terça-feira, 29 de setembro de 2009

Uma reunião angustiante


Escolas públicas são orientadas a abrir empresas privadas para gerir recursos da merenda.

Olala,

Quero relatar aqui uma situação angustiante que vivi nesta manhã. Estimulado por um folheto pendurado nas portas convocando para uma reunião que visava criar a CAIXA ESCOLAR, fui, no turno inverso, à minha escola para a referida reunião convocada pela diretora.

A princípio, estranhei que a reunião acontecesse num estreito intervalo de aulas no turno da manhã. Mas, lá fui conferir. Pois, o que se seguiu na reunião é uma cena das mais deprimentes que já presenciei em toda a minha vida pública como professor.

Na sala, a diretora tomou a palavra e anunciou que estava anunciando a criação de uma empresa chamada Caixa Escolar, cuja finalidade era gerir os recursos públicos da merenda que o governo irá destinar à escola em 2010. E mais, ela anunciou que a decisão de criar a empresa partia de uma instrução do atual governo do Estado, visando formar empresas que administram os recursos da alimentação escolar nas escolas da rede pública. Informou que, como diretora, era a presidente da empresa e a vice-diretora da escola, sua vice. A rápida reunião levou à indicação de uma secretária e uma tesoureira da nova empresa.

Não resisti à investida e reagi ponderando que o ato visava distorcer o princípio da gestão pública, visando enfraquecer os órgãos de gestão atualmente constituídos, como o Conselho Escolar que tem a atribuição de gerir TODOS os recursos destinados às escolas públicas. Referi que aquele momento não contaria com meu apoio para criar uma segunda empresa na escola, já que a mesma diretora integra outra empresa chamada Rede Escola.

Cortado em minha fala, acabei entregando um texto onde é fundamentada minha posição a favor do Conselho Escolar e de uma gestão transparente e democrática.

Quero alertar os outros servidores de Estado que, como eu, são professores efetivos da rede pública estadual, que se rebelem contra os atos que visam privatizar a escola pública, com iniciativas como a da criação da CAIXA ESCOLAR.

Sei que esta luta é inglória, mas eu vou me juntar àqueles que desejam reforçar as ações públicas com propostas construídas coletivamente.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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domingo, 27 de setembro de 2009

Zelaya versus Micheletti


Zelaya tem seu governo atingido por um golpe de estado e é pivô de umacrise em Honduras.

Olala,

Honduras, país de 7,6 milhões de habitantes, com um PIB per capita de US$ 4 mil, vive uma das piores economias da América Latina. A agricultura é a base, empregando quase dois terços da sua mão-de-obra. Os principais produtos da pauta de exportações são: café, banana e camarão.

Cumprindo um primeiro mandato, Jose Miguel Zelauya Rosales, editou um decreto em 30 de março de 2009 prevendo que na consulta de 28 de junho passado, se colocasse uma urna adicional para colher votos do eleitor sobre a conveniência ou não de realizar uma nova Constituinte em Novembro próximo quando acontecem eleições gerais.

A consulta não foi bem digerida pela elite que integra o Partido Liberal - o mesmo partido de Zelaya - vendo o gesto do presidente como um passo para obter, da população, um aval para um segundo mandato.

Embora tenha sido formado sob a ótica neoliberal, Zelaya, sempre serviu aos interesses dos EUA para onde migraram mais de 300 mil hondurenhos e, paradoxalmente, se alinha com com Hugo Chaves, que pretende formar uma hegemonia dos países latinos, de índole mais socialista.

Assim, temendo o avanço de Zelaya no poder, o correligionário Roberto Micheletti se juntou ao Exército e, num golpe, tomou o poder, exportando o presidente eleito para El Salvador.

Mas, Zelaya não recuou e voltou duas vezes ao país, até chegar, agora à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, um território dipolomaticamente neutro.

