sábado, 2 de maio de 2009

Trabalho por tarefas definidas


Planejar a ação e visualizar as tarefas não é tarefa comum a todos
Olala,
Depois de viver cinco décadas e ter observado como as pessoas trabalham, percebo que, no Brasil, muitos exercem atividades desconhecendo as tarefas que executam. Muitas pessoas têm emprego, seguem rotinas mas não sabem o sentido daquilo que estão fazendo. Sem ser sujeitos da produção, são alienados, fazem mecanicamente o que os outros mandam.

Sempre me angustio quando sou designado para cargos em que não ficam claras as funções. Trabalhei mais de trinta anos no serviço público e privado e, em geral, onde passei, não havia planos escritos especificando, com clareza, minhas tarefas. No serviço público as tarefas são implícitas. Isto sempre me indignou porque, vez por outra, as pessoas me cobravam por tarefas que não estavam a mim reservadas. Como as atribuições não são claras, a avaliação fica vulnerável. E, sem base para avaliar, o resultado do trabalho não aparece.

Quis saber porque isto acontece. A sociologia ensina que exercer um trabalho, cumprindo um planejamento estratégico que inclui táticas e papéis bem definidos, é característica das sociedades homogêneas. Mais iguais na sua etnicidade. Percebo que as pessoas são mais solidárias onde a formação é mais original. Nas sociedades mais multiétnicas, heterogêneas, os papéis sociais são mais difusos. Hámenos objetivos comuns.

Isto, em parte, explica porque cidades como Novo Hamburgo, São Leopoldo, Caxias, Bento Gonçalves, entre outras, alcançaram mais cedo o desenvolvimento do que outras que possuem mais formação multiétnica. Quando se juntam os interesses de vários povos os consensos ficam mais distantes.

Isto, em parte, explica também porque os países com formação mais homogênea, França, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Áustria, Suécia, Noruega, Escócia, Irlanda, Japão, entre outros, ostentam os melhores índices de IDH do Planeta.
O Brasil possui formação étnica plural e, embora isto tenha vantagens, deixa difuso o objetivo nacional. E isto se expressa também no mercado de trabalho.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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3 comentários:

Tiago S. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Tiago,
Mas, então, como explicar que cidades como Caxias do Sul, que não foram centradas no comércio de troca nos primeiros tempols, lograram tamanho desenvolvimento. É evidente que, no cso, pesou a formação étnica de um povo europeu (italiano) que já continha, em si, habilidades manuais diferentes de outros povos. Isso explica, por exemplo, porque a cidade avançou mais em desenvolvimento. Por que, por exemplo, Camaquã, plural na formação, não está tão desenvolvida?

Anônimo disse...

A cidade de São Paulo possui diversidade cultural, mas cada etnia segregada no seu "gueto". Mooca, Bairro da Liberdade, Higienópolis, Bom Retiro, Bairro da Luz e Bairro da Casa Verde.

A diversidade cultural que tu citas produziu um miolo desenvolvido e uma periferia subdesenvolvida. Que desenvolvimento é esse? Se realmente existisse o sentimento de comunidade não existiria esse bolsões de miséria.

Quanto a essas cidades relativamente desenvolvidas que você cita, ocorre o mesmo. Eu apenas excluiria Hong Kong, (onde 96% da população de Hong Kong é chinesa)

Desde a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, o homem tem a liberdade da livre associação.

Por último, se as sociedades homogêneas dependem da venda do seu excedente, é porque as sociedades heterogêneas dependem do consumo desse exedente. Ou seja alguém só produz mais pão porque alguém quer comer mais pão. Tentar justificar o desenvolvimento de algums com o subdesenvolvimento de outros, é o mesmo aplicar a lei da ditadura, condenar o desenvolvido pelo subdesenvolvimento do outro.

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