sexta-feira, 24 de junho de 2016
Brexit
Olala,
Tenho tido a oportunidade de circular por países europeus por três vezes nos últimos quinze anos. EM cada viagem de cerca de duas semanas impressões diferentes. Na última, constatei pessoalmente o aumento do número de árabes, orientais, indianos e latino-americanos. Na Escócia, onde participei de um jogo de futebol, percebeu-se que metade do time não era de nativos, mas de estrangeiros.
Tenho a convicção que os países do velho mundo estariam falidos não fosse a presença da mão de obra estrangeira. Muitos países passaram a abrigar estrangeiros, na maioria jovens, que acabam devido a nacionalidade e à dificuldade do domínio da língua, ocupando vagas de trabalho que estariam ociosas pela absoluta falta de oferta de trabalhadores.
Logo, é visível que os países ganham com a presença estrangeira. Mas, há também situações em que o custo pela manutenção de um apátrida é demasiado elevado. EM geral, o estrangeiro muda de país e tem dificuldade de inserir-se no aculturamento. Boa parte acaba relegada aos piores locais de moradia e não raras vezes ao piores e mais rudes empregos. Mas, medidas as condições que tinham, ainda fica melhor ser migrante do que fica em pátrias destroçadas pela miséria ou pela guerra.
O leste europeu com nações conflagradas, a África com suas guerrilhas acabam segregando levas de migrantes que arriscam tudo para chegar a terras de paz. E, mesta tragédia migratória, a Europa passa a ser o foco mais buscado por milhares de refugiados.
A recente decisão do Reino Unido de asilar-se em seu território visando impor restrições aos migrantes é uma decisão polêmica, justamente num momento em que os blocos econômicos buscam o fortalecimento como grupo. Todas as sociedades apontam que a união é o caminho mais visível para o enfrentamento das crises. Os países da União Européia não devem seguir o exemplo inglês, que fatalmente começará a sentir os efeitos da separação quando começarem a faltar trabalhadores para tocar as fábricas, limpar as ruas, construir casas, estradas, etc.
O tempo será capaz de mostrar que o Brexit foi um erro.
Pense nisto, enqunto há tempo!
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segunda-feira, 30 de maio de 2016
Estupro coletivo no Rio
Olala,
Não há como silenciar diante da notícia de que uma adolescente, no Rio de Janeiro, foi vítima de estupro coletivo. A informação veiculada pela mídia dá conta de que uma jovem de 16 anos foi dopada e levada por cerca de trinta homens e abusada sexualmente enquanto estava dopada. o brutal ato de barbárie acontece justamente numa cidade que daqui a meses sediará a olimpíada, onde atletas do mundo todo mostrarão sua melhor capacidade física em busca de recordes.
O fato de uma jovem ser seviciada e sofrer agressão sexual é atestador da imaturidade ética que toda a sociedade vive. Basta observar que a cada 13 minutos, revelam as estatísticas, uma mulher é vítima de abuso sexual em nosso país.
Não há como silenciar diante de tamanha degradação. Onde está a fonte de tanto descaso pela vida humana?
me atrevo a elencar razões para isto. Inicialmente é preciso reconhecer que há um universo de pessoas que, egressas de famílias desestruturadas, muitos não tendo passado pela escola, acabam assumindo personalidades que ferem os padrões éticos. Sim, porque não existe individuo com índole má inata. Ela é social, É adquirida e moldada no convívio social, podendo ser virtuosa, ou seja, voltada para o cultivo do bem, ou delituosa, voltada para a ação do mal.
Soma-se a isto a falta de objetivos de vida das pessoas, especialmente de jovens que, no grupo sentem-se encorajados a manifestar o orgulho do gênero, sem perceber que isto estimula o clima de violência social. Corrobora para esta situação de degradação ética, o bombardeio de informações na mídia que dita comportamentos promíscuos regados a erotismo onde não há limite para o respeito à sexualidade humana.
No caso específico do Rio, entendo que é preciso repensar as politicas e programas de entidades públicas e privadas que apenas incluem as mulheres vítimas da guerra do sexo. Também os homens tem que ser objeto da domesticação para a civilidade. Porque não é possível que trinta deles, em unidade de ação, acabem avançando sobre uma indefesa mulher e nenhum deles encontre orgulho para rechaçar e contestar no grupo gesto tão brutal.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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sexta-feira, 13 de maio de 2016
Meu destino final
Olala,
Tive o privilégio de brotar numa família que me tratou com carinho e atenção. Desde os primeiros tempos pude ser acolhido pelos meus pais e irmão como uma pessoa querida e amada.
Ao longo do tempo, pude saborear a convivência com os amigos e parentes que se avolumaram com o passar do tempo. Na aldeia de nascimento, local campestre em meio à natureza, me senti desafiado a avançar na direção do conhecimento. Este impulso gerado pela expectativa de ser padre, me jogou no seminário para minha formação inicial, seguiu para a faculdade e universidade onde pude compartilhar os conhecimentos necessários que ajudaram a sedimentar minha tranquila travessia.
No meio do caminho, o sonho clerical de cuidar de almas mudou. Secularizei-me e casei. Da convivência solidária contribuí para que minha parceira tivesse dois filhos. Crianças como qualquer outras, amadas pelos pais e desafiadas a construir seu próprio caminho.
Na longa jornada da vida produtiva tornei-me professor, jornalista, sindicalista e gestor público. Foi a escolha que fiz. Daí nasceu meu emprego que garantiu posses e o sustento da família.
Mas, a vida é algo muito efêmero. Quando se é jovem, logo se quer crescer. Quando velho, não se quer que o tempo passe. E, como acontece com todos, com suas crenças e sonhos, um dia a mente se separa do corpo. É quando por algum motivo, nos despedimos para sempre de quem amamos. Aí a gente fecha os olhos, o coração deixa de bater e pronto. Estamos mortos. As pessoas se reúnem para lamentar a partida. Assim é a vida. Os que ficam refletem sobre sua existência e continuam tocando a existência. Obrigado a todos.