Lula, amparado num sentimento anti-golpe emanado em vários países, defende o retorno de Zelaya ao poder. Aliás, não é só Lula que pensa assim: as democracias vêem com restrições as tentativas de tomada do poder à força. E, a solução que se der ao caso Zelaya poderá servir de exemplo ao que pode acontecer nas frágeis democracias do continente latino.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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domingo, 20 de setembro de 2009

O fim das "Caixas de Abelha" no TJ

Depois que denunciamos a existência da obra polêmica junto à antiga sede do Palácio da Justiça, "caixas de abelha" desapareceram.


Olala,

As imagens ao lado e abaixo revelam a força deste Blog. No dia 27 de janeiro passado, fiz um comentário neste espaço, criticando os gastos feitos pelo Judiciário gaúcho com decoração. Dizia, na oportunidade, que nada menos que 130 "caixas de concreto" haviam sido postas ladeando o prédio o Palácio da Justiça, junto à Praça da Matriz. (Fotos ao lado >)

A crítica chegou à direção do Palácio que mandou retirar as caixas, como se pode observar na imagem abaixo.

Para a limpeza ser completa, o Tribunal deveria mandar retirar também os holofotes que iluminam dois enormes painéis para "ETs" colocados no topo do edifício de seis andares. Outra aberração artística facilitada com recursos públicos. Pense nisto, enquanto há tempo!
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Quiosque de Yeda na Praça da Matriz

Para evitar manifstações do movimento social, Yeda manda instalar um quiosque permanente na Praça da Matriz.


Olala,

O respeito às leis e dever de todo o cidadão, independente do poder que exerça na sociedade. Pois, dia destes, andando pelo centro da capital, mais propriamente no coração de Porto Alegre, deparei-me com uma cena inusitada.

Todos sabem que a Praça da Matriz, ou Praça Marechal Deodoro, sedia, nas laterais os poderes de Estado. Lá estão, o Executivo com o palácio Piratini, o Legislativo com o Palácio Farroupilha, o Judiciário (ou parte dele) com o palácio da Justiça e a Igreja, com a Catedral Metropolitana.

Por ser uma área estratégica do ponto de vista político, é local de manifestação constante de entidades, do movimento social e sindical. É o local onde o povo mais realiza seus atos.

A Praça, anda meio abandonada e sem o cuidado necessário. Afinal foi adotada pelos Três Poderes de Estado, mas, como cachorro abandonado, acaba definando.

As ruas que ladeiam a praça receberam estacionamento rotativo tarifado, inclusive com vaga assegurada para deficientes.

Pois, pasmem, a governadora, de maneira unilateral, decidiu armar um quiosque em plena rua, sobre os box reservados aos deficientes. A construção tranca o tráfego de veículos no contorno à praça. Pensei que o quiosque seria temporário mas, não, é permanente. Lá está ele obstruindo a rua há três meses e, se a ira do povo não vier, ficará até o final do mandato da governadora. Justamente ela que, como todos nós, deveria respeitar as leis.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Negrinho do Pastoreio

Negrinho do Pastoreio é uma lenda genuinamente gaúcha e trata da formação histórica do Estado.

Olala,

Dia desses, durante uma aula de filosofia, falando de lendas e mitos, indaguei uma turma de alunos de primeiro ano de Ensino Médio de minha escola, sobre quem foi o Negrinho do Pastoreio.

Para minha surpresa, dos trinta alunos, apenas um ou dois souberam precisar quem foi este personagem lendário e incorporado ao sentimento farroupilha. A lenda é o retrato fiel de um período da história gaúcha. Durante muito tempo a escravidão dominou as estâncias e maltratou os filhos de escravo. É a lenda mais típica da formação de nossa cultura, sendo reproduzida em outros países.

Não é de se espantar que poucos alunos saibam o significado da lenda. Pensando bem, fico imaginando onde um jovem de bairro de Porto Alegre poderia ter ouvido falar do Negrinho do Pastoreio. Se não for nas aulas de História ou Literatura do Ensino Fundamental, ou da participação em algum CTG, o jovem de hoje não tem oportunidade de conhecer a história da formação de seu Estado. Em geral, não há o interesse, a curiosidade sequer para saber qual o significado do bairro, do nome da rua, do seu próprio nome e sobrenome.

