaraju que resistiu bravamente à resistência colonizadora.

Por razões ideológicas, as oito estátuas foram colocadas atrás do templo, longe dos olhos da população. Imagino a luta que o arquiiteto teve para incluir as estátuas no templo. Se bem que, colocadas longe dos olhos da população, é bem provável que acabem invisíveis aos olhos de muitos turistas.

Então, cada vez que você passar pelo templo ou mostrar a algum visitante, não esqueça de contar a história por completo.
Pense nisso, enquanto há tempo!
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Nós e os desafios de Obama


Olala,
Dia 20 de janeiro tomou posse o 44º presidente dos Estados Unidos da América. Obama, o primeiro presidente negro na história do país. Filho de pai queniano, mãe americana e padrasto asiático, Obama nasceu em Honolulu, no Hawaí e foi criado pela mãe, Ana. O casal se separou, o pai voltou para o Quênia e Obama foi criado pela mãe e pelo padrasto em Jacarta, na Indonésia. Aos 10 anos de idade, retornou para morar com os avós nos Estados Unidos. Advogado, professor, tornou-se senador pelo seu Estado, Illinois, com mais de 70% dos votos. Depois de disputa acirrada no Partido Democrata, Obama conseguiu a indicação dos delegados que lhe garantia à disputa à Casa Branca. E venceu com 52% dos votos o seu principal adversário do Partido Republicano, John McCain.

A posse foi apoteótica com mais de 2 milhões de pessoas em frente ao Capitólio. O mundo acompanhou a posse do presidente da nação que, sozinha, detém uma quarta parte do PIB do planeta, possui uma renda per capita de US$ 46 mil e um alto nível de vida.

Embora o país viva uma situação privilegiada no contexto global, Obama quer investir em tecnologia, educação e infra-estrutura e fazer uma gestão voltada para a recuperação da economia, destroçada nos últimos meses com a quebradeira de empresas e a perda de milhares de empregos. Atualmente o índice de desemprego alcança 6,7% nos EUA. Um plano pretende reativar os empregos através de descontos fiscais e incentivos às empresas.

Outra meta será voltada para a busca de novas fontes de energia, já que o país depende do petróleo estrangeiro. Neste item, Obama defende energias renováveis, como o etanol brasileiro. A prisão de Guantánamo, em Cuba, que guarda prisioneiros de guerra será fechada e Obama disse que irá retirar das tropas militares do Iraque. Na relação com outras nações, especialmente com aqueles que vêem os EUA como inimigos, Obama anuncia a retomada do diálogo. Quer a legalização dos imigrantes que estão no país. Não disse, porém, se levantará o bloqueio a Cuba que completa 45 anos.

Para a grande massa de trabalhadores e empresários das indústrias calçadistas do Vale do Sinos, a eleição de Obama tem um significado especial. Se ele recuperar a economia do seu país, os norte-americanos voltarão às compras e isto será bom para o consumo dos calçados que mandamos para lá. Crise nos USA não é boa para nós. Afinal, os Estados Unidos são o principal mercado do calçado brasileiro. As oscilações do dólar e a crise americana reduziram nossas exportações aos EUA, que, em 2008, somaram 37,7 milhões de pares e foram 32,6 menores que 2007, conforme atesta a Abicalçados.

Mas não é apenas o setor calçadista que torce pela estabilidade dos EUA. Há 30 anos o país do Tio Sam já recebe diversas manufaturas nossas como têxteis, ferro-gusa, confecções, soja, que acabam concorrendo, em qualidade, com os produtos de lá. Estas operações, embora o partido de Obama tenha uma face mais protecionista, devem continuar ocorrendo. A barreira maior se dá com o protecionismo agrícola aos seus produtos e que deixa nosso açúcar, o suco de laranja, a carne sem poder de exportação. A superação gradual destas barreiras, que é advogada por importantes setores da economia e da opinião pública nos Estados Unidos, seria a maior contribuição que o presidente Obama poderia dar às nossas relações bilaterais comerciais.