Se puder sugerir um desejo é o de ter meu esqueleto destinado à sala de anatomia da Universidade que me possibilitou ter mais sabedoria. Quando eu me for, quero continuar sendo útil, ainda que seja sendo retalhado na aprendizagem dos futuros médicos. Assim eu partirei tranquilo em paz.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quinta-feira, 12 de maio de 2016
Governo de Temer
Olala,
Temer, verbo
Significado do verbo Temer conforme o dicionário. Verbo transitivo direto, indireto e pronominal. Recear; ter ou expressar muito medo, fobia, temor. Exemplo de frases: "tememos um desastre político", "temem-se as medidas de austeridade", "o corajoso não teme, resiste", "não se teme as injustiças da vida". Com sentido intransitivo: preocupar-se; expressar receios, preocupação. "Temia pela morte da mãe". E transitivo direto: demonstrar muito respeito, obediência ou reverência. "Temia os dogmas religiosos". Do latim, timerere.
Recorro ao dicionário para buscar os qualificativos que recaem sobre o presidente interino Michel Temer, que assume a presidência da República com o afastamento da presidente eleita, Dilma Rousselff. Atrevo-me a dizer que o atual presidente defenderá veementemente que é legítimo no poder, invocando os 54 milhões de votos dados à chapa que o elegeu com a presidente Dilma. Mas, a mesma veemência que o faz defender a legitimidade, não aparece no momento de condenar o governo pelas pedaladas fiscais, recurso utilizado pelo governo Dilma/Temer e que é o objeto principal do impeachment.
Antes mesmo de assumir a cátedra de primeiro mandatário da nação e antes mesmo de mostrar á nação a equipe de governo, me atrevo a fazer um vaticínio: Temer e sua equipe de coalizão irá conspirar contra o calendário eleitoral, adiando o pleito previsto para 2018.
É um risco para a democracia a prorrogação do mandato de Temer e dos atuais deputados e senadores. A ampla maioria dos partidos que integram o governo Temer darão um segundo golpe na democracia ao não seguir o calendário eleitoral. Vão suprimir do eleitor a possibilidade de eleger o presidente pela via direta em 2018.
Este é o risco Temer. Em nome da governabilidade e invocando a necessidade de mais tempo para arrumar a casa, a coalizão de partidos que tomaram de assalto o Planalto vão prorrogar seus mandatos, contando com o apoio da Câmara que aprovará mudanças na Constituição visando consolidar este golpe.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quinta-feira, 5 de maio de 2016
STF e nação
Olala,
Quando o Rei de Portugal teve que fugir das garras de Napoleão, veio parar no Rio de Janeiro em 1808. Mudou para o Brasil com toda a família, amigos, burocracia e todos os órgãos de apoio à realeza. O poder imperial da Monarquia durou aqui até a instalação da República, em 1889, mas as instituições de proteção continuaram existindo.
É curioso notar que o então governo imperial tratou de assegurar os privilégios da nobreza e das elites através de leis e órgãos públicos. A primeira Constituição brasileira nascida em 1824 precisava de um guardião. O imperador criou um conselho de notáveis que chamou de Supremo Tribunal de Justiça. O órgão fazia o papel da Casa de Suplicação que existia em Portugal. Era a última instância de julgamento dos indivíduos evitando que fossem executados sem julgamento.
Portanto, a criação de um órgão supremo de julgamento tornou-se necessário para garantir ao gestor, a normalidade institucional. Ou seja, o STJ da época garantia que as instituições teriam garantido um ambiente de tranquilidade. Quem ousasse revelar rebeldia podia ser condenado judicialmente. Foi esta Corte, por exemplo, que mandou fuzilar rebeldes como Edoardo Angelin da revolta da Cabanagem no Pará ou Jacó e Jacobina Maurer, no episódio dos Mukers, no Rio Grande do Sul. Consolidava-se aí a instituição jurídica de defesa da classe dominante.
Numa sociedade onde a Justiça não acontece porque os cidadãos vivem a desigualdade de direitos, a existência de uma instituição sem qualquer controle social revela-se um risco para a democracia.
Não tenho dúvida que as decisões tomadas recentemente pela corte de 11 ministros é reveladora da imaturidade que vive o Brasil e suas instituições democráticas. Ao punir membros do Executivo e do Legislativo que obtiveram vantagens na condição de servidores públicos, a corte revela seu poder e supremacia.
Ainda que para alguns isso simbolize poder, entendo que quando a soberania de um povo tem que depender das decisões da corte suprema, é sinal que atesta a imaturidade dos poderes democráticos de Estado. É a democracia que não vai bem. Pois a democracia só se fortalece se os eleitos trabalham para o povo.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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Gadanhaço do STF
Olala,
Está ficando emocionante acompanhar o mundo político. Afirmei aqui neste espaço que há instituições de Estado que estão empoderadas, não possuem qualquer controle social e têm o poder supremo, agindo com onipotência e determinando o destino da política no Brasil.
Nossa democracia é frágil, nova e vive em busca de aperfeiçoamento. A Constituição de 1989 consagra poderes ilimitados aos órgãos do Poder Judiciário, tornando o órgão a última instância de recursos não resolvidos pelos conflitos gerados pelas instituições democráticas.
Como o Poder Judiciário não é um poder legítimo, embora seja legal, a nação fica entregue a um governo decididamente deliberado pelas decisões da Suprema Corte.
Para onde caminham as decisões políticas do STF? Não tenho dúvida que o acúmulo de decisões demandadas à Corte provam a incapacidade de negociar dos outros dois órgãos de estado, Legislativo e Executivo. Quando os políticos eleitos pelo voto popular não se entendem, não legislam e entram em conflito como ocorre hoje, as decisões acabam sendo tomadas pelo Judiciário. Sem fazer o tema de casa, parlamentares e governo, deixam o país em descrédito.
Esta situação enfraquece a soberania popular e põe em risco a frágil democracia do voto.
Não tenho dúvida que, delegando ao STF a tarefa de tomar decisões sobre o comportamento de homens e mulheres que estão na gestão legislativa e executiva do país, o fará ceifando todos os que acabaram envolvidos em tramas relacionadas à corrupção. O gadanhaço do STF será impiedoso. Até porque o órgão tentará mostrar sua força como braço do Judiciário visando se firmar como instituição e agradar a milhões de cidadãos que foram para a rua pedindo mudanças.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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segunda-feira, 2 de maio de 2016
Whatapp bloqueado
Olala,
Anuncia-se que o aplicativo Whatapp será novamente bloqueado pela justiça nesta segunda-feira É a segunda vez que o aplicativo de troca de mensagens entre pessoas que possuem celular sofrerá interrupção. Pelo WZ pessoas que possuem linha de celular e têm um aparelho moderno podem trocar fotos, víde3os, sons sem custos adicionais ao do plano telefônico.
