segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Águias adestradas


Olala,
Diz a Bíblia: “... dominai os seres...”. O homem é o ser humano que maior inteligência concentra em seu cérebro. No reino animal, não é superado por nenhum outro ser. A faculdade de pensar o destino só é possível para quem é dotado de razão, da capacidade pensante.

Muito embora, quando se olha para as guerras, para a fome e a miséria, para a desigualdade e para a violência, também se chega à conclusão que o homem é o ser mais perturbador e polêmico entre as espécies.

Hoje somos cerca de 6,7 trilhões de pessoas habitando o Planeta. A cada novo século, as mudanças no ambiente desafiam cada vez mais o inteligente homem. As últimas novidades dão conta que estamos degradando o planeta com os gases poluentes e causando um aquecimento do planeta. Catástrofes como as enxurradas, furacões e vendavais já não tem lugar restrito mas avançam sobre zonas antes mantidas intactas pela natureza. As geleiras glaciais estão encurtando e as águas dos mares avançam sobre as zonas ribeirinhas em todos os continentes.

Li esta semana, uma notícia que mostra como o homem busca amparo na natureza. Veio do distante e desconhecido Cazaquistão. Em determinado cantão daquele país, há séculos, o homem convive pacificamente com o ambiente. Numa terra quase árida, gélida, as pessoas se servem da caça como alimento e como pele para fazer vestimentas. Raposas, lebres, são caçados por águias adestradas. Aave domesticadas atende a vontade do dono, decolando de seu braço, indo até o campo em busca de presas. Uma vez capturada, a presa é trazida até próximo ao dono. Depois vira gorro ou alimento. Esta é uma tradição que passa de pai para filho. Nesta terra distante, o legendário e temível Gengis Kan advertia os viajantes do ocidente sobre o disco de serem surpreendidos pelo exército de águias adestradas.

Fico pensando no sacrifício que o caçador tem para chegar até o adestramento da ave que coloca trabalhando para ele. Uma tarefa digna do ensinamento bíblico que recomenda dominar os outros seres.

Entre os seres humanos a capacidade de adestrar ou treinar não é bem vinda. Desumaniza e reduz a capacidade criativa do ser humano. Pode até ser útil para gerar lucro nas linhas de produção em série, mas, torna o ser humano um objeto a serviço de outrem. E, por incrível que pareça, a sociedade de consumo insiste em amontoar águas nos braço de poucos donos.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Um comentário:

Andréia disse...

Interessante notar que nesta história das águias adestradas elementos que em nosso mundo ocidental capitalista estão em decadência ou em franco declínio: a capacidade de aprender através da experiência de outras gerações, a paciência, o respeito e a conexão com o meio ambiente. O adestramento a que nossos corpos corações e mentes são submetidos é de outra ordem. Este é que é selvagem, irracional, apesar dos ditames da ilustração que colocam a razão como suprassumo de tudo.
Andréia

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