A curiosidade, infelizmente, não povoa a ousadia do jovem moderno. Ele quer cada vez mais coisas prontas, acabadas. Tudo é mais reduzido, resumido, imediato. Há uma geração orkutada, tuwitada, onde é preciso dizer tudo em apenas 140 toques!

Não sei, mas tendo todas as facilidades que a tecnologia moderna coloca à disposição de todos, parece-me que as pessoas passaram a ser mais preguiçosas. Alguém pode me dizer que motivações podem ser usadas para estimular um aluno a ler um livro?
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sábado, 12 de setembro de 2009

As calças da jornalista sudanesa


A jornalista Lubna repete a rebeldia da carioca Leila Diniz que quebrou padrões de comportamento.

Olala,

A mídia noticiou recentemente que uma jornalista sudanesa foi punida porque usou calças jeans, ao invés do tradicional vestido usado pelas mulheres. A jornalista desafiou o Código penal do país que proíbe as mulheres de aparecerem em público sem a túnica e a cabeça coberta por um véu.

A jornalista estava num ar junto com outras companheiras quando foi advertida. O gesto de Lubna Ahmed al-Hussein encontrou amparo e solidariedade internacional, motivo pelo qual disse que preferia a prisão a renunciar ao costume. Foi, então que o juiz da cidade de Cartun, manteve a prisão de 30 dias para a manifestante.

Um texto de site na Inernet precisa melhor o conceito de moda feminina para a mulher árabe. A certa altura o texto dia: "Uma mulher muçulmana deve cobrir todo o seu corpo, deixando à mostra somente o rosto e as mãos. Quem está impondo o uso do véu e de vestimentas modestas não é o marido da mulher, nem o pai, o irmão ou o tio, mas sim e tão somente, Deus. Esse dever é imposto quando a mulher atinge a puberdade. Não há uma data ou momento específico, a própria mulher, assim que se conscientiza desta ordem divina, ela mesma é quem estipula o momento em que se sente preparada para usar o véu. Este assunto só diz respeito entre ela e Seu Criador, se ela deixar de usar o hijab, esta é uma falha na qual ela irá responder no Dia do Juízo Final. Vale lembrar que o uso do hijab não faz parte de cultura de um povo, mas sim, uma ordem divina estipulada no Alcorão".

O gesto da jornalista tem um significado histórico num país maçiçamente dominado pela teocracia, pelo fundmentalismo religioso que impede qualquer manifestação pública da mulher. O gesto de Lubna em rejeitar o padrão é semelhante ao da carioca Leila Diniz, nos anos 60, que desfilou na praia do Leblon, grávida e de bikini.
Na ocasião, a sociedade achou o gesto um escândalo, que o tempo se encarregou de apagar.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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Alunos ouriçados

Ser jovem é revelar um período de liberdade e ousadia onde a todo o momento os adultos estão sendo desafiados.

Olala,
Um professor sempre tem a oportunidade de observar mais de perto o comportamento coletivo dos jovens. A juventude é, por essência, mais rebelde, explosiva, inventiva, volátil e dinâmica. Talvez por ser uma idade mais vulnerável, é mais sucetível à influência dos vícios como drogas, álcool e fumo.

A sensibilidade do jovem é mais ativa, vai da euforia às lágrimas num piscar de lhos. Lembro de algumas circunstâncias ocorridas na escola, que levaram os jovens a emitir reações espontâneas, rápidas, quase impensáveis.

Dia destes, uma professora deixou escapar a expressão "maconheiro" referente a um aluno. A palavra dita sem maldade pela educadora acabou ferindo o ego do aluno que revidou com ameaças de morte à mestra. Noutra oportunidade, eu próprio, alcunhei de "cara-de-paus" os alunos que não fizeram a prova e, depois, dizem que "a prova foi perdida pelo professor", tentando se justificar. A expressão que usei foi levada adiante por um aluno que me levou a dar explicações nos órgãos diretivos.

