Há quatro anos, o sapateiro Jair da Costa foi com os colegas protestar contra as demissões no setor e foi morto pela BM.
Olala,
A morte do sem-terra Elton Brum da Silva, em São Gaberiel, há três semanas, levou muitas entidades da classe trabalhadora e de defesa dos direitos humanos a repudiarem a ação da Brigada Militar gaúcha no processo de desocupação da fazenda Southall.
O curioso é perceber como as instituições de estado protegem os réus, quando estes integram aforça pública. O Ministério Público, sempre ágil no indiciamento dos movimentos sociais, silencia agora, quendo um sem-terra é morto.
Recordo aqui, o episódio trágico da morte de um soldado em 1990, no centro da Capital depois que os sem-terras, foram expulsos com a força policial do acampamento na praça da Matriz e espalhados pelo centro da cidade. Na oportunidade, um grupo se refugiou na Prefeitura, os manifestantes foram cadastrados e tiveram que prestar depoimento. Não bastasse o constrangimento avalizado pelo MP, seis deles amargaram seis anos de prisão sob o argumento de que "de qualquer modo" participaram do ato de protesto que culminou com a morte do soldado. Não bastasse isto, uma praça de Porto Alegre recebeu monumento em homenagem ao soldado morto e todos os anos a banda da BM realiza homenagens junto ao munumento.
O mesmo MP que viu excessos na morte do soldado, não foi capaz de indiciar, até agora, nenhum soldado pela morte do sapaterio Jari da Costa, degolado por um policial em Sapiranga, em 2005. Não há culpados e o caso vai, aos poucos, se perdendo no tempo.
Não é de estranhar se, o caso do sem-terra Elton não seguir o mesmo destino.
Não tenho dúvidas que os excessos da força policial ocorrem por ação deliberada. Quando um governo opta, com suas organizações, pela defesa dos direitos da classe mais abastada, a violência da corporação policial sobre os desassistidos
passa a ser estimulada, gerando os excessos.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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