quinta-feira, 7 de maio de 2009
Professor polivalente
Interdisciplinariedade não pode ser implantada à força
Olala,
Li nos jornais que a Secretária de Educação do RS, Mariza Abreu, irá implantar, em 2009, mudanças na seleção de professores para a rede estadual.
- É certo que a mudança cai acontecer no ano que vem. Não há nenhum obstáculo significativo!, reforça a secretária.
Que mudança é essa? Um estudo feito pelo Conselho Nacional de Educação aponta que a formação sementada, em disciplinas, acaba gerando uma aprendizagem deficiente. Os resultados do Enem apontam que os alunos em várias escolas do país, tem desempenho insuficiente quando os conteúdos são ministrados de forma individual, sem relação interdisciplinar. Quando, por exemplo, a análise de um problema é só de uma disciplina, o aluno sai da escola sem a abrangência das informações que precisa para a vida.
Aproveitando esta avaliação, a secretária decidiu, sem consulta a comunidade escolar, - professores, funcionários, pais e alunos - disparar a seleção de professores em quatro agrupamentos: linguagens(português, literatura, língua estrangeira, arte e educação física), matemática, ciências (biologia, química e física) e ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia). E disse mais, os professores atuais terão que atuar em todas as matérias dentro da área.
A medida, já adotada na década de 70, resultou em fracasso porque não foi seguida de suporte na formação do professor. Não tem como decretar que um professor de matemática acabe dando uma boa aula de física ou de química. Assim, não tem como exigir de um professor de português que ensine ingês. A proposta, boa no mérito não pode ser empurrada goela abaixo na rede.
Se a mudança deve acontecer, deve vir acompanhada de um suporte na formação que permita dar ao docente condições de domínio da disciplina. Talvez, algo como faz a França atualmente que retira o professor depois de 8 anos de magistério e o coloca numa universidade pública para se atualizar pelo período de dois anos.Só depois disto é que ele retorna à sala de aula, sem perder vantagens de carreira.
Acho, por fim, que a medida esconde a tentativa de dar ao gestor condições de manipulação dos professores suprindo eventuais carências de profissionais nas escolas. Não se melhora a qualidade do ensino obrigando o professor a sair do foco de sua formação acadêmica.
Pense nisto, enquanto há tempo!
.
É
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