A prática de se comunicar via WZ fez com que milhões de pessoas abandonassem o uso da linha telefônica como meio de comunicação. Hoje da criança ao idoso que possui um celular se comunica via aplicativo que, no Brasil, opera nas variados sistemas operacionais, mas especialmente no android.
Agora uma notícia diz que a Justiça acaba de solicitar o bloqueio do aplicativo por 48 horas. E o juiz o faz em segredo de justiça.
O fato de não revelar quem está por trás desta demanda, revela preocupação. Um juiz se avoca o direito de deixar milhões de pessoas sem comunicação, acatando argumentos de empresa ou empresário que não quer os brasileiros se comunicando.
É verdade que o aplicativo se utiliza de números de linhas telefônicas operadas por empresas de telefonia. Ocorre que desde sua introdução no mercado há quase cinco anos, o WZ tem sido um eficaz meio de intercomunicação pessoal e grupal. Ele é, de fato, a universalização da comunicação digital sem depender do emaranhado de fios prometido pelas operadoras e pelo governo.
As operadora de telefonia encheram os bolsos de seus proprietários ao longo das últimas três décadas com a expansão do celular. Agora devem estar pressionando a Justiça para impedir que os brasileiros possam se comunicar sem custos elevados.
De fato o WZ tem possibilitado uma revolução na interlocução de pessoas. Hoje é possível se comunicar com indivíduos em qualquer parte do mundo sem custos adicionais e com uma segurança na fala pois as mensagens são criptografadas pelo aparelho do emissor e do receptor sem que intermediários tenham acesso.
Como são as operadoras que baixam seu lucro com o WZ, é bem provável que, se aproveitando de um momento de fragilidade política que o Brasil vive, os empresários da telefonia queiram fazer aprovar, via Congresso, restrições que acabem impedindo a livre comunicação operada pelo Whatapp.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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Esquivel, Nobel da Paz
Olala,
Não são muitas as pessoas que tem a felicidade de poder trocar impressões com uma pessoa sábia como Adolfo Péres Esquivel. Ele esteve mais uma vez no Brasil, desta vez alertando os brasileiros sobre os riscos de termos a nossa democracia ferida. Ele esteve com a presidente Dilma Rousself, com políticos, atos e encontros que reafirmaram suas ideias.
Argentino, é o único Prêmio Nobel da Paz oriundo da América Latina obtendo a láurea em 1980.
A pregação de Esquivel está voltada para a defesa dos Direitos Humanos. Ele defende que a democracia não subsiste se os direitos humanos fundamentais forem violados. A democracia só existe com a garantia de direitos assegurada pela cidadania. Ele explicou que quando os povos são privados de ter casa, comida, escola, atendimento à saúde, previdência, segurança, a democracia é enfraquecida.
Ele disse que estes direitos têm relação com as políticas governamentais que podem ser mais democráticas ou mais neoliberais. O Neoliberalismo quer direitos consagrados para as minorias e a democracia quer direitos para todos.
Esquivel citou casos de governos nacionais como o de Honduras e Paraguai que sofreram interrupção de forma brusca, com os governos entregues aos neoliberais. Lá, depois do golpe, avançou a repressão às mulheres, à imprensa e aos movimentos sociais.
Sobre a situação vivenciada no Brasil, ele disse que o país corre risco de sofrer um golpe brando, se a presidente for destituída pela via indireta do parlamento. Disse que a soberania nacional tem que respeitar a via do voto como caminho para mudanças. Lembrou que onde as regras democráticas foram rompidas, o povo especialmente os mais pobres, passaram a sofrer mais depois das mudanças.
Ele defendeu também as instituições democráticas de Estado, chamando atenção para o aparato do Judiciário que não sofre controle social e, embora seja legal, não é legítimo. Disse que esta condição leva membros deste poder a tomar decisões injustas, que atentam contra os princípios democráticos.
O que acontecerá no Brasil, ainda saberemos. Esquivel na sabedoria de seus 84 anos, nos advertiu.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quarta-feira, 20 de abril de 2016
Violência corporal
Olala,
Lembro de ter encontrado, circulando pelas ruas de Edimburgo, na Escócia, uma senhora brasileira toda espetada com piercings. Chamou-me atenção da mulher e, como ostentava as cores e símbolo da bandeira do Brasil, tomei a liberdade de indaga-la sobre o sentido de tamanha decoração. Ela me disse que é maranhense, migrou jovem para a Inglaterra e encontrou na decoração do corpo a maneira de ser percebida pela sociedade rica do velho mundo.
A mulher vive de trocados dados pelos milhares de turistas que visitam pontos históricos da Escócia. Contou, orgulhosa, que é a mulher que mais piercings tem entre os habitantes do Reino Unido.
É claro que cada indivíduo decide que história traça para sua vida, mas, convenhamos, é radical a decisão de alguém utilizar o martírio corporal como meio de inserção social. Não que a liberdade não dê esta condição, mas seria menos traumático ter que pendurar metais em abundância para ser percebido.
Agora, recentemente, outro brasileiro, Rodrigo Alves, resolve transformar seu corpo e deixá-lo, através de múltiplas cirurgias, ao personagem Kin, parceiro da boneca Barbie. O jovem, filho de pais abastados, resolve viajar ao mundo e pagar mais de R$ 300 mil a cirurgiões plásticos para alterar partes do corpo visando aproximá-lo do boneco de plástico que faz a fantasia das crianças.
De tantas cirurgias, o corpo do jovem resolveu recusar o nariz, onde a cartilagem de um nariz novo acabou não gerando liga. E o sonho do jovem de ficar angelicalmente parecido com o roso da Barbie, poderá ficar maculado para sempre.
Acho interessante que um profissional da estética aceite os argumentos do jovem Rodrigo e crave o bisturi decepando partes do corpo. O trabalho médico só se explica do ponto de vista comercial, pois no processo ético, não faz sentido.
Durante a história a estética sempre foi perseguida pelo ser humano. E, ao mesmo tempo, em que serviu para trazer felicidade, tem sido objeto de dor para muitas pessoas que não entendem bem qual o sentido de uma vida.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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segunda-feira, 18 de abril de 2016
Paramentarismo de fato
Olala,
A leitura do resultado colhido pela Câmara dos Deputados que aprovou o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma, é reveladora de uma realidade cada vez mais constante no país: a de que vivemos um sistema cada vez mais parlamentarista.
No passado o Brasil até fez um plebiscito se queria mudar de sistema de governo, mas a decisão apontou que a maioria queria o sistema (ou regime) presidencialista.
Nas atribuições institucionais há a autonomia dos poderes. Esta autonomia dá ao Legislativo a prerrogativa de decidir sobre o fim dos governos executivos. Nossa recente democracia a partir do voto já operou este poder no afastamento do presidente Fernando Collor e agora está na iminência de afastar também a presidente Dilma.
Quem olha de fora não entende muito bem este poder da Câmara que pode abreviar um mandato construído com legitimidade. Vivemos, portanto, um parlamentarismo de fato, embora na lei prevaleça o presidencialismo. Esta forma peculiar de governo é reveladora de nossa imaturidade democrática onde a soberania do voto majoritariamente dado ao chefe do poder passa a ser confiscado pelo colegiado parlamentar. Vejo abrir-se um grave precedente jurídico que atenta contra a soberania do voto. Quando um poder abrevia pela via biônica um mandato legitimamente constituído, sinaliza-se que o país não respeito as regras eleitorais legalmente constituídas.
Chama atenção, o motivo pelo qual os deputados avançaram na destituição de Dilma. A utilização de recursos não previstos no orçamento aprovado no Congresso e buscados em bancos públicos para o fechamento do balanço fiscal são as razões para pedir impeachment. Prevaleceu o voto dos que entenderam que a presidente agiu na ilegalidade ao buscar verbas dos bancos públicos e 0privados para manter o financiamento de programas sociais como Minha Casa, Minha Vida, Prouni, Bolsa Família entre outros.
Se o Brasil vivesse um regime parlamentarista, decisões como a de ontem, seriam normais como ocorre noutros países que tem primeiro ministro que balança toda a vez que perde base de sustentação no parlamento. Confesso que a decisão é um tanto confusa para na política brasileira. Pense nisto, enquanto há tempo.
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terça-feira, 12 de abril de 2016
Placar do Impeachment
Olala,
Tem desafios que todo o político tem que enfrentar. Um deles, levantado pelos defensores do Impeachment é o de garantir quórum que permita levar a presidenta Dilma ao afastamento do cargo, até ser julgada por comissão processante no Senado.
Para o leigo, uma análise simples do resultado da votação na Comissão do Impeachment instalada na Câmara poderia antecipar um resultado favorável ao afastamento da presidente. Mas, o escore, 38 deputados a favor e 27 contra esconde uma enganosa projeção do resultado quando for tomado no plenário da Câmara.
Primeiro porque no processo de escolha dos membros da Comissão de Impeachment foram os deputados mais críticos do afastamento da presidente. Comparando, é como se fossemos fazer um FLAFLU e escolher onze atletas para enfrentar a equipe adversária. Logo, os que forem escalados serão os mais rebeldes e convictos do time. Assim foi a escolha dos membros da comissão e, ainda assim, o resultado não foi elástico.
Olhando o placar do Impeachment, e considerando o total dos 513 deputados em exercício na Câmara dos Deputados e, considerando as decisões já tomadas pelos partidos em voto fechado, é possível estimar o resultado final a ser tomado pelo plenário no próximo domingo.
Partidos que já decidiram votar a favor: 211 votos. São eles: PSDB 51 votos, PSB 31 votos, PTB 20 votos, DEM 28 votos, PRB 22 votos, SD-14,PSC 9 votos, PPS 9 votos, PV 7 votos, PHS 7 votos, PTN 13 votos e PMB 1voto.
Partidos que decidiram votar contra: 179 votos. São eles: PT 57 votos, PSD 36 votos, PR 40 votos, PDT 20 votos, PCdoB 11 votos, PSol 6 votos, PEN 2 votos, PTdoB 3 votos e Rede 4 votos.
Partidos em que houve a liberação do voto: 123 votos. São eles: PMDB 67 votos, PP 47 votos, PROS 6 votos, PSL 2 votos e 1 deputado sem partido.
Para o impeachment ser aprovado na Câmara são necessários 342 votos ou dois terços dos 513 votos do colegiado.
Se somarmos todos os deputados das bancadas que decidiram votar a favor, mais todos os deputados dos partidos com voto liberado, teremos 334 votos. Portanto, revela-se o tamanho do desafio que têm os partidos que querem consolidar o impeachment da presidente Dilma. É a análise.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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quarta-feira, 6 de abril de 2016
PMDB
Olala,
PMDB quem te viu, quem te vê. Recorro a uma famosa cena da ópera Rigoletto, de Giuseppe Verdi entoada por vários tenores como Luciano Pavarotti, Enrico Caruso e outros La donna è mobile, para situar melhor o papel desempenhado pelo PMDB ao longo do último cinquentenário.
Que me perdoem as mulheres que amo muito, mas este sentimento se aplica ao comportamento político do PMDB, partido murista que nasceu como contraponto à ditadura mas que, ao longo do tempo, foi corroído pela ânsia de poder. Um partido que sempre foi governista seja qual for o governo da União. Imagine-se o papel dos peemedebistas acomodados no governo Sarney, PDS, depois no governo Collor, PRN, depois no governo de FHC, PSDB, depois no governo Lula e Dilma, do PT. Sempre em posição subalterna, o PMDB cruzou cinco décadas aninhado ao governo tendo a totalidade dos ministros no governo Itamar e depois se mantendo presente com ministros e cargos na estrutura de governo de todos os governos subsequentes.
A oscilação, a inconstância, a dúvida e a incerteza marcam as atuais posições do partido que integrou a chapa com o vice presidente no governo Dilma Rousseff. Como uma criança marrenta, a sigla decide jogar para a torcida sinalizando uma retirada do governo justamente no momento em eu a crise apresenta sua face mais aguda. Deixando de ser parceiro, o PMDB tomou a decisão dividido e, como é próprio do partido, a decisão não será assumida por todos no partido. Quem cinquentenriamente cultivou relações interesseiras, duvidosas, ambíguas, terá dificuldade de fazer passar na opinião pública uma posição uníssona, unitária e fechada.
Como um caniço agitado ao vento, o PMDB ao decidir abandonar o barco, salta na água mas mantém o cordão preso aos barco. Quem pretendia chegar à margem segura poderá encontrar pela frente águas turvas e turbulência, podendo perder ainda mais parceiros de travessia.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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quinta-feira, 31 de março de 2016
Fui sorteado
Olala,
Acabei sorteado. Foi na tarde de ontem em plena via pública e à luz do dia. Estava a caminho da palestra do Ciro Gomes na UFRGS.
Andando a passos largos pois estava quase atrasado, o punguista encostou ao meu lado, pegou n meu braço e lascou:
- Uma informação?!
E mostrando uma arma no bolso, afirmou:
- É um assalto. Fique tranquilo e passe a carteira e o celular.
Adivinha qual minha reação?
Em fração de segundos, estava consolidada mais uma ocorrência de assalto a mão armada em pleno centro da capital.
Fico me perguntando se tivesse reagido. O punguista até não era tão porrudo. Mas, confesso, diante de uma arma, não há reação. É por casos como este que defendi o fim do desarmamento. Armas só podem estar nas mãos de policiais.
Não sei o que teria acontecido se tivesse reagido. É bem provável que eu não estivesse aqui escrevendo estas linhas. Ou, quem sabe estaria sequelado num leito de hospital. Ou, numa hipótese distante, teria chamado atenção de populares e despertado em algum lugar perdido algum segurança para prender o elemento.
A propósito, depois de ser roubado, percorri várias ruas do centro mas não vi nenhum policial militar em serviço.
Ao registrar a ocorrência, deparei com o relato de uma universitária também efetuando registro semelhante. Perguntei ao escrivão que registrou a ocorrência se o B.O. bateria no sistema integrado de segurança. Ele me disse que o registro é uma precaução da pessoa e um registro que fica reservado ao distrito policial. Ou seja, como a competência de garantir segurança nas ruas é da Brigada Militar, é previsível que o meu registro apenas ajude a compor mais um dado numa triste estatística da violência urbana que atinge a capital gaúcha.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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terça-feira, 29 de março de 2016
Corrupção II
Olala,
Se há uma causa fácil para mobilizar multidões é a bandeira da corrupção. Tomo o exemplo da Itália, onde depois da Segunda Guerra Mundial seguiu-se um período extremamente difícil em que as empresas passaram a se infiltrar no governo e tirando proveito no processo de reconstrução do país. A cada obra contratada eram desviados recursos que acabavam recheando governadores, juízes, e burocratas de níveis diversos.
Aí veio um juiz que quis acabar com a roubalheira. Criou uma operação chamada mãos limpas. Divulgou a iniciativa por todo o país e a população passou a apoiar o magistrado, com orgulho.
O juiz passou a ser adorado pelo povo que foi à rua sendo ovacionado. Seu exemplo inspirou práticas que foram imitadas em vários países. Inclusive do Brasil advogados criminalistas migraram para a Itália visando conhecer melhor o trabalho criminal desenvolvido pelo juiz que detonara a caça aos corruptos.
A multidão que nunca tinha pisado politicamente na rua vestiu-se com as cores da pátria e invadiu as ruas como protagonistas da luta anticorrupção. Multidões como jamais se havia visto marcharam pelas ruas da Itália. As massas pregavam o fim dos políticos, dos partidos, a crítica à política como espaço de representação democrática.
Os partidos que estavam no poder foram destituídos e muita gente, incluindo ministros amargaram anos na cadeia. Parecia que a Itália estava livre definitivamente da corrupção.
Mas, aí veio a nova eleição. As massas enfurecidas foram buscar gente nova. E decidiram colocar no poder alguém estranho ao mundo político. Alguém que estava distante de tudo. Elegeram um empresário do ramo televisivo que era dono de time de futebol. Seria a redenção da democracia. E, dramaticamente, o abençoado pelas urnas por três mandatos acabou afastado do poder justamente por causa do envolvimento em corrupção.
O resultado prático demonstrou que cresceu a aversão do povo com os políticos e com a política como alternativa de organização da sociedade. Com os partidos enfraquecidos e os políticos desacreditados, a cidadania passa a contar menos com a influência do poder público, tendo prosperado a regulação da sociedade a partir de iniciativas particulares. Com um Estado enfraquecido, a nação busca meios de se firmar num bloco de países e, cada vez mais, acaba guiada por acordos e resoluções que vem do bloco.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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Corrupção I
Olala,
Como professor de história, tive a oportunidade de aprofundar um pouco mais que as pessoas comuns sobre fatos que envolvem a história política do país.
Tenho percebido, através dos fatos, que a corrupção, tão presente nas mentes de milhares de pessoas hoje, não é um fenômeno tão novo como se imagina.
Desde o descobrimento, quando os primeiros emissários da Coroa portuguesa, acompanhavam Cabral no desembarque em Porto Seguro, já traziam a tiracolo quinquilharias como espelhos e perfumes que davam aos índios em troca de colares anelados de ouro. Os colonizadores já aplicavam a usura levando vantagem sobre os nativos que desconheciam o valor das coisas.
A elite intelectual associada à elite dominante que avocou para si o governo colonial e imperial impregnou na administração pública práticas delituosas que visavam consolidar privilégios a uma elite que se recusou a partilhar privilégios com as classes mais baixas.
A corrupção e o favorecimento dos abastados na forma de propina era frequente no Brasil colonial. A cada carga de pau-brasil, de açúcar ou quilo de ouro que chegava à Europa havia a partilha de valores não contabilizados que enriqueciam barões e amigos do rei de Portugal.
E, bem antes da exploração destas riquezas, o Brasil fora definido em quinze pedaços chamados de capitanias hereditárias que foram entregues aos amigos do rei a preço de banana. Foi aí um princípio de corrupção institucionalizada que depois perpassa todos os dois períodos de império e avança sobre o período republicano.
Não foi diferente nos períodos em que o Brasil abriu as fronteiras para a indústria automobilística nos anos 60, ou no processo de vinda da tecnologia nuclear com a compra de usinas atômicas, ou no processo de construção de estradas como a Transamazônica que até hoje não foram plenamente concluídas.
Ou seja, a corrupção é uma instituição endêmica no Brasil. Sempre conviveu com os governos. A diferença é que hoje, os órgãos públicos de fiscalização receberam mais liberdade para escancará-la. E, para muitas pessoas, parece que a endemia é algo novo.
Parece-me sensato que o país tem que aproveitar este momento para disciplinar os critérios que permitam manter as instituições vivas, podendo fazer avançar os direitos sociais, sem ceder aos interesses dos corruptores. E há avanços sociais que não podem sucumbir em nome de um governo totalmente isento de influências da elite. O que os democratas têm que observar é a fixação do limite para estas influências.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sexta-feira, 25 de março de 2016
Rumos do PMDB
Olala,
Vaticino aqui com o risco de errar. Esta condição só é possível para quem ousa antecipar impressões acerca dos fatos políticos.
Pois bem, dias ou horas antes do PMDB tomar uma decisão importante, atrevo-me a sinalizar cenários futuros.
O PMDB, que esteve presente em todos os governos pós redemocratização do Brasil, decide que vai abandonar o governo Dilma. Como se sabe, atualmente a chapa Dilma/Temer ou PT/PMDB foi a vitoriosa no pleito de 2014. O PMDB já entrou dividido na chapa, mas mesmo sendo perseguido de perto pelo PSDB, acabou ganhando a eleição ainda que por mínima vantagem de votos.
O PMDB esteve junto com a presidente Dilma no primeiro mandato e agora decide retirar-se antes do final do mandato. A decisão do partido de sair da base de sustentação do governo já foi sinalizada há um mês em convenção da sigla. Agora o partido decide romper definitivamente com o governo Dilma. Acreditam os peemedebistas que, saindo agora do governo, se sentirão mais à vontade para votar a favor do impeachment de Dilma e apressar a posse do atual vice, Michel Temer, à presidência. A jogada é esta, dar um passo atrás para, logo ali adiante, dar dois à frente apossando-se do poder com mais força. Mas, o PMDB, como outros partidos, não tem posição uníssona. Sai do governo dividido. A cúpula partidária e boa parte da base decidem sair, mas políticos leais à coligação farão de tudo para ficar. Do ponto de vista pragmático, a cúpula do partido sinalizará para a opinião pública que o partido abandonou Dilma, mas, na prática, inúmeros cargos de confiança continuarão no governo exercendo poder e gestão. Alguns até irão se licenciar do partido, outros nem se afastarão e o partido não terá unidade para expulsa-los.
É estranho acreditar que um partido que compôs todos os governos no pós-ditadura, de uma hora para outra, decida levantar acampamento. É uma equação muito traiçoeira e imbuída de certa dose de covardia.
A decisão do PMDB de fragilizar ainda mais o governo irá levar o país a uma deteriorização no campo da economia, com o agravamento do desemprego, aceleração da inflação e desaceleração da atividade econômica. Não será o PMDB rachado que conseguirá reaglutinar as forças políticas. Com o gesto de abandonar Dilma , com Temer obrigado a ficar no governo, o PMDB perderá ainda mais a credibilidade e se constituirá como um partido cada vez mais dado ao fisiologismo programático que caracteriza a política brasileira.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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terça-feira, 22 de março de 2016
Legitimidade versus legalidade
Olala,
Vez por outra tenho me dedicado a debater com os companheiros o significado de termos como legalidade e legitimidade. Entendo que estas duas palavras têm que pautar todo o indivíduo que vive em sociedade e que defende a democracia.
A legalidade tem a ver com a norma jurídica, com a lei. Se está revisto em lei. Sabe-se que a lei varia de pais para país. Portanto, legalidade tem toda a ação amparada em lei específica. Um servidor público, de qualquer esfera, só pode agir dentro amparado na legalidade. Servidor público nenhum pode agir se não for amparado em lei. Diferentemente do funcionário privado que pode executar ações que não estejam previstas me lei. Agir na legalidade é agir conforme a lei. Em suma, a legalidade refere-se ou relaciona-se com o Estado de Direito, ao direito positivado, que regula todos os atos administrativos.
Já a legitimidade é uma palavra que tem a ver com aceitação social. Guarda relação com a construção do Estado Democrático. Deste modo, o servidor público só é legítimo se, de tempos em tempos, é avaliado pelo povo através de eleições livres. E, no Brasil, se confere legitimidade plena a representantes dos poderes Executivo e Legislativo. Por passar pelo crivo do voto, os membros do poderes Executivo e Legislativo são considerados legítimos.
Já os membros do Judiciário, são legais, mas não são legítimos porque este poder não tem seus membros submetidos ao voto popular. Um juiz entra na carreira por concurso público como todo o servidor de carreira e uma vez investido no cargo, vai à inatividade se não cometer delitos no exercício da função. Igual ilegitimidade é conferida a órgãos de apoio do Judiciário como o Ministério Público que tem seus membros escolhidos por concurso e não sofrem qualquer referendo popular ao longo do exercício.
Todo o democrata, tem que ter consciência clara do significado dos termos. No Estado democrático há instituição legitimamente democráticas e outras legais. E, quando um juiz, por exemplo, decide regular atos e políticas de membros do Executivo ou Legislativo, o faz investido apenas da legalidade. Numa democracia, a soberania popular é conferida apenas pelo voto.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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PMDB
Olala,
No dia 24 de março o PMDB comemora 50 anos de existência. Surgido em pleno regime militar, o partido esteve presente em todos os momentos políticos da vida política nacional. É inegável sua contribuição no processo de resistência ao regime militar e de luta pela redemocratização no movimento das Diretas Já que marcou o país nos anos 80.
O partido situado ideologicamente como de centro, nasceu em plena ditadura militar como meio de contestação às arbitrariedades praticadas contra cidadãos no país.
Seus idealizadores emanaram de descontentes do regime, como Tancredo Neves e Ulisses Guimarães. O partido polarizou a disputa política do bipartidarismo no Brasil com a ARENA, partido que deu sustentação ao regime militar e ao golpe de 1964.
Mas, foi seguramente no movimento das Diretas Já, período de redemocratização do país que o partido se firmou como defensor de causas populares e da democracia. Dante de Oliveira, Marcos Freire, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney, Mário Covas e José Serra também integraram o partido. Parte deles, em 1988, devido a disputas internas, deixaram o partido e fundaram o PSDB. Dissidências como Miguel Arraes, no Nordeste, também enfraqueceram a legenda.
Ao longos dos 50 anos de existência, o PMDB tornou-se o partido que mais conviveu com o poder no Brasil. Com ou sem democracia, lá estava o MDB ou PMDB implantado no governo federal com sua cinquentenária influência. Com uma rede de governos, prefeituras e uma nominata expressiva de vereadores, deputados e senadores, torna-se a força política principal no Brasil.
O partido tem feito alianças com praticamente todos os partidos e atualmente integra a governança da União com o vice Michel Temer. Mas, percebendo que o governo Dilma está sob fogo cruzado, o PMDB acena com a retirada do apoio ao governo Federal, para buscar uma posição de independência, tendo em vista a eleição de 2018. Como partido sempre alinhado ao poder, é difícil acreditar que depois de 50 anos de poder, eles desembarcam retirando toda a estrutura de cargos que ocupam. Resta ver para crer.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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segunda-feira, 21 de março de 2016
Protestos de rua
Olala,
Tenho acompanhado com serenidade e até participado dos atos e manifestações de rua dos últimos dias.
Num país democrático, é significativo que as multidões se manifestem e protestem contra e a favor daquilo que não gostam. Como disse o veterano irmão Checchin é a luta de classes teorizada por Marx que acontece na prática no Brasil.
Vejo muitas pessoas estressadas com tais manifestações e achando que é o fim do mundo, que tudo vai acabar, que as instituições vão ruir e que vamos todos perder o emprego.
Calma, como diz a música, "o mundo não acaba aqui, o mundo ainda está de pé".
A democracia brasileira tem instrumentos que permitem canalizar as insatisfações populares. Diferentemente das ações arbitrárias e ilegítimas produzidas por magistrados, oriundos de um poder que não sofre qualquer controle social, os gestores e legisladores têm, de tempos em tempos o crivo do voto como meio para determinar que políticos, políticas e programas devem ser implementados no país.
É inegável que nesta luta de classes, as classes pobres que durante séculos foram relegadas das políticas públicas, ganharam um alento nos governos Lula e Dilma. Embora o momento seja de crise no Governo Dilma, colocar em risco políticas como o Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, Prouni, Fies, Crédito, Mais Médicos, PACs, é uma temeridade.
O que se produziu de bem durante os últimos quinze anos, especialmente para garantir direitos às classes pobres, deve ser objeto de preservação por todo o individuo que defende a cidadania. Não dá para acreditar que as políticas inclusivas possam sofrer risco de acabar.
Por isso, se você está inquieto neste momento, vá as rus e se manifeste. Mas não esqueça de escolher o lado que garante a preservação das lutas que fortalecem a democracia brasileira.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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segunda-feira, 14 de março de 2016
As vozes da rua
.Olala,
No último domingo, 13 de março, maciçamente a população brasileira se vestiu de verde e amarelo e foi para a rua. A população foi estimulada pelo chamado de lideranças políticas e sociais que utilizaram basicamente a força da mídia para convocar os atos.
O Brasil não via tamanha manifestação desde o movimento das Diretas Já que sacudiu o país nos idos da década de 80.
Os protestos tinham como alvo o combate à corrupção, o PT, o governo Dilma e Lula.
O país vive um momento político e econômico difícil. Com a política deteriorada e desacreditada, piora o cenário de confiança e a economia toma o rumo da ladeira abaixo.
A presidente Dilma firmou um governo na frágil consert6ação política que tem aliados flutuantes. O pragmatismo, isto é, a governabilidade alicerçada no toma-lá-dá-cá da base aliada não se traduz em unidade no governo e faz com que a presidenta seja abandonada. Dilma resiste às investidas da oposição que busca reanimar-se depois da derrota. Boa parte dos que engrossaram as marchas no último domingo são egressos das alas derrotadas que queriam Aécio e seu partido no poder.
Mas, perigosamente a maioria do povo que estava na rua ontem é formada por pessoas que flutuam politicamente. São indivíduos que sonham com um país ideal, livre da corrupção e dos políticos. Que credita a salvação a membros do Judiciário, como o juiz Moro.
Esta massa é perigosa porque é flutuante em seu voto. Confesso que está aberta a porta para a vitória de um "político" messiânico rumo à presidência. Na fúria das ruas, se aparecer um candidato que diga não ter partido, não seja político tradicional e tenha o verde e amarelo como cor, terá chance de ser vitorioso. Não precisa nem ter programa. Se prometer acabar com a corrupção já estará agradando.
Este formato me lembra a euforia que levou Collor ao poder. Um barulho sem consistência que deu no que deu. Quando o projeto não é programático mas pragmático, o povo pobre sobre mais.
Pense nisto, enquanto há tempo.
No último domingo, 13 de março, maciçamente a população brasileira se vestiu de verde e amarelo e foi para a rua. A população foi estimulada pelo chamado de lideranças políticas e sociais que utilizaram basicamente a força da mídia para convocar os atos.
O Brasil não via tamanha manifestação desde o movimento das Diretas Já que sacudiu o país nos idos da década de 80.
Os protestos tinham como alvo o combate à corrupção, o PT, o governo Dilma e Lula.
O país vive um momento político e econômico difícil. Com a política deteriorada e desacreditada, piora o cenário de confiança e a economia toma o rumo da ladeira abaixo.
A presidente Dilma firmou um governo na frágil consert6ação política que tem aliados flutuantes. O pragmatismo, isto é, a governabilidade alicerçada no toma-lá-dá-cá da base aliada não se traduz em unidade no governo e faz com que a presidenta seja abandonada. Dilma resiste às investidas da oposição que busca reanimar-se depois da derrota. Boa parte dos que engrossaram as marchas no último domingo são egressos das alas derrotadas que queriam Aécio e seu partido no poder.
Mas, perigosamente a maioria do povo que estava na rua ontem é formada por pessoas que flutuam politicamente. São indivíduos que sonham com um país ideal, livre da corrupção e dos políticos. Que credita a salvação a membros do Judiciário, como o juiz Moro.
Esta massa é perigosa porque é flutuante em seu voto. Confesso que está aberta a porta para a vitória de um "político" messiânico rumo à presidência. Na fúria das ruas, se aparecer um candidato que diga não ter partido, não seja político tradicional e tenha o verde e amarelo como cor, terá chance de ser vitorioso. Não precisa nem ter programa. Se prometer acabar com a corrupção já estará agradando.
Este formato me lembra a euforia que levou Collor ao poder. Um barulho sem consistência que deu no que deu. Quando o projeto não é programático mas pragmático, o povo pobre sobre mais.
Pense nisto, enquanto há tempo.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
No sambódromo
Olala,
Participei do carnaval de Porto Alegre desfilando pela Vila Isabel na noite do último sábado. Foi minha primeira vez na passarela. Uma sensação especial a de passar uma hora se exibindo para uma plateia eclética. As pessoas te olham sérias, outras sambando e outras gritando e cantando junto o enredo da escola.
Depois do desfile, percebi que os membros da escola estavam inebriados pela euforia e convictos de que a escola seguiria classificada. Normal para quem tem que estimular o grupo. Havia sete escolas disputando cinco lugares para o grupo principal, que eles chamam de especial.
Um dia antes vaticinei em meu blog que seria risco levar para a avenida um enredo que mistura magia, política e alimento saudável. Uma temática plural.
A escola baseada em Viamão tinha recursos limitados. A Prefeitura que sempre investiu na escola, este ano não destinou um centavo. Isto se refletiu nas fantasias e na decoração dos quatro carros apresentados no Sambódromo.
Como eu estava concentrado na estreia e na ala, não pude avaliar a evolução global da escola. Quem participa do Carnaval se foca na sua escola e não vê o desfile das concorrentes.
O resultado apontou a escola em último lugar e, como consequência, deixa o grupo especial. Num primeiro momento, muitos líderes da escola criticaram o resultado.
Para me certificar do resultado, resolvi retornar ao Sambódromo no reapresentação das escolas classificadas. Percebi a lógica na decisão. Achei justa a decisão em função do brilho dos carros, evolução e enredo das demais escolas. Valeu a ousadia da ESUVI em pautar um tema sério num momento de euforia.
Pense nisto, enquanto há tempo.
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sábado, 6 de fevereiro de 2016
Estréia no samba
Olala,
Sempre me disseram que samba é arte de negros. Da Cultura dos afrodescendentes. Não faz parte da cultura dos europeus dançar e sambar. Quando o fazem a ginga sai torta, atravessada e desengonçada. Sempre acompanhei o carnaval meio à distância. Ouvindo as musicas e vendo o povo desfilar. Admiro a persistência dos carnavalescos e suas equipes em resistir na festa que é um traço típicřo da cultura brasileira. Tem gente que vive disso e se prepara o ano inteiro para a exibição no Carnaval.
Pois não é que neste ano sou convocando a ir para o sambódromo. Eu e um grupo de amigos formamos a ala da reforma agrária na escola de samba da Unidos da Vila Isabel de Viamão. A escola escolheu homenagear o ex-deputado Adão Pretto e o tema da alimentação saudável. Achei ousado a escola do primeiro grupo da capital pautar um político no enredo, justamente num momento em que a política está em descrédito na mídia.
Horas antes do desfile, confesso que estou ansioso. Até procurei conseguir um bronzeado nos últimos dias para disfarçar a brancura do gringo e não ser vaiado na passarela. Me considero forasteiro nesta festa.
Aos 60 anos não imaginava estrear no sambódromo. Estou com a fantasia pronta e representarei um colono.
Não sei o que irá acontecer. Mas, confesso que estarei fazendo o melhor para não decepcionar. Relato depois como foi.
Afinal, para quem não renuncia a desafios, enfrentá-los é o melhor caminho enquanto há vida.
Pense nisto enquanto há tempo.
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016
Árvores em POA
Árvores sem poda desabam com o vento em POA. |
Olala,
Tenho observado o endeusamento das árvores na capital dos gaúchos. Moro aqui desde 1980 e sempre ouvi falar bem das árvores. Não que eu seja contra as árvores, mas entendo que Porto Alegre dá valor excessivo ao vegetal.
Uma árvore é como uma pessoa, tem sua vida útil e necessita de um tratamento constante. Cresce robusta quando jovem e, na idade avançada, adoece e necessita de tratamento. Não que, quando jovem, não necessite de cuidado, mas, como uma pessoa, é na idade adulta que mais precisa de atenção.
Tenho observado que os porto-alegrenses maltratam as árvores. As autoridades ambientalistas municipais e o prefeito defendem as árvores sem limite. Argumenta-se que a capital ostenta o título de a mais arborizada. Mas, quais as consequências deste título?
Nossas árvores não tem poda constante, são plantadas ao longo das vias interrompendo dutos, as folhas e árvores acumulam nas vias gerando entupimentos e, o que é mais grave, são um risco eminente de danos.
As tormentas dos últimos dias demonstram que as árvores de Porto Alegre não suportam ventos fortes. Desabam como brinquedos nas mãos de crianças. A cada ventania é um estrago só.
Sem pessoal suficiente para atender à demanda por poda e sem instrumentos para detectar árvores ocas, assistimos a uma derrubada de jacarandás, cinamomos, flamboyants que desabaram sobre a capital. Contingência normal para quem não avalia todas as circunstâncias da arborização.
Pense nisto, enquanto há tempo!
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Aedes aegypti
Mosquito é responsável pela difusão da dengue. |
Olala,
Tenho acompanhado o drama de milhares de pessoas que, há alguns meses, foram informadas dos danos gerados pelo mosquito aedes aegypti. O mosquito da dengue que estava extinto há mais de um século quando Osvaldo Cruz empreendeu forte campanha no Rio de Janeiro e arredores, volta com toda a força a infestar as cidades brasileiras.
A mudança climática que vem com o aquecimento global traz consigo mutações na biodiversidade e, entre elas, está a proliferação do inseto causador da dengue.
Agora, em pesquisas recentes, descobre-se que a dengue gera outras doenças e lesões mais graves ao ser humano. E as gestantes são as pessoas mais afetadas, tendo seus fetos modificados com alterações como a microcefalia.
Imagino o drama de quem está grávida ou que deseja ter filhos e já teve dengue. Pelo número crescente de casos, aumenta a preocupação com este inimigo poderoso. E deve acelerar a queda demográfica.
Os órgãos de saúde e sanitários alertam sobre a necessidade da população se conscientizar sobre a prevenção á dengue, que basicamente consiste em eliminar toda e qualquer forma de água empossada, onde se formam os criadouros do mosquito. É uma tarefa vital de cada um eliminar possíveis pontos de água parada. É de vasos, pneus, garrafas, piscinas, caixas d´agua que a larva se desenvolve virando o mosquito As populações ribeirinhas e as que moram em palafitas são as mais vulneráveis, por ter que conviver com ambientes onde o mosquito prospera.
Presumo que esta batalha rumo a erradicação da dengue seja longa e, no longo tempo de sua existência, faça muitas vítimas.
Pense nisto, enquanto há tempo!.
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