terça-feira, 24 de março de 2009
Formação continuada de professores em serviço
Olala,
Quero abordar aqui o tema da formação que, a meu ver, tem ligação direta com a qualidade da educação no Brasil. Vivemos num mundo em constante evolução e a atualização docente é uma obrigatoriedade de todo o gestor público.
A formação continuada em serviço praticamente não existe. No RS, a mantenedora chama de formação continuada a realização de duas ou três jornadas anuais onde os professores se reúnem aos sábados para ouvir palestras de gestores educacionais.
Quero aqui recolocar o que outras redes de ensino, como a França, consideram como formação continuada em serviço. Lá, a cada oito anos de magistério, o professor, deixa a sala de aula e retorna a uma Universidade para realizar dois anos de atualização docente. Os Instituts Universitaires de Formation des Maîtres são universidades públicas que atualizam o conhecimento e as didáticas utilizadas pelo professor na sala de aula. Tudo pago pelo estado nacional, com certificação e sem perda das vantagens de carreira para o professor. Naquele sistema, ao logo de uma vida, um professor que leciona 30 anos, terá tido três etapas de formação continuada na sua disciplina específica.
A geração atual de professores se formou sob a égide da mudança tecnológica. Vivemos a revolução da informática. Os professores dos atuais professores nunca ouviram falar de computador e nós temos que educar a geração que usa a informática como elemento vital para a inserção no marcado de trabalho. É, pois, imprescindível que a geração dos atuais professores passem por um aggiornamento tecnológico qualificado. Não se pode admitir que "palestras" eventuais supram esta lacuna gerada pelo desenvolvimento.
Quando se fala em qualidade na educação, é preciso ter presente que não se confere qualidade à escola pública sem ter professores motivados, atualizados e bem pagos. Os países que alcançam altos índices de desenvolvimento chegaram lá porque investiram na educação. Não dá para ter qualidade aplicando somente 3,8% do PIB nacional em educação. Nem mesmo a obrigação constitucional dos Estados, de aplicar 35% na educação está sendo cumprida.
Sou professor de uma escola pública que tem mais de 130 professores. A escola, que é tida como referência, não possui sequer um computador à disposição dos professores para elaborar provas ou imprimir trabalhos. O xerox tem sua disponibilidade limitada à realização das provas semestrais. A biblioteca tem carência de livros novos. Os laboratórios de informática precarizados, sem manutenção e sem monitoria.
Este é o espaço onde pretendemos construir as gerações do futuro.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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