Por fim, há pessoas que entendem que nosso crescimento depende da desgraça estadunidense. Não sou destes, e defendo que nossas relações devem buscar um equilíbrio entre cooperação e disputa, preterindo o confronto, com o qual não temos nada a ganhar. É preciso ter um ambiente de cooperação firmado no diálogo para resolver os impasses. E, num mundo globalizado, devemos tirar proveito das relações bilaterais com o país mais rico do mundo.
Pense nisso enquanto há tempo!
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um adesivo de Obama



Olala,
Fiz uma experiência. Em maio passado, meu filho Tiago que foi para os Estados Unidos participar de um estágio acadêmico, testou o correio e enviou ao Brasil uma calculadora 12-C, muito utilizada para funções de cálculo. No pacote, a mercadoria chegou enrolada com dois adesivos da campanha do presidente Obama. Um ficou comigo e outro entreguei ao Big, um taxista amigo meu.

Aproveitei o ícone e fiz um segundo teste em meu país: colei o adesivo e deixei em meu carro por sete meses e esperei para ver a reação das pessoas. E foram diversas.

Certo dia, em viagem ao interior, percebi que na fila indiana um carro vinha dando sinal de luz atrás de mim. Conferi meus comandos e verifiquei que nada estava anormal. Dei espaço para o "apressadinho" passar, e, para minha surpresa o motorista, ao passar fez sinal com a mão e sinalizou para que parasse no acostamento. Como o local oferecia segurança, obedeci e parei.
Imaginei que houvesse algo com minha viagem.
- Com licença, posso lhe fazer um pergunta?
- Pode, respondi.
- O Sr. não tem um adesivo desses da campanha do Obama?
Expliquei que só tinha o colado no carro e o homem retirou-se insatisfeito. Seguimos viagem.

Noutras oportunidades, foram inúmeros pedidos, incluindo de militantes de várias matizes, que não pude atender. Pessoas de todas as idades e credos solicitando cópia da peça.

Certo dia, um militante, indignado com o meu adesivo me cobrou a retirada da peça durante reunião. Disse que eu era louco usando o adesivo do candidato a presidente de um país imperialista. Continuei meu teste.

Noutra oportunidade, para participar de reunião, acabei ocupando uma vaga rotativa numa garagem, reservada por um sindicato no centro de Porto Alegre. Acontece, que, ao mesmo tempo, outra pessoa também tinha consentimento para estacionar seu carro. E outra pessoa era nada menos que um militante de partido que vê os EUA como o país mais mau do planeta. Não é preciso explicar o desconforto do militante ao se deparar com meu carro com adesivo do Obama ocupando sua vaga.

Flagrei também um candidato a prefeito e seu assessor fotografando o adesivo. Quando perguntei sobre o motivo do registro, ouvi um provocativo: "não é da sua conta!".

Com a experiência tive a impressão que as pessoas no interior do Estado são mais tolerantes às mudanças. Isto parece ser bem diferente da versão que se ouve.

Avalio que o mesmo sentimento de esperança que tomou conta do povo norteamericano com a eleição de Obama, se expraiava no mundo. Só o tempo irá dizer se será bom para o mundo a presença de Obama. Por incrível que pareça nossa vida depende ainda do sucesso da economia da "América".
Pense nisso enquanto há tempo.
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domingo, 18 de janeiro de 2009

Bodas de Prata para o MST


Olala,
Este ano o Movimento Sem Terra comemora 25 anos de existência. Para muitos, a palavra comemorar causa frisson. Num país onde as oligarquias do latifúndio, dos banqueiros e dos grandes empresários estão presentes na vida política e na mídia, falar em comemorar as ações do MST faz ruborizar o rosto de muitos. Felizmente minha formação faz com que não seja incluído nestes.

Tive o privilégio de testemunhar a história deste movimento praticamente desde o seu ressurgimento em setembro de 1979, com as ocupações nas fazendas Macalli e Brilhante. Na época, vinculado à Comissão Pastoral da Terra da Igreja Católica, acompanhei o processo de resistência campesina. Como fotógrafo e jornalista, pude registrar a resistência dos atos em favor da reforma agrária patrocinados pelos colonos sem terras. Minha militãncia política, vinculado a mandatos agrários, também ajudou no acompanhamento da luta do MST.

O regime militar ainda mostrava sua crueldade e não hesitou em instalar na Annoni um acampamento para vigiar e reprimir os passos dos colonos. A resistência organizada que tinha o padre Arnildo Fritzen e o líder João Pedro Stédile como principais protagonistas, foi, aos poucos, transformando as terras griladas do local em espaço para assentamentos. Hoje 418 famílias estão em quatro áreas.

