quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MPE se baliza pela Mídia


Movimentos sociais conhecem posição do MPE durante audiência pública na Assembléia Legislativa.

Olala,

Participei hoje pela manhã de audiência pública na Assembleia Legislativa que visava refeltir sobre a criminalização dos movimentos sociais. O encontro promovido pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, presidida pelo deputado Dionilso Marcon, reuniu entidades sindicais, movimentos, órgãos públicos e instituições de defesa dos direitos humanos.

O objeto da audiência era avaliar a ação deliberada da Brigada Militar em agir de forma truculenta contra as ações patrocinadas pelo movimento social. Como estopim, a recente morte do sem-terra Elton Brum da Silva, durante a desocupação da fazenda Southall, em São Gabriel.

Mas, outros casos referiram a violência da polícia gaúcha contra os lutadores sociais, como no caso da morte do sapateiro Jair da Silva, a repressão a comerciários em Farroupilha, a professores na capital, entre outros.

Mas, o que me chamou mais atenção foi a posição manifestada pelo promotor do MPE. O promotor estadual Francesco Conti relatou que o MP é formado por "pessoas de elevado estudo e são oriundos da classe alta, são filhos de latifundiários, fazendeiros, da burguesia". Disse, ainda, que cada promotor tem autonomia para deliberar e que geralmente o faz se balizando na Opinião Pública, na Mídia e na imprensa.

Esta constatação nos faz crer que o Ministério Público, instalado em modernos e melhores prédios junto aos municípios, está vivendo uma realidade distante do povo. O mesmo procurador divaga ao afirmar que o MP está de portas abertas, "escancaradas". Mas, audiências solicitadas pelos deputados são adiadas e canceladas. O que preocupa é também uma orientação consolidada em atas internas do MPE que não reconhecem o MST, pedem sua dissolução, mandam acabar com as escolas itinerantes, pedem o fim das marchas, o fim dos acampamentos e, pasmem, até a proibição ao alistamento eleitoral.

Ouvi, atento, as palavras do promotor e, confesso, fiquei estarrecido das posições emitidas por um representante de uma instituição que deveria ser guardiã da justiça.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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