Outra experiência que fiz com os jovens alunos mostra que, nas explosão da fertilidade, fica impossível você juntar duas turmas de adolescentes para uma única aula. É como se você juntasse um grupo de bárbaros que nunca se avistaram. Com certeza, a aula será tumultuada devido ao ouriçamento e disputa entre os alunos. O processo civilizatório do grupo será ignorado e o ego e a ambição vão contagiar o grupo.

Bom mesmo é encontrar motivações para canalizar este energia para o processo produtivo. Uma vez motivados, os jovens são capazes de proezas que inovam e resgatam a vitalidade da sociedade.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Criminalização dos Movimentos Sociais

Há quatro anos, o sapateiro Jair da Costa foi com os colegas protestar contra as demissões no setor e foi morto pela BM.

Olala,
A morte do sem-terra Elton Brum da Silva, em São Gaberiel, há três semanas, levou muitas entidades da classe trabalhadora e de defesa dos direitos humanos a repudiarem a ação da Brigada Militar gaúcha no processo de desocupação da fazenda Southall.

O curioso é perceber como as instituições de estado protegem os réus, quando estes integram aforça pública. O Ministério Público, sempre ágil no indiciamento dos movimentos sociais, silencia agora, quendo um sem-terra é morto.

Recordo aqui, o episódio trágico da morte de um soldado em 1990, no centro da Capital depois que os sem-terras, foram expulsos com a força policial do acampamento na praça da Matriz e espalhados pelo centro da cidade. Na oportunidade, um grupo se refugiou na Prefeitura, os manifestantes foram cadastrados e tiveram que prestar depoimento. Não bastasse o constrangimento avalizado pelo MP, seis deles amargaram seis anos de prisão sob o argumento de que "de qualquer modo" participaram do ato de protesto que culminou com a morte do soldado. Não bastasse isto, uma praça de Porto Alegre recebeu monumento em homenagem ao soldado morto e todos os anos a banda da BM realiza homenagens junto ao munumento.

O mesmo MP que viu excessos na morte do soldado, não foi capaz de indiciar, até agora, nenhum soldado pela morte do sapaterio Jari da Costa, degolado por um policial em Sapiranga, em 2005. Não há culpados e o caso vai, aos poucos, se perdendo no tempo.

Não é de estranhar se, o caso do sem-terra Elton não seguir o mesmo destino.

Não tenho dúvidas que os excessos da força policial ocorrem por ação deliberada. Quando um governo opta, com suas organizações, pela defesa dos direitos da classe mais abastada, a violência da corporação policial sobre os desassistidos
passa a ser estimulada, gerando os excessos.

Pense nisto, enquanto há tempo!
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MPE se baliza pela Mídia


Movimentos sociais conhecem posição do MPE durante audiência pública na Assembléia Legislativa.

Olala,

Participei hoje pela manhã de audiência pública na Assembleia Legislativa que visava refeltir sobre a criminalização dos movimentos sociais. O encontro promovido pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, presidida pelo deputado Dionilso Marcon, reuniu entidades sindicais, movimentos, órgãos públicos e instituições de defesa dos direitos humanos.

O objeto da audiência era avaliar a ação deliberada da Brigada Militar em agir de forma truculenta contra as ações patrocinadas pelo movimento social. Como estopim, a recente morte do sem-terra Elton Brum da Silva, durante a desocupação da fazenda Southall, em São Gabriel.

Mas, outros casos referiram a violência da polícia gaúcha contra os lutadores sociais, como no caso da morte do sapateiro Jair da Silva, a repressão a comerciários em Farroupilha, a professores na capital, entre outros.

Mas, o que me chamou mais atenção foi a posição manifestada pelo promotor do MPE. O promotor estadual Francesco Conti relatou que o MP é formado por "pessoas de elevado estudo e são oriundos da classe alta, são filhos de latifundiários, fazendeiros, da burguesia". Disse, ainda, que cada promotor tem autonomia para deliberar e que geralmente o faz se balizando na Opinião Pública, na Mídia e na imprensa.

Esta constatação nos faz crer que o Ministério Público, instalado em modernos e melhores prédios junto aos municípios, está vivendo uma realidade distante do povo. O mesmo procurador divaga ao afirmar que o MP está de portas abertas, "escancaradas". Mas, audiências solicitadas pelos deputados são adiadas e canceladas. O que preocupa é também uma orientação consolidada em atas internas do MPE que não reconhecem o MST, pedem sua dissolução, mandam acabar com as escolas itinerantes, pedem o fim das marchas, o fim dos acampamentos e, pasmem, até a proibição ao alistamento eleitoral.

Ouvi, atento, as palavras do promotor e, confesso, fiquei estarrecido das posições emitidas por um representante de uma instituição que deveria ser guardiã da justiça.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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domingo, 6 de setembro de 2009

A riqueza do Pré-sal


Petrobras anunciou reserva de petróleo profunda no Oceano Atlântico dentro da área territorial brasileira. Deafio é fazer a descoberta reverter em benefícios sociais.

Olala,

O Brasil tem uma riqueza estocada no fundo do mar. Trata-se da reserva do Pré-sal. São 149 mil quilômetros quadrados de área de petróleo bruto e gás natural que se estende desde o Espírito Santo até Santa Catarina.

Foi a Petrobras que há, um ano, trouxe a boa notícia das reservas minerais sedimentadas no fundo do oceano. A estatal Petrobras é, atualmente, a segunda maior exploradora de petróleo do mundo e segunda em valor de mercado.

O governo federal anunciou que quer preservar o Pré-sal como fonte de recursos e reserva da soberania nacional. Como a ação demanda grandes investimentos no seu processo de exploração, Lula quer que a Petrobras fique com até 30% do controle de exploração do mineral.

Para isto, precisa consolidar esta vontade nas leis que atualmente tramitam no Congresso Nacional.

Lula quer evitar as disputas geradas em outros países onde a exploração do mineral deu-se de forma livre e sem controle estatal. Ele teme que sem critérios, o Pré-sal gere conflitos, discórdias e poluição. Para isto, Lula irá criar uma nova estatal que gerenciará e fiscalizará os contratos de exploração do Pré-sal.

Com os recursos gerados pelo novo investimento mineral, o Brasil passará à auto suficiência energética e ingressará no seleto grupo dos exportadores de petróleo. O grande desafio será ir além da extração primária, avançando na indústria de transformação do petróleo, gerando gasolina, óleo diesel, gás natural e uma infinidade de outros produtos derivados do minério. Se o país avançar agregando valor terá mais chances de gerar divisas que permitem gerar recursos para investimentos na área social.

Por isso, o Pré-sal é uma questão de soberania nacional.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Índices de Produtividade da Terra


Há três décadas governo federal adia a publicação dos Índices de Produtividade da Terra, evitando polemizar com sem-terras e agronegócio.

Olala,

Um assunto explosivo toma conta das discussões no campo. Trata-se da fixação dos Índices de Produtividade da Terra. Este índice é editado pelo Governo Federal e tem a tarefa de identificar em que regiões do país a produção agrícola não cumpre a tarefa de produzir alimentos. Onde for constatado que a terra não cumpre a função social, a propriedade passa a ser incluída como área passível de desapropriação.

O Brasil não atualiza os índices há 34 anos. Foi em 1982 como base aos dados levantados em 1975, no tempo do regime militar. Cada região do país possui índices próprios e determinam como está sendo explorada a terra.

O governo Lula vive um dilema político na definição dos índices de produtividade da terra. De um lado está o ministro da Agricultura Reinhold Estephanes, que baliza sua ação no agronegócio e, de outro, o ministro Guilherme Cassel, mais sintonizado com a esquerda do campo.

Como o assunto gera disputa no governo, é bem provável que Lula empurre para o próximo governo a tarefa de fixar os índices em cada região do país. Os dados já estão colhidos em levantamento feito, em 2007, em todos os municípios brasileiros.

A divulgação dos índices fatalmente gerará um temor por parte dos grandes proprietários e poderá servir de estímulo ao Movimento Sem Terra que terá mapeados os locais de ocupação de terras para fins de reforma agrária.

A extensão territorial do Brasil na área agrícola é vasta e ainda há muita área subaproveitada. Há muitos agricultores sem terra aguardando assentamento. Embora tenha caído o número de trabalhadores no campo, anteve-se que o problema da distribuição fundiária continuará sendo pauta sem solução no Brasil.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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O choro de Yeda na Expointer


Yeda chorou na Expointer, ao se encontrar com ex-colega de Câmara, senadora Kátia Abreu, também presidente da CNA.

Olala,

No dia 4 de setembro, na Expointer, a governadora Yeda Crusius foi às lágrimas. Não se sabe exatamente o sentimento que motivou o choro da governadora, mas pode ser imaginado.

Diante da presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Katia Abreu (DEM), de Tocantins, sua colega do tempo de deputada federal, Yeda não conteve a emoção e foi às lágrimas.

É bem provável que a razão do choro só venha à público com a publicação da biografia.

Contudo, tendo cumprido dois terços do mandato, Yeda tem motivos de sobra para extravasar a emoção através de lágrimas. Um governo que se constituiu como proposta de operar mudanças, não conseguiu ir além das proposições. Viu seus principais colaboradores caírem fora do barco. Os que ficaram o fazem por puro fisiologismo de manutenção dos cargos. Quem troca 25 membros do alto escalão é porque não encontrou motivações suficientes para governar. É um recorde histórico na política gaúcha.

Uma frase pronunciada pela governadora em entrevista à Ana Amélia Lemos, bem ilustra o sentimento vivido por Yeda neste momento. Veja o que ela diz:

"... hoje me sinto como uma borboleta, porque eu dou por encerrado um período em que tivemos de construir um governo que mostra a que veio, tanto em termos de gestão, resultados, como em termos políticos".

Resta saber se o "período" a que a governadora se refere, é o mandato no Piratini ou se outros períodos de angústia e lágrimas estão projetados para o futuro.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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Eleição de direção de escola


Lei da gestão dá à comundade escolar o direito de eleger o diretor e os conselheiros escolares.

Olala,

Está marcada para o dia 28 de outubro de 2009, quarta-feira, as eleição para a direção de escola na rede pública etadual do Rio Grande do Sul. A cada três anos, a comunidade escolar é convocada a escolher, no voto, quem irá administrar o estabelecimento pelo período de três anos.

Não é prática comum nas escolas da rede pública realizar eleições para os quadros diretivos. Em muitos Estados e municípios os diretores das escolas são indicados pelos secretários de educação, por via indireta.

Foi na Constituição de 2008 que no capítulo que trata da Educação, a gestão democrática foi incluída no artigo 206, inciso VI, onde se lê: "O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: ...VI - gestão democrática do ensino público na forma da lei;"

Cinco anos após a promulgação da Constituição Federal, o Rio Grande do Sul, editava uma lei que consagrava o princípio da democracia na escola.

A lei recebeu sucessivas regulamentações. A primeira e mais nefasta, refere-se ao caráter vitalício da recondução do diretor. Ora, a escola deve ser concebida como nascedouro, a prática da democracia. Logo, não é possível que dentro dela se vivenciem princípios monárquicos. A recondução ao cargo de diretor não pode ser indefinida, sob pena de cristalizar nos espaços da escola verdadeiros feudos. O rodízio na direção é uma medida saudável que constrói democracia. Ao regulamentar a lei dando recondução infinita aos diretores, erram os legisladores.

Fico imaginando como vou explicar ao aluno que para eleger o presidente, o governador, o prefeito é preciso rotatividade, mas para eleger o diretor de minha escola, não.
Há, portanto, uma incoerência na atual lei da gestão.

Pense nisto, enquanto há tempo!
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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Enfim, Mariza volta a Brasília


Mariza retorna à Câmara dos Deputados sem ter conseguido implementar reformas na Educação no Estado.

Olala,

Agora é pra valer, a secretária de educação Mariza Abreu está de malas prontas para retorno a Brasília onde é servidora da Câmara dos Deputados. A saída de Mariza foi ensaiada diversas vezes durante o atual governo, mas sempre foi convencida pela governadora Yeda para ficar. Desta vez é diferente e Mariza decidiu retornar a Brasília.

Marisa sai sem conseguir implementar as modificações que atendiam aos requisitos apresentados pelo Banco Mundial que exigia a alteração das carreiras - entre elas a do Magistério - para continuar liberando recursos para o governo do Estado.

Como se sabe, Yeda acordou com o Banco Mundial um empréstimo no valor de US$ 1,1 bilhão que seria liberado em partes e conforme o Estado cumprisse algumas exigências. Metade da verba já foi liberada e serviu para a governadora a propagar o chamado "déficit zero". Foi com este dinheiro que Yeda anunciou um ajuste de contas e um equilíbrio financeiro do Estado. Só não contou para a população que este dinheiro terá que ser devolvido ao Banco Mundial pelos próximos governantes à conta da dívida do Estado.

Voltando à Marisa, sua gestão à frente da Secretaria de Educação foi tumultuada. Para mostrar fidelidade à governadora, logo de início assinou ficha no PSDB e renunciou à democracia participativa, sugerindo mudanças administrativas sem dialogar com os sujeitos educacionais. Tentou implantar a meritocracia, a premiação por desempenho e a terceirização da gestão escolar. Não conseguiu.

Ex-dirigente sindical, vai completar sua trajetória política num serviço de assessoria na Câmara dos Deputados.

Em seu lugar deve assumir o secretário substituto Ervino Deon, técnico agrícola de formação, ex-coordenador da 28ª CRE, atual diretor-geral da Secretaria de Educação. Ervino é integrante do PSDB no Estado, relacionado apenas como suplente. Deverá fazer um mandato tampão num governo retalhado que não tem continuidade nas políticas. Um governo que alterna secretários - mais da metade já forma substituídos - tem dificuldadede de implementar políticas.

Pense nisto, enquanto há tempo!
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terça-feira, 1 de setembro de 2009

O caso das fardas da Brigada


Antigamente a farda era doada ao policial que ingressava na força militar. Hoje as fardas são comercializadas livremente.

Olala,

Todos vimos a reportagem do Grizotti, no Jornal nacional mostrando como é fácil se adquirir um uniforme da Brigada Militar e andar por aí fardado como se fosse um policial.

A reportagem mostrou a ponta do problema mas, todos os comentários e opiniões que ouvi sobre ela, falham num ponto que entendo básico no caso.

Ao ingressar numa corporação policial, todo o servidores deixa para trás um ritual civil que o impede de dispor do tempo e da liberdade concedida aos servidores civis. A força pública exige um rigor na disciplina, dedicação integral e condições especiais de incorporação. Uma das condições é o uso de armamento e de farda exclusiva.

Ao longo do tempo, nossos policiais foram sendo maltratados no soldo e nas condiçõeos de trabalho. Coletes a prova de bala vencidos, viaturas sucarteadas, munição rara ou vencida e, também a falta de fardamento. Todos sabem que o fardamento deve ser uma obrigação dos comandos. Os alfaiates militares tinham, nos primeiros tempos, a tarefa de preparar as vestimentas dos policiais. Mas, com o tempo.o, a tarefa foi passada para a rua e o valor da farda foi creditado no soldo dos servidores. Como o soldo anda escasso, muitos servidores acabam convertendo a farda em alimento.

E, com a farda sendo produzida e disputada comercialmente não há como proibir seu uso. É claro que, com ou sem comercialização de fardas, haverá delinquentes que irão se servir da vestimenta militar para cometer delitos. Ou, nunca ouviram falar de falsos carteiros, vigilantes, guardas fardados assaltando.

O ladrão é ladrão não porque é humano, mas porque é esperto.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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