A contribuição social do MST para o desenvolvimento do país precisa ainda ser melhor escrita. O MST foi e é o único movimento agrário que se opôs ao processo de concentração da terra no campo. Suas lutas não se restringiram apenas a ampiação dos direitos no campo mas avançaram na defesa do emprego, da previdência, da saúde, do alimento mais barato para todos os brasileiros. As oligarquias latifundiárias primaram suas ações na concentração da renda e na exploração da mão-de-obra agrária. Não fosse o MST oferecendo sua resistência, teríamos menos alimentos disponíveis, mais favelas e mais injustiça social e mais pobreza.

Os mais de 2 mil assentamentos rurais em vários estados brasileiros atestam inequivocamente que a produção de alimentos ganhou impulso, em que pesem as poucas verbas governamentais para a área, como atestam artigos acadêmicos.

Mas, não é apenas o processo produtivo que deve ser observado. A educação com suas escolas itinerantes, o modo de produção, a preservação do ambiente, o uso integral do solo e o respeito ao meio ambiente como fatores peculiares a esta organização.

Ao longo de 25 anos, o MST adquiriu experiência e sabedoria necessária para desenvolver métodos de luta massiva que ajudam a resolver os problemas do povo tanto no campo como na cidade.
Pense nisso enquanto há tempo!
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sábado, 17 de janeiro de 2009

2010 já começou I (PT)


Olala,
A política tem seus lances inusitados. Movimentos estratégios e táticos. Não há como não perceber. As pessoas se movem conforme suas idéias. Ou, por outras, indo mais longe, as idéias movem o mundo.

Neste contexto, vejo que 2010 já está na rua para o partido do presidente Lula no Rio Grande do Sul. É a tal da campanha eleitoral fora da campanha. Basta ler as entrelinhas (ou serão declarações abertas) feitas à imprensa pelos notáveis candidatos a cargos políticos.

Algumas frentes já estão postas. Senão, vejamos:

O ex-governador Olívio Dutra, com sua prudência, não afirma que é candidato. Ponderado, diz que ser candiato é uma decisão que passa pelo partido e que, no devido tempo, deverá ser tomada. Defende o consenso para evitar os estragos causados por prévias. Preside o PT e tem a simpatia de boa parte dos militantes.

Tarso Genro, em novembro passado, declarou publicamente que não seria candidato em 2010, inclusive fazendo um mea culpa, por ter tirado de Olívio a possibilidade de ir a reeleição em 2002. Mas, ventos vai, ventos vem, três meses após, Tarso declara à imprensa que pode ser candidato em 2010. Com que parceiros? É só olhar para os movimentos que Jairo Jorge, fiel escudeiro de Tarso faz em Canoas.

O senador Paulo Paim, que não tem experiência executiva e que não embarcou no trem em 1996 quanto era preferido para governar Canoas, é um nome cogitado e trabalha para editar uma aliança que tenha no mesmo palanque o PTB do Zambiazi, mais o PDT e os partidos da Frente Popular.

Por fora, ao gosto de Lula, correm Henrique Fontana, defendendo alianças amplas e, como corre o boato, a candidatura que agradaria ao Planalto que está construindo chapa com o PMDB no bloco que tem hoje a repaginada Dilma como candidata.

Ainda, com chances de barganhar espaço no cenário estão os candiatos, Raul Pont, Miguel Rosseto, Pepe Vargas e Ary Vanazzi.

Este é o cenário do PT descrito há 22 meses da próxima eleição.
Pense nisso enquanto há tempo.
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Bombas de fósforo


