terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um adesivo de Obama



Olala,
Fiz uma experiência. Em maio passado, meu filho Tiago que foi para os Estados Unidos participar de um estágio acadêmico, testou o correio e enviou ao Brasil uma calculadora 12-C, muito utilizada para funções de cálculo. No pacote, a mercadoria chegou enrolada com dois adesivos da campanha do presidente Obama. Um ficou comigo e outro entreguei ao Big, um taxista amigo meu.

Aproveitei o ícone e fiz um segundo teste em meu país: colei o adesivo e deixei em meu carro por sete meses e esperei para ver a reação das pessoas. E foram diversas.

Certo dia, em viagem ao interior, percebi que na fila indiana um carro vinha dando sinal de luz atrás de mim. Conferi meus comandos e verifiquei que nada estava anormal. Dei espaço para o "apressadinho" passar, e, para minha surpresa o motorista, ao passar fez sinal com a mão e sinalizou para que parasse no acostamento. Como o local oferecia segurança, obedeci e parei.
Imaginei que houvesse algo com minha viagem.
- Com licença, posso lhe fazer um pergunta?
- Pode, respondi.
- O Sr. não tem um adesivo desses da campanha do Obama?
Expliquei que só tinha o colado no carro e o homem retirou-se insatisfeito. Seguimos viagem.

Noutras oportunidades, foram inúmeros pedidos, incluindo de militantes de várias matizes, que não pude atender. Pessoas de todas as idades e credos solicitando cópia da peça.

Certo dia, um militante, indignado com o meu adesivo me cobrou a retirada da peça durante reunião. Disse que eu era louco usando o adesivo do candidato a presidente de um país imperialista. Continuei meu teste.

Noutra oportunidade, para participar de reunião, acabei ocupando uma vaga rotativa numa garagem, reservada por um sindicato no centro de Porto Alegre. Acontece, que, ao mesmo tempo, outra pessoa também tinha consentimento para estacionar seu carro. E outra pessoa era nada menos que um militante de partido que vê os EUA como o país mais mau do planeta. Não é preciso explicar o desconforto do militante ao se deparar com meu carro com adesivo do Obama ocupando sua vaga.

Flagrei também um candidato a prefeito e seu assessor fotografando o adesivo. Quando perguntei sobre o motivo do registro, ouvi um provocativo: "não é da sua conta!".

Com a experiência tive a impressão que as pessoas no interior do Estado são mais tolerantes às mudanças. Isto parece ser bem diferente da versão que se ouve.

Avalio que o mesmo sentimento de esperança que tomou conta do povo norteamericano com a eleição de Obama, se expraiava no mundo. Só o tempo irá dizer se será bom para o mundo a presença de Obama. Por incrível que pareça nossa vida depende ainda do sucesso da economia da "América".
Pense nisso enquanto há tempo.
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Um comentário:

Tiago S. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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