
Escolas públicas são orientadas a abrir empresas privadas para gerir recursos da merenda.
Olala,
Quero relatar aqui uma situação angustiante que vivi nesta manhã. Estimulado por um folheto pendurado nas portas convocando para uma reunião que visava criar a CAIXA ESCOLAR, fui, no turno inverso, à minha escola para a referida reunião convocada pela diretora.
A princípio, estranhei que a reunião acontecesse num estreito intervalo de aulas no turno da manhã. Mas, lá fui conferir. Pois, o que se seguiu na reunião é uma cena das mais deprimentes que já presenciei em toda a minha vida pública como professor.
Na sala, a diretora tomou a palavra e anunciou que estava anunciando a criação de uma empresa chamada Caixa Escolar, cuja finalidade era gerir os recursos públicos da merenda que o governo irá destinar à escola em 2010. E mais, ela anunciou que a decisão de criar a empresa partia de uma instrução do atual governo do Estado, visando formar empresas que administram os recursos da alimentação escolar nas escolas da rede pública. Informou que, como diretora, era a presidente da empresa e a vice-diretora da escola, sua vice. A rápida reunião levou à indicação de uma secretária e uma tesoureira da nova empresa.
Não resisti à investida e reagi ponderando que o ato visava distorcer o princípio da gestão pública, visando enfraquecer os órgãos de gestão atualmente constituídos, como o Conselho Escolar que tem a atribuição de gerir TODOS os recursos destinados às escolas públicas. Referi que aquele momento não contaria com meu apoio para criar uma segunda empresa na escola, já que a mesma diretora integra outra empresa chamada Rede Escola.
Cortado em minha fala, acabei entregando um texto onde é fundamentada minha posição a favor do Conselho Escolar e de uma gestão transparente e democrática.
Quero alertar os outros servidores de Estado que, como eu, são professores efetivos da rede pública estadual, que se rebelem contra os atos que visam privatizar a escola pública, com iniciativas como a da criação da CAIXA ESCOLAR.
Sei que esta luta é inglória, mas eu vou me juntar àqueles que desejam reforçar as ações públicas com propostas construídas coletivamente.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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