Olala,
Dia destes, assistindo o noticiário da TV, algo diferente me chamou atenção. Estavam sendo mostradas imagens desta injustificável guerra que se trava entre israelenses e muçulmanos na Faixa de Gaza. De tempos em tempos vemos as potências militares dando um jeito de inventar uma guerra que alimenta a necessidade de consumir armas.
Mas, o que me chamou atenção foram as imagens da recente guerra. Não sei se você percebeu, mas nelas há algo diferente. As bombas lançadas por Israel, o Golias na disputa, tinham um traçado diferente. Era como se formassem um pinheirinho iluminado caindo sobre um horizonte escuro. Diferente das imagens da Guerra no Iraque onde assistíamos o cruar das balas no horizonte noturno.
Pensei comigo; que bom, as bombas fracionam antes de alcançar o solo!
Fui me informar e verifiquei que, ao contrário do que imaginava, o artefato é ainda mais letal. Trata-se da utilização de bombas de fósforo comuns em experimentos militares, mas ainda não utilizadas em guerras. Este artefatos explosivos têm a capacidade incendiária e destruidora multiplicada quando jogados do alto. A artilharia aérea israelense jogou vários deles sobre Gaza causando estragos em cadeia, no solo. Não é mais um único foco que é atingido com estes explosivos, mas toda a área atingida pelos múltiplos tentáculos bélicos das bombas de fósforo.
Tratados internacionais proibem o uso destas bombas em áreas civis, mas elas estão sendo usadas em Gaza sob o olhar atônito de milhares de expectadores no mundo.
Além de causar dano com a explosão quando encontram antreparo, estas bombas continuar queimando o alvo por minutos a fio. Jogar água nelas significa atiçá-las ainda mais. As vítimas destes artefatos aparecem completamente mutiladas, tendo as partes do corpo dilaceradas.
Por isso, doravante, quando você assistir às cenas horrendas da guerra, saberá que nelas estará sendo testado mais um artefato mortal. Desta vez utilizado pelo exército israelense. A bestialidade humana parece realmente que não encontrou limite.
Veja também informações do repórter de guerra argentino Hernan Zin.
Pense nisso enquanto há tempo!
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Avião cai no Rio e 155 se salvam


Olala,
Um avião com 155 pessoas a bordo cai no cai no rio Hudson, próximo a Nova York, e todas as pessoas saem com vida.
A notícia parece ficção. Li e não acreditei. Mas, lá estava a notícia na internet. Como pode, 150 passageiros e 5 tripulantes saírem vivos com a queda de um avião no rio. As primeiras informaçõs dão conta de que todos se salvaram. Mas, a informação ainda não é confirmada. Há feridos, mas não mortos, apontam as agências de notícias.
Toda a vez que cai um avião nos USA logo vêm à tona a lembrança das ações terroristas, mas as autoridades descartam qualquer ligação com o terror.
Passageiros disseram à CNN que o resgate chegou rapidamente. "Ficamos com medo, mas está tudo bem", disse um deles, contando que havia um bebê na aeronave. Homens da guarda costeira usaram pequenas embarcações para chegar até a aeronave e darem coletes salva-vidas para as pessoas que estavam a bordo.
De acordo com a FAA, passageiros contaram que a aeronave bateu em um pássaro antes de cair. As causas do acidente ainda vão ser investigadas.
Não é um milagre?
Pense nisso enquanto há tempo!
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Visão peristáltica



Olala,
Tenho percebido que alguns gestores, especilamente da esfera pública, têm se guiado por posições peristálticas. Explicando: o movimento peristáltico é aquele feito pelo corpo quando ingerimos alimentos. No ciclo da vida, decidimos o que comer, mastigamos e, depois, a máquina do corpo se encarrega de fazer o trem andar por longos oito metros até devolver às sobras, um dia depois. Este movimento natural do corpo, fazendo a máquina funcionar, chama-se peristáltico.
Pois bem, alguns gestores, acham que uma vez tomada a decisão, o trem flui com naturalidade. Desliza. Esquecem que, na política, tudo tem que ser conduzido passo a passo. Ao contrário do movimento peristáltico, as etapas têm que ser organizadas, senão as ações não acontecem. Não adianta apenas decidir o início de uma ação. E, aliás, os políticos são pródigos em "inaugurar" inícios de obras, colocar placas, registrar, noticiar sonhos que acabam em boas intenções...
Na política, o movimento peristáltico não funciona. Funciona o planejamento das ações, paso-a-passo. Sem planejamento, a gestão acaba sem ação. Ou, por outras, acaba em confusão.
Por isso, para fazer a máquina pública funcionar deve-se ter bons gestores que planejem todas as etapas da ação pública. Embora o navegador saiba a direção dos ventos e onde quer chegar, tem que criar as condições operar a travessia.
Eu fico impressionado como muitas administrações públicas que não conseguem ter um calendário das atividades que pretende realizar a longo prazo. Se perguntar para o gestor o que vai acontecer daqui a meio ano, terá dificuldade de identificar as ações de cada área. Há muita improvização. Lembro de uma vez ter passado na França e o governo apresentava vasta agenda de eventos que ocorreria nos próximos doze meses.
Gestores de visão são aqueles que centram a ação no planejamento.
Este é o desafio da gestão moderna, pública ou privada.
Pense nisso enquanto há